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Levar o macho alado para a Fortaleza Bico Negro não estava nos planos iniciais de Manon, entretanto, depois do prejuízo que ele tinha dado a ela com a fuga das Crochan, a bruxa resolveu que o feérico seria um bom prêmio de consolação para a Matriarca

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Levar o macho alado para a Fortaleza Bico Negro não estava nos planos iniciais de Manon, entretanto, depois do prejuízo que ele tinha dado a ela com a fuga das Crochan, a bruxa resolveu que o feérico seria um bom prêmio de consolação para a Matriarca.

Manon usou seu talento e crueldade para tentar omitir o cheiro da mentira que ela contava a ele, quando disse que ao cair da noite eles iriam até uma curandeira muito poderosa, que provavelmente saberia ajudá-lo.

Para a alegria da bruxa, o macho não pareceu perceber a mentira, e se manteve no acampamento abandonado com ela.

Como a manhã já tinha chegado, Manon não podia arriscar ir para a Fortaleza tão exposta, principalmente com aquele feérico alado. Chamar atenção para a localização das Bico Negros não era opção e, por isso, a bruxa resolveu que os dois iriam passar o dia naquele acampamento, até pelo menos a escuridão cair novamente.

O macho não se importou nem um pouco em oferecer ajuda a Manon enquanto ela tentava remontar uma das tendas abandonadas. Ele tinha simplesmente escolhido a única que ainda se mantinha inteiramente de pé, deixando a bruxa quebrando a cabeça para montar um das que ainda tinha condições de uso.

Para fins estratégicos contra o sol, e alguns possíveis olhos alheios, eles escolheram o lado mais escondido do acampamento e, justamente, o menos inteiro. Manon poderia ir dormir em alguma outra tenda do outro lado, mas sabia que quando o sol atingisse o meio do céu, ela iria ser cozida viva.

A Dente de Ferro grunhiu, quando a haste principal da barraca desmontou pela terceira vez.

- Babaca alado – ela chutou o revestimento da tenda. – Ainda tem a coragem de pegar a única tenda descente desse lado – sua raiva por ele só aumentava.

Mais uma vez ela tentou por a haste de pé, enquanto puxava o tecido da barraca sobre ela. E mais uma vez tudo desmoronou.

- Chega – ela bateu o pé, indo na direção da barraca que se mantinha de pé. – Eu não me importo com quem você seja, eu só quero dormir em paz – disse entrando na tenda, se deparando com o macho sem camisa.

Como ele suportava ficar tão exposto ao frio ela não quis entender. Mas Manon se demorou um pouco mais do que o necessário, avaliando os desenhos que cobriam seu peitoral musculoso. A bruxa quase se esqueceu que ele era um desconhecido e se deixou levar pela vontade de explorar melhor aquele corpo, inegavelmente, bonito, mas ao subir seu olhar para o rosto do feérico, Manon se arrependeu de ter se deixado levar momentaneamente pela beleza do macho.

Tola, mil vezes tola. O ódio esquentou seu corpo novamente. 

O babaca alado lhe lançou um olhar de divertimento, e um meio sorriso ameaçou surgir em seu rosto ao ver a provável fúria estampada no rosto de Manon. Ela não queria pensar naquele ultraje e no abuso que era ele sequer tentar rir dela.

Um Conto das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora