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A porta da cabana rangeu baixinho assim que Azriel empurrou a madeira

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A porta da cabana rangeu baixinho assim que Azriel empurrou a madeira. Com Reveladora em uma mão e as sombras sussurrando atentas ao seu redor, o illyriano entrou cauteloso na pequena casa.

Estava de noite e não havia qualquer sinal de alguém dentro da casa naquela hora, porém o Mestre Espião entrou a passos vagarosos na pequena estrutura de madeira. Assim que seu corpo e suas asas entraram por completo o cheiro familiar o atingiu.

Em meio as sombras, Azriel caminhou pelo casebre, atento a qualquer movimento suspeito. O cheiro dela estava ali, como uma marca recente, mas não havia qualquer sinal de que ela estivesse ali naquele momento.

Porém as brasas na lareira ainda queimavam mornas, o calor espalhando por toda a pequena sala. Azriel continuou andando por um estreito corredor até alcançar um cômodo escuro. A porta meio aberta mostrava que alguém dormia sobre a cama em um dos cantos.

Envolto em sombras, o Encantador se tornou quase invisível entrando no pequeno quarto. A figura sobre a cama precária respirava pesado. Mais dois passos e Az estava perto o suficiente para ver e sentir quem estava dormindo.

Uma mulher, ou bruxa - o cheiro não parecia puramente humano, porém não era como o que ele já conhecia - de cabelos castanhos dormia tranquilamente, ressonando baixo.

O illyriano quase bufou frustrado. Não era ela.

A desconhecida se moveu, despertando rapidamente e sacando uma adaga de sob o travesseiro.

Azriel apenas deu um passo para trás, o suficiente para tudo ao seu redor virar sombras e a mulher não ser capaz de enxergá-lo. Parado ali, quase evitando respirar, ele esperou, pacientemente, que a dona da casa voltasse a dormir para que pudesse ir embora.

***

Três dias.

Três dias já haviam se passado e Azriel não sabia para onde ir. O que fazer. Ou onde mais procurar por Manon.

O último rastro concreto que ele havia conseguido seguir tinha sido o cheiro de Manon até a cabana daquela mulher/bruxa desconhecida. Depois daquilo, o illyriano se manteve nos arredores do vilarejo tentando, em vão, achar outro rastro.

Azriel não sabia o porquê de ainda querer encontrar a bruxa. Porém, assim que ele se viu sozinho no alto daquele desfiladeiro, algo dentro de si se deu conta da merda gigantesca que ele tinha feito. Tê-la ofendido e deixado que fosse embora sem ao menos se esforçar tinha sido um completo erro.

O illyriano sentou-se do lado de fora da gruta na qual vinha se escondendo, seus dedos passaram pelas mechas desgrenhadas do cabelo castanho. Acima dele, o sol já surgia, anunciando mais um dia sem sinal de Manon ou qualquer uma de suas sentinelas.

Para um Mestre Espião, desde que tinha posto os pés naquelas terras, Azriel estava se saindo um verdadeiro tolo. Que o Caldeirão o levasse.

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