Dois dias se passaram desde a ultima vez que Manon viu Azriel pela última vez.
Se dependesse somente da bruxa, ela já estaria longe das terras e Eyllwe, o mais longe possível de onde tinha largado o macho que ela tanto evitava pensar. Contudo a Herdeira Bico Negro precisava reencontrar com Vesta e Ghislaine. Além de procurar alguma informação sobre o paradeiro de sua imediata - Asterin.
Briar e Edda, por mais que fossem as mais discretas entre suas sentinelas, passaram todo o momento - desde que Manon anunciou que iriam continuar o caminho sem Azriel - trocando olhares desconfiados. Porém, nenhuma das duas ousou questionar a decisão de sua líder.
Manon agradeceu a Mãe por seus momentos de paz, ela ainda precisava processar o que tinha acontecido em sua discussão com o illyriano. Como tinha sido tola e ingênua, se deixando levar por um desejo idiota e pela beleza de Az.
Era óbvio que a bruxa amava usufruir dos prazeres que diferentes parceiros poderiam dar a ela, mas tinha que ter imaginado que se deixar levar por um feérico alado de outro mundo não daria em algo bom. E Manon jamais admitiria em voz alta, mas Az estava começando a fazer falta.
Cada vez que ela começava a pensar no que poderia ter acontecido com o illyriano depois de largá-lo para trás, ela ocupava a mente em busca de algum acampamento Crochan por perto ou por algum sinal de Asterin.
Asterin.
Sua imediata nunca tinha ficado tanto tempo sem mandar qualquer tipo de notícia ou deixar algum rastro de seu paradeiro. Mas dessa vez Manon sentia uma insegurança quase angustiante cada vez que pensava em Asterin. Porém a Herdeira sabia que nenhuma de suas sentinelas estavam despreparada para o imprevisto e, dentre todas elas, Asterin era a mais capaz de conseguir sobreviver em meio a um cenário inesperado.
Apenas por isso Manon não se deixava levar mais pela preocupação. E então Azriel voltava a seus pensamento.
Sobreviver em um mundo que se conhece é uma coisa, contudo, sobreviver em terras desconhecidas... No caos que era Erilea e todo esse mundo... Manon afastou o pensamento, deixando a raiva sucumbir qualquer vestígio de empatia.
Ela era Manon Bico Negro, herdeira do maior clã de bruxas que existia, e não tinha tempo para sentir piedade. Principalmente a um macho guerreiro que tinha chamando-a de criatura estranha.
- Manon - a voz de Edda a tirou de seus pensamentos. - Elas estão aqui.
A líder piscou, se situando de onde estavam. Na noite anterior, depois de Manon conseguir roubar um vassoura de uma Crochan escondida em um vilarejo, elas finalmente tinham pousado na capital de Eyllwe, onde tinha sido marcado o ponto de encontro com Vesta e Ghislaine.
- Mande-as entrar - Manon não se deu o trabalho de olhar para Edda.
Uma pequena cabana abandonada, nos arredores da cidade, estava servindo de esconderijo para elas. Passos ecoaram e a porta se abriu quase imediatamente após a sentinela sair.
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Um Conto das Sombras
FantasyManon Bico Negro está em uma das suas muitas caçadas ao clã das Crochan, quando se depara com um feérico alado perdido. Vítima de um desastroso experimento elaborado pelo Grão-Senhor da Corte Noturna, Azriel acaba atravessando algumas barreiras en...