Capítulo 12

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No segundo que eu entro, eu me apresso para cima e me tranco no meu quarto. Ainda estou tão irritada e envergonhada com o que aconteceu entre eu e Christopher. A parte racional do meu cérebro entende como a minha explosão veio. Menos de uma semana, toda a minha vida foi arrancada de mim. Eu me odeio por ser fraca.

Meu estômago vazio indica que tá na hora de descer para comer e encarar Christopher. Na cozinha, acho um dos gêmeos no fogão, mexendo uma espátula no que se parece com macarrão. O outro gêmeo está com a sua cabeça na geladeira, queixando-se a seu irmão por não saber o que fazer para comer. Então eu me ofereço para fazer o jantar.

Nós três comemos em um silêncio que chega a incomodar e logo depois de retirar tudo e lavar meu prato eu saio da cozinha.
Em vez de voltar para o meu quarto, eu vou para a biblioteca. Victor mostrou para mim no outro dia, e eu ainda estou admirada com a enorme quantidade de livros na sala. Eu não me sinto bem para ler agora, mas sento em uma das cadeiras de qualquer maneira, eu respiro o cheiro dos livros antigos.
Quando passos ecoam atrás de mim, eu viro e vejo Alfonso entrando na biblioteca.

— Ouvi dizer que você tentou matar meu irmão hoje.

— Ele mereceu. — Eu viro as costas para ele novamente, ma sele vem para o meu lado, e com o canto do meu olho eu vejo que ele está sério.

— Vamos ser diretos um como outro. Você realmente achou que iria aparecer aqui nos braços de nosso pai e nós estaríamos bem com isso?

— Eu não estou nos braços de seu pai. Eu sou sua tutelada.

— Sim? Olhe nos meus olhos e me diga que você não está transando com meu pai.

— Pelo amor de Deus! Eu não vou transar com seu pai. E eca por você sugerir isso!

Ele dá de ombros e um silêncio se instaura entre nós por tanto tempo que me pergunto por que ele ainda está aqui.

— Tio Fernando era um jogador,— ele finalmente diz.

— Como ele era? — pergunto com relutância.

— Ele estava bem, eu acho. Nós não passávamos muito tempo com ele. Ele estava sempre enfurnado no escritório do meu pai. Os dois sentavam lá falando por horas. - ele fala com amargura.

— Ah, seu pai gostava do meu pai mais do que de você? É por isso que você me odeia tanto?

Ele revira os olhos.
— Faz um favor para si mesma e pare de provocar o meu irmão. Se vocês continuar a bater de frente, você só vai s emachucar.

— Por que se preocupar em me avisar? Não é isso que você quer, que eu me machuque?

Ele não responde. Ele apenas dá alguns passos pra fora da biblioteca me deixando sozinha,onde eu continuo a olhar para a foto do meu pai.



Eu acordo à meia-noite ao som de vozes abafadas no corredor, fora da porta do quarto. Estou tonta, mas alerta o suficiente para reconhecer a voz de Christopher. Eu não o vi desde a nossa luta no carro. Quando ele voltou para casa, eu já estava trancada no meu quarto novamente. Eu não sei por que eu deslizo para fora da cama, e vou na ponta dos pés em direção à minha porta. Espionagem não é realmente meu estilo, mas eu quero saber o que ele está dizendo e quem está falando com ele. Eu quero saber se é sobre mim...

— O treino é de manhã. — É Alfonso falando agora — ...você concordou em reduzir durante a temporada.

Christopher murmura algo que não posso entender.

— Eu entendi isto, certo? Eu não gosto da ideia de ela estar aqui também, mas isso não é motivo para... — A sentença de Alfonso corta.

— Não é sobre ela. — Ouvi dizer em alto e bom som, e eu não sei se eu estou aliviada ou decepcionada que o que estão discutindo não me envolve....

— Então eu vou com você.

— Não, — Christopher diz bruscamente. — Vou sozinho esta noite.

Ele está indo para algum lugar? Onde diabos ele está indo tão tarde? Sinto meu intestino remexendo,que quase me faz rir, porque, de repente, eu estou preocupada com Christopher von Uckermann, o cara que eu ataquei no carro antes?

Suas vozes silenciam novamente, o que é frustrante porque eu sei que eu estou perdendo alguma coisa importante. Estou tentada a escancarar aporta e parar Christopher de fazer o que quer que ele esteja prestes afazer, mas é tarde demais. Escuto uma batida da porta fechando e poucos minutos depois, um motor de carro faz barulho no pátio, e eu sei que Christopher se foi.


Na manhã seguinte, eu acho Christopher na calçada, encostado na caminhonete de Alfonso.

— Você está pensando em ir à padaria?

— Sim, eu vou trabalhar.

— Eu tenho a treino de futebol, então se você quiser uma carona, sugiro entrar no carro porque caso contrário você vai andar.

— Aperte os cintos, — ele diz assim que entro no carro.

— Eu acabei de entrar. Dê-me um minuto. - ataco o cinto e olho para ele.  — Você tem TPM masculina ou só está em um humor de merda vinte quatro horas por dia e sete dias por semana?

Ele não responde.Eu me odeio por isso, mas eu não consigo parar de olhar para ele. Não posso parar de varrer os olhos sobre o lado do rosto de estrela de cinema. De perfil, o nariz tem uma pequena colisão nele e gostaria de saber qual de seus irmãos quebrou-o. Não é realmente justo o quão gostoso esse cara é. Eu acho que gosto de bad boys.

— Por que você está me olhando? - Pergunta ele, irritado.

— Porque não?

— Gosta da minha aparência,não é?, — Ele provoca.

— Não, apenas de confirmar a memória do perfil de um idiota. — eu respondo alegremente.

Ele resmunga e soa como uma risada. Pela primeira vez na sua presença, eu começo a relaxar. O resto da viagem passa rápido, quase rápido demais. Então eu avisto a padaria.

— Você vai me trazer todos os dias ou apenas esta manhã?, —pergunto quando ele freia.

— Depende. Quanto tempo você está pensando em manter a farsa?

— Não é uma farsa. É chamado de ganhar a vida. - Eu saio do carro antes que ele possa dizer mais algo estúpido.

— Hey, — ele chama atrás de mim.

— O quê?— Eu me viro, e isso é quando eu recebo meu primeiro olhar completo em seu rosto esta manhã. Minha mão voa para cobrir minha boca. O lado esquerdo de seu rosto está machucado. Seu lábio inchado.

— Oh meu Deus, o que aconteceu com você? Eu levanto os meus dedos para o rosto, não percebendo que meus pés me levaram da padaria de volta para o carro. Ele empurra para longe do meu toque.

— Nada.

Minha mão cai inutilmente ao meu lado. — Isso não se parece com nada.

— É nada para você.
Ele diz e acelera fora me deixando para trás sem saber o que ele fez na noite passada e porque ele me chamou agora se ele não estava pensando em dizer nada importante.

Apesar de não querer, eu me preocupo com Christopher durante todo o meu turno da manhã na padaria. Lucy manda uns olhares preocupados, mas desde que eu trabalho duro como eu prometi, ela não diz nada.

Depois do meu turno, eu me apresso para a escola, mas eu não vejo Christopher.  É melhor desta forma, digo a mim mesma. Nada de bom pode vir de pensar sobre Christopher von Uckermann. Eu me pergunto todo o caminho de casa, Até que olho pela janela e percebo que chegamos.

— Sr. Uckermann gostaria de vê-la— escuto um funcionário me avisando assim que entro pela porta.

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