Duas horas depois, eu estou enlouquecendo. É meia-noite, e Dulce não está de volta. Será que ela vai voltar para casa e gritar comigo? Preciso que ela me diga que sou um idiota, que não vale a pena perder seu tempo comigo. Porra, eu preciso dela.
Verifico meu telefone. Faz horas desde que ela me deixou. Ligo para ela, mas cai na caixa de mensagens. Eu envio uma mensagem:
Onde você está?
Nenhuma resposta.
Meu pai está preocupado.
Digito a mentira esperando receber uma resposta, mas meu telefone permanece em silêncio. Talvez ela tenha bloqueado o meu número?
Corro para dentro e vou até o quarto do meu irmão. Dulce não pode ter bloqueado todos nós.
Alfonso ainda está dormindo, mas seu telefone está carregando em seu criado-mudo. Eu pego e digito outra mensagem. Ela gosta dele. Ela responderia Alfonso, não responderia?
Ei. Christopher me disse que algo aconteceu. Você está bem?
Nada. Talvez ela tenha parado na estrada e está andando na praia? Eu fico com o telefone do meu irmão no caso dela decidir entrar em contato com ele e corro pelas escadas novamente de volta ao pátio. A margem da praia está completamente vazia. Eu olho em volta, na costa rochosa, no oceano, e não vejo nada. Nenhuma pessoa. Não há marcas na areia. Nada. Frustração transforma-se em pânico, quando corro de volta para a casa e subo pego meu carro. Giro a chave de ignição, mas rapidamente soco meu punho contra painel. Penso. Penso. Penso. Anahi. Dulce deve estar com ela.
Em menos de dez minutos, estou em frente à casa de Any, mas não há nenhum sinal do carro de Dulce na rua.
Olho para o meu telefone novamente. Nenhuma mensagem. Nenhuma mensagem no celular de Alfonso, também. O display indica que eu tenho treino de futebol em vinte minutos, o que significa que Dulce vai estar na padaria onde ela trabalha. Onde costumávamos ir juntos. Mesmo depois que ela conseguiu seu carro nós aindavamos juntos. Ela disse que é porque não gosta de dirigir. Eu disse que era perigoso dirigir na parte da manhã. Dissemos mentiras um ao outro, porque não estávamos dispostos a admitir a verdade, nós não conseguíamos resistir um ao outro.
Pelo menos essa é a maneira que era para mim. A partir do momento em que ela entrou pela porta, não conseguia ficar longe dela. Meus instintos tinham gritado para mim que ela era problema. Meus instintos estavam errados. Ela não era um problema. Eu fui. Ainda sou. Christopher, o destruidor.O estacionamento da padaria está vazio quando chego. Após cinco minutos batendo sem parar na porta, a proprietária aparece com uma careta.
— Nós só abrimos daqui à uma hora, — ela me informa.
— Sou Christopher von Uckermann, Dulce está aqui? Há uma emergência familiar.
— Não, ela não apareceu. Eu liguei para ela e não obtive resposta. Ela é uma boa funcionária, pensei que talvez estivesse doente e não pode me ligar.
Meu coração afunda. Dulce nunca perdeu um dia na padaria.
— Oh, ok, ela deve estar em casa na cama, — murmuro, recuando.
Eu saio do estacionamento e ligo pro treinador.
— Não vou conseguir treinar. Emergência familiar — repito.
Ignoro os palavrões e gritos do treinador, que diminuem depois de alguns minutos.
— Tudo bem, filho. Mas espero que você esteja no uniforme amanhã.
— Sim, senhor.
De volta para casa, mais uma vez, encontro nossa empregada, que chegou para fazer café da manhã.
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Los caminos de la vida - vondy
Подростковая литератураDulce Maria é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática mas que sempre amou incondicionalmente sua filha. Mas agora a mãe morreu, e Dulce está sozinha. É quando a...