𝐀𝐥𝐞́𝐦 𝐝𝐚𝐬 𝐎𝐧𝐝𝐚𝐬 - 𝐑𝐮𝐝𝐲 𝐏𝐚𝐧𝐤𝐨𝐰

Capítulo 21

— Amooor da minha vida, daqui até a eternidaaade! Nossos destinos foram traçados na maternidade. 

Fazia tanto tempo que eu não cantava algo brasileiro que aquele momento estava sendo perfeito pra mim. Pintar na praia bem cedinho ao som de Exagerado do Cazuza era muito gostoso. O vento da brisa do mar bagunçava meus cabelos mesmo eu estando um pouco longe do mar e da areia porque meu cavalete não parava nela nem que eu o enterrasse ali.

— Exageradooo! Jogado aos seus pés. Eu sou mesmo exageradooo... Rudy! — Tomei um susto vendo Rudy sentado numa pedra atrás de mim com um sorriso lindo no rosto e o celular nas mãos.

— Ahh por que parou? Essa cena é a mais perfeita de toda a minha vida. — Rudy falou se aproximando de mim e sorri. — Essa música é muito boa... Quer dizer, eu não tenho idéia do que tá falando mas só de ouvir sua voz linda cantando e seu corpo dançando eu já gostei. 

— É brasileira. Posso traduzir ela mais tarde para você. — Falei baixinho abraçando Rudy e dando um beijo de bom dia em seus lábios.

— Imaginei que era brasileira por causa desse seu sotaque carioca. — Rudy sempre zoava meu sotaque falando que eu puxava o S das coisas.

— Eu só não te mato, porque eu ainda te amo. — Apertei seu nariz.

— Eu ia fazer um café na cama pra você pra agradecer por você ter cuidado de mim ontem mas quando eu vi você já tinha levantado. — Rudy falou meio chateado.

— Eu não podia perder essa paisagem e... Eu não consegui dormir muito bem a noite. — Confessei.

— Pesadelo?

— Não, fiquei com medo de você precisar de mim e eu estar dormindo. — Respondi e Rudy fez uma careta.

— Prometo não beber mais aquilo. — Rudy estendeu a mão no alto em promessa e dei risada. — Elle que lindo! — Rudy exclamou vendo o quadro que eu estava finalizando. Era nós dois naquela paisagem incrível, com um sol nascendo num céu colorido em um misto de rosa e roxo pela manhã e um mar tão azul que era irresistível. — Hoje o mar está tão azul que me faz lembrar de seus olhos. — Rudy segurou meu queixo e olhou no fundo dos meus olhos.

Logo seus lábios tão doces e macios estavam presos ao meu num beijo carinhoso, daqueles que faziam borboletas brotarem como flores no seu estômago e fazerem festa, que faziam todas as suas células acordarem e seus pelos se arrepiarem, aquele beijo que fazia você sorrir no meio dele involuntáriamente só pelo simples fato de ser com aquela pessoa.

— Como se sente? — Perguntei ainda abraçada a ele.

— Depois de te beijar, como sempre bem melhor. — Sorri com aquela resposta. — Bom não consegui um café na cama mas consegui outra coisa... — Rudy foi a passos largos até aquela pedra onde ele estava sentado minutos antes e voltou com algo nas mãos. — Chocolate quente! — Rudy me entregou a caneca. — Ah e com canela do jeito que só minha princesa gosta. — Rudy se lembrou e sorri fitando a caneca e ele.

— Como sabe? Nunca te disse isso. — Perguntei.

— Eu sei tudo sobre minha namorada. E se lembre que sou muito observador, toda vez que iamos a uma cafeteria ou eu via você fazendo, você colocava canela. Quase ninguém por aqui faz isso, então isso te torna ainda mais especial. — Respondeu sem tirar os olhos de mim.

— Você não pode ser real. — Brinquei dando um gole da bebida.

— Sou e aliás eu sei tanto sobre você que assim que não te vi na cama eu já adivinhei que você estaria aqui na praia, sozinha, com essa roupa branca de seda para cobrir o corpo, com os cabelos ainda bagunçados, o que aliás eu acho muito sexy, descalça, pintando o céu que deveria estar incrível e ouvindo alguma música que imaginei que seria brasileira porque faz tempo que você não escuta. — Dei risada com tudo aquilo.