Capítulo 11

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Oiii amores! Recado importantissímo no final do capítulo...

Não se esqueçam de votar!

— Elleeee! Vem cá amiguinha, estamos brincando de boneca. — Genna me chamou e fui correndo feliz por pela primeira vez elas me chamarem para brincar.

— Estou aqui Genna! — Respondi sorrindo, vendo todas na sala. 

— Claro, vamos brincar mas precisamos que você vá até o porão pegar uma boneca pra você. — Genna a mais velha falou já me empurrando até o corredor.

— Tudo bem, quer que eu pegue para mais alguém. Todas estão sem bonecas e...

— Apenas vá pegar as bonecas Elle. — Fui correndo até a porta do porão e abri a porta com medo. Eu nunca estive ali antes mas sempre há uma primeira vez. Entrei lá dentro sem fechar a porta já que eu sempre via a faxineira deixar um tijolo para segura-la porque era difícil de abrir uma vez fechada. 

— Onde será que está a boneca? — Perguntei para mim mesma pegando o candelabro antigo nas minhas pequenas mãos. — Genna aqui não tem bonecas. — Gritei para ela ouvir.

— Claro que não idiota. — Genna falou rindo e então ela tirou o tijolo fazendo a porta se fechar num estrondo.

— Nãooooo! — Gritei com medo daquele lugar sem janelas, empoeirado e com ar pesado.

— Tem uma porta a esquerda. — Ouvi Rachel gritar e fui até onde ela pediu mas era mais uma inrrascada já que cai num monte de caixas fazendo o candelabro cair e um incendio começar.

— Ah meu deus por favor eu vou morrer, me tirem daqui. — Gritei chorando e me esquivando do choro.

— Oh que peninha da Elle saco de batatas. — Elas sempre me zuavam assim pelas minhas roupas.

— Que você morra sua vadia. — Ouvi elas rindo enquanto eu gritava por socorro e sentia minha pele arder e meus pulmões se enfraquecerem.

— Elle? ELLE? — Acordei mais que assustada com o peito subindo e descendo desesperadamente. Rudy me olhava preocupado enquanto tudo isso. — Calma foi só um pesadelo, vem cá. — Rudy me puxou para seus braços que aceitei olhando atônita para a parede com os olhos arregalados e o corpo tremendo de forma que eu não pudesse controlar. — Quer contar pra mim o que foi?

— Fogo. — Respondi tão baixo que se eu não estivesse grudada nele, o mesmo não ouviria.

— Uhum fogo, que mais? — Ele perguntava com tanta calma enquanto fazia carinho em minhas costas.

— Escuro. Porão escuro. 

— Fogo em um porão escuro. Quem estava nele e porque? — Perguntou devagar.

— Eu só queria pegar as bonecas pra elas. — Respondi chorando muito mais e Rudy me apertou no abraço.

— Calma, toma aqui a água. — Rudy me deu sua garrafinha de água e me ajudou a beber. — Isso...Devagar. Agora vem cá. — Rudy me puxou para o banheiro e me ajudou a jogar uma água no rosto. — Prontinho amor. — Rudy secava meu rosto com cuidado. — Me conta tudo isso que você tem medo Elle, por favor?

— Tudo bem. — Concordei. — Quando meus pais morreram, minha única família verdadeira não me quis por eu ser fruto de um amor proibido. Meu pai era um fotógrafo brasileiro e minha mãe uma jovem modelo canadense. Mas era amor puro e verdadeiro Rudy, o amor deles era o amor mais lindo de todo o mundo. Sabe?

— Eu imagino. — Rudy prestava atenção.

— Mas meus avós nunca entenderam, com isso eles me deserdaram assim como fizeram com a minha mãe. Então por eu ter dupla nacionalidade e ser orfã, tive que passar por várias casas e orfanatos. Em um ano passei por sete casas e três orfanatos. Ninguém gostava de mim por eu ser branca no meio de tanta gente negra. Eu nunca tratei mal nenhum deles, pelo contrário eu nunca fui racista e meus pais sempre me fizeram acreditar que a cor é apenas cor porque o que realmente importa é um coração bom. — Me lembrei da frase deles. — Mas eles não davam nem a chance deu mostrar como eu era. Quando fiz seis anos eu fui encaminhada para um orfanato em Camden...

𝐀𝐥𝐞́𝐦 𝐝𝐚𝐬 𝐎𝐧𝐝𝐚𝐬 - 𝐑𝐮𝐝𝐲 𝐏𝐚𝐧𝐤𝐨𝐰 Onde histórias criam vida. Descubra agora