17. Mudança

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Após passar o dia e noite toda vivendo o luto pelo fim do meu casamento, eu decidi que precisava voltar a viver a minha vida, em dois dias eu sairia para um pequena turnê no México com a minha banda e não podia deixar aquilo me afetar. Dediquei todo o meu tempo em casa aos meus filhos.

A turnê no México foi divertida mesmo sem o Tucker. Consegui focar no trabalho, aproveitar o calor do público e os momentos alegres com a banda. Após o retorno aos EUA, aproveitei os dias livres para me mudar. Nós não tínhamos combinado tudo ainda, eu nem sabia como seria com as crianças, mas eu sabia que precisava trocar de casa. Eu não conseguia mais olhar para os cômodos, olhar para Jamia, olhar para as crianças sem ficar completamente melancólico. Eu precisava sair de lá para conseguir organizar meus pensamentos. Eu precisava desse distanciamento. Por sorte, encontrei uma casa no mesmo bairro com um preço bacana e consegui alugar em menos de uma semana. Não era um local definitivo, era apenas para esse primeiro momento até que eu tivesse tempo de escolher uma casa para comprar. Duas semanas após voltar do México, eu já estava me mudando com a ajuda do Tucker, do Matt e do Evan.

Ao final do segundo dia de mudança, os meninos já haviam ido embora e eu comecei a mexer em caixas que não estavam etiquetadas e provavelmente eram um misto de várias coisas. Na segunda caixa dessas que eu abri, encontrei uma pequena caixa de veludo que eu conhecia muito bem, era o meu Wayfinder que estava guardado. Coloquei ele no pescoço e perguntei "Será que você vai continuar me ajudando? Espero que sim", e soltei o pingente para continuar olhando as outras coisas que estavam ali. Lá pela quinta caixa aberta, encontrei as anotações do dia em que Jamia pediu a separação. Uma das letras me chamou a atenção.

"I come alive forged in fire

My love will break these

Chains built from pain

They can't hold me down"

Notei que ali havia um certo potencial para uma música. Deixei as anotações na mesa que havia em um dos cantos do meu novo quarto.

Passei o dia seguinte perdido em caixas e malas, já que eu estava indo fazer mais uma pequena turnê nos EUA. Passamos por vários estados americanos até que, na segunda semana da turnê, meu celular começa a vibrar descontroladamente. Pessoas diferentes vindo falar comigo sobre Jonas Brothers e eu não estava entendendo nada. Até que olhei o grupo do Return e havia mais de 10 mensagens não lidas e decidi abrir o grupo só para garantir.

"Vocês viram o que o Jonas Brother disse?", dizia a mensagem de Gerard.

"Acabei de ver, o que a gente faz?", dizia Ray.

"Gente, o que vocês estão falando?", perguntou Mikey.

Então, Gerard enviou um vídeo de uma entrevista dos Jonas Brothers em que um deles falava "O My Chemical Romance, aparentemente, estava ensaiando perto de nós em um estúdio de Nova York. Eu pensei que eles tinham terminado, então não sei."

Eu abri o vídeo e fiquei completamente em choque. Eu estava no quarto do hotel e precisei me sentar na cama. Eu dei play no vídeo novamente para ter certeza que eu tinha entendido certo. Aquele desgraçado tinha divulgado o nosso retorno. O retorno que seria no meu aniversário. Eu estava com tanta raiva. Eu queria poder socar a cara dele. Como aquele maldito se achava no direito de fazer algo assim? Será que a gente podia processá-lo? Eu queria acabar com a raça dele.

"Eu não sei vocês, mas eu vou acabar com a raça dele.", mandei no grupo.

"Calma, Frankie, a gente precisa pensar." Me lembrou Ray.

"Gente, eu tô com um milhão de entrevistas marcadas por causa do Barriers, o que eu faço se perguntarem?", eu disse apreensivo.

"NEGA TUDO!", mandou Gerard.

"Você acha que vão acreditar?", perguntei.

"Vão acreditar mais nos membros da banda do que num idiota da disney.", disse Mikey.

"Que merda, o Frank é o pior de nós para esconder segredos HAHA", enviou Ray rindo da minha cara.

"Pois é, eu vou tentar, galera. Torçam por mim." Respondi.

Liguei para Gerard logo em seguida e ele disse que também queria acabar com o maldito Joe Jonas, chegou a inclusive cogitar ir no estúdio que eles ensaiam ameaçar ele, mas desistiu da ideia. Conversamos um pouco sobre tudo que estava acontecendo comigo e ele sugeriu de nós passarmos algum tempo juntos para que eu não ficasse tão sozinho. Eu aceitei logo de cara e marcamos para ele ir passar uns dias na minha casa nova em Jersey no final do mês.

Os dias seguintes da turnê foram muitos cheios e intensos, já que haviam muitas cidades e muitos shows na agenda. Dois dias antes de voltar pra Jersey, eu mandei uma mensagem para Gerard.

"Estou voltando pra Jersey, quando a gente se vê?", eu perguntei.

"Putz, baby, eu vou ter uns compromissos de quadrinhos agora, eu não vou conseguir cancelar.", ele respondeu seguido de um emoji triste.

"Tudo bem.", eu não conseguia disfarçar a minha tristeza.

"Mas você pode vir pra cá quando voltar da Europa, que tal? Só nós dois, eu prometo!", ele sugeriu.

"Eu gosto dessa ideia." Respondi com um emoji de diabinho logo em seguida.

Uma semana depois, eu estava viajando para a Inglaterra para uma turnê intensa de uma semana por toda a Europa.


Broken Clock [FRERARD]Onde histórias criam vida. Descubra agora