19. Restaurante

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Agradeci ao Frank do passado por ter programado tanto trabalho para esse ano. Eu não paro nem um minuto de trabalhar. São shows, entrevistas, gravações e várias outras coisas que ocupam o meu tempo. Recebo cerca de 5 ligações por dia de um número desconhecido e rejeito todas. Cortei totalmente as chances de algum contato com Gerard. Mikey e Ray sempre estão tocando no assunto e me pedindo para deixar Gerard me explicar o que aconteceu e eu sempre os lembro que quando Gerard quis distância de mim, eles respeitaram a vontade dele e agora é a minha vez. Mas Gerard não desiste, como eu fiz em algum momento. É exaustivo tentar me afastar. Após várias mensagens de SMS, instagram e twitter, eu decidi que deveria deixá-lo falar para poder me afastar de vez. Então atendi uma de suas ligações após 20 dias de muita insistência.

— Alô? - Eu disse já sabendo quem iria responder.
— Frank? Frank, é você? - Disse Gerard, apreensivo.
— Olá, Gerard. - Eu respondi de forma seca.
— Frank, a gente pode conversar? - Ele parecia ansioso.
— Claro. - Eu falei sem emoção.
— Pode ser pessoalmente? Eu soube que você vai vir pra cá amanhã. Eu posso ir pra Jersey se você quiser. - Ele falava de forma rápida, como se estivesse com medo que eu fosse desligar.
— Não precisa. Pode ser em LA. Almoço amanhã naquele restaurante vegetariano que eu gosto? - Sugeri.
— Perfeito. Meio-dia eu estarei lá. - Eu sabia que ele estava com um sorriso no rosto.
— Combinado então. Tchau. - E desliguei.
No dia seguinte, eu cheguei em LA e fui direto para o restaurante combinado. Cheguei por volta de meio-dia e meio e Gerard já estava me esperando, tomando um suco de laranja em uma mesa no fundo.
— Oi, Frank. - Ele disse com um sorriso, enquanto se levantava da cadeira.
— Oi. - Eu disse sério me sentando na sua frente, evitando qualquer chance de toque.
— Como você tá? - Ele perguntou colocando os cotovelos sobre a mesa e apoiando o rosto nas mãos.
— Trabalhando bastante. - Eu não devolvi a pergunta de propósito, eu não queria saber nada dele.
— Sabendo que você ama o seu trabalho, eu imagino que isso seja bom. - Ele disse olhando pra baixo.
— É, eu acho que sim. - Eu falei enquanto pegava o cardápio na mesa e olhava as opções.
— Frank, eu preciso te contar tudo que aconteceu. - Ele retirou os braços da mesa e mexia nas próprias mãos.
— Pode começar. - Eu falei olhando pra ele rapidamente.
— Então, você já sabe que a Lindsey voltou pra minha vida e ela voltou querendo mais, muito mais. Ela manipulou a Bandit contra mim e começou a me ameaçar em troca de dinheiro e a desistência o divórcio. - Ele media cada palavra que saía de sua boca.
— Até aí, nada novo sob o sol. - Eu dei de ombros.
— Sim. Mas o que mudou foi que eu falei com um bom advogado que me orientou a fazer o jogo dela e gravar tudo que ela falava. Eu deixei ela achar que estava no comando para ela falar coisas horríveis e eu poder usar aquilo tudo contra ela. - Ele estava empolgado.
— Finalmente. - Eu falei me encostando na cadeira e cruzando os braços.
— Aquele dia, eu não estava chorando por medo dela, eu estava chorando por precisar fazer aquilo com você daquela forma. Eu sabia que aquele seria o único jeito de conseguir fazer ela acreditar que estava no comando. Quando eu te liguei, ela estava ouvindo tudo. Eu ia te dar um sinal que era tudo uma farsa, mas você não me deixou falar e ela me mandou desligar. Eu não podia contrariá-la. Logo em seguida, eu queria te contar tudo, mas você não me atendeu. Eu chorei tanto, Frank. Eu nunca, em nenhum momento, quis fazer nada disso. Nunca. - A voz dele estava falhando.
— E você conseguiu enganar ela? - Eu me mantive sério.
— Sim, ela disse coisas péssimas sobre mim e eu aproveitei pra falar coisas como “eu estoulimpo há 7 anos” e “eu não acredito que você quebrou mais um celular” enquanto ela respondia “ninguém vai acreditar em você” e “foda-se, você é rico e pode comprar outro”. O advogado já está com tudo e entramos com uma ação restritiva contra ela essa semana. - Ele segurou o choro.
— Que bom. - No fundo, eu estava aliviado.
— FRANK? MEU DEUS! FRANK! MEU DEUS! GERARD! EU NÃO ACREDITO!!!! - disse uma voz feminina atrás de mim.

“Que bom, tudo que eu precisava agora é uma fã”, eu pensei. Olhei pra trás e vi uma mulher loira com uma camiseta com o meu rosto estampado e os olhos brilhando.
— MEU DEUS! EU NÃO ACREDITO!!! EU AMO VOCÊS!!!!! - Ela não parava de gritar.
— Oi, tudo bem? - Eu perguntei enquanto me levantava da cadeira.
— Oi. - Disse Gerard de forma tímida.
— Eu… Eu posso tirar uma foto com vocês? As músicas de vocês salvaram a minha vida! Hoje é o melhor dia da minha vida! - Ela não parava de falar e a boca dela continuava aberta em surpresa.
— Claro que pode. Eu fico muito feliz que você goste da gente. - Eu respondi com um sorriso.
— Sim. Obrigada por acompanhar o nosso trabalho. - Disse Gerard sorrindo também. Nós ficamos cada um de um lado dela para a foto. Gerard aproveitou a situação para passar o braço pelo ombro dela e tocar o meu ombro do outro lado. Eu ignorei o toque.
— Obrigada, obrigada, obrigada! Sério. Por favor. Continuem fazendo música. Significa muito pra mim! - Ela pediu com os olhos cheios de lágrimas.
— Pode deixar! - Eu e Gerard respondemos juntos e rimos em seguida.

A fã emocionada foi embora, nós fizemos os nossos pedidos e nos voltamos para a conversa.

— Então, era isso que eu precisava te explicar. Eu queria que você entendesse que eu nunca quis acabar nada entre nós. - Gerard disse olhando nos meus olhos.
— Eu entendo, Gerard. E eu não estou bravo com você. - Eu disse de forma sincera.
— Não? - Ele parecia confuso.
— Não, como eu disse, eu entendo. Mas eu não consigo mais lidar com tudo isso. Eu não aguento mais, sabe? O meu divórcio já está sendo muito doloroso. Eu quero paz. Eu quero focar no meu trabalho. Quero poder me dedicar ao My Chem. E eu sinto que se isso continuar acontecendo, eu nunca vou poder me dedicar totalmente, entende?
— Entendo. Mas agora nós não vamos mais ter esse problema, Frank. Nós dois estamos solteiros e finalmente podemos nos dedicar a nós também. - Ele estava triste.
— Mas não é isso que eu quero, Gee. Eu quero ficar solteiro. Eu nunca fui solteiro na minha vida. Eu preciso desse tempo pra mim e eu espero que você respeite isso. - Eu falei olhando nos olhos dele, que se encheram de lágrimas.
— Tá bom, Frank. Eu vou respeitar. - Ele disse olhando para baixo e limpando o rosto.
— Obrigado, Gee. - Eu dei um suspiro.
Ele desistiu de comer e foi embora do restaurante. Pedi para embalar o meu pedido pra viagem e fui comer no hotel. Marcamos um ensaio em LA mesmo, no dia seguinte.

Chegando ao estúdio, Gerard parecia abatido enquanto Mikey e Ray estavam empolgados. Eu chamei Gerard para fumar um cigarro antes de começarmos.

— Tá tudo bem? Se você quiser cancelar, eu vou entender. - Eu disse pegando a minha carteira de cigarro do bolso da jaqueta.
— Tá sim. Eu vou precisar aprender a lidar com isso, né? Eu não posso decepcionar os meninos. - Ele deu de ombros.
— Eu quero continuar sendo seu amigo, eu não vou te ignorar totalmente. Só se você quiser. - Eu dei um trago no cigarro.
— Não, jamais. Amigos? - Ele perguntou estendendo a mão.
— Amigos! - Eu respondi comprimentando ele e com um sorriso no rosto.

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N/A: E aí, o que vocês estão achando dessa amizade?

Passei para dar um recado para vocês. Meu computador estragou e eu estou escrevendo conforme consigo no meu horário de almoço no trabalho, por isso as atualizações diminuiram aqui. Prometo que logo as coisas vão se ajeitar e chegaremos ao final dessa história.

Obrigada por comentar e votar. Amo vocês! ❤️

Broken Clock [FRERARD]Onde histórias criam vida. Descubra agora