Broken Clock [FRERARD]

13. Stories

Já se passaram 4 meses desde o meu aniversário e tudo está muito confuso, parece que o meu futuro é um grande borrão na minha mente. Jamia passa cada vez mais tempo fora de casa com as amigas, Gerard está super ocupado por causa do lançamento de The Umbrella Academy na Netflix e eu estou muito ocupado por estar em tour com o Future Violents. Tudo isso tem me frustrado muito. A única parte ruim do meu trabalho era ficar longe da minha família e dos meus amigos e isso estava me deprimindo. Em três semanas eu sairia em tour com o Taking Back Sunday e logo em seguida iria para a América do Sul em uma longa tour por vários países, meu coração estava apertado em saber que ficaria tanto tempo fora de casa e tanto tempo sem ensaiar com o My Chem.

Decidi falar com os meninos para tentar um último ensaio antes da tour e conseguimos marcar. Em uma semana eu iria para Nova York passar dois dias com a minha banda favorita. E essa semana passou voando com todas as coisas para resolver da carreira solo.

Chegando em NY, nem pensei duas vezes e fui direto para o quarto de Gerard.

— Oi, babe. - Eu sorri quando ele abriu a porta uniformizado com a sua parka verde como sempre.

— FRANKIE! - Ele praticamente pulou em cima de mim com um abraço longo e apertado.

— Eu também estava com saudade! - Respondi com certa dificuldade porque ele ainda estava me apertando bastante.

— Eu também, eu também. - O som saiu abafado de seus lábios porque o seu rosto estava enterrado no meu pescoço.

Após mais alguns segundos naquele abraço, ele se afastou um pouco para me puxar pra dentro do quarto e me colocar na cama. Deitamos completamente vestidos, sapatos inclusos, para ficarmos abraçados. Não era uma tensão sexual, era falta de contato, de carinho. Não precisávamos de sexo, apenas da companhia um do outro, era disso que estávamos com saudade.

— Como estão as coisas da carreira solo? - Ele perguntou ajeitando a cabeça sobre o meu peito.

— Muito bem. Na verdade, assustadoramente bem. Eu ainda não acredito que vamos viajar tantos países esse ano. Eu nunca achei que fosse conseguir ir pra Rússia ou para o Brasil sem o My Chem. - Eu disse enquanto fazia carinho no seu cabelo.

— Eu acredito! Você é tão talentoso, é lógico que você faça sucesso, Frankie. - Ele me deu um beijo suave como confirmação do que ele estava dizendo.

— Você sabe como é difícil olhar para o próprio trabalho desse jeito, baby. - Eu disse retribuindo o beijo logo em seguida.

— Eu sei, eu sei. Mas eu nunca vou desistir de tentar te mostrar o quanto você é lindo, o quanto você é talentoso e o quanto você é especial. - Ele dizia com um tom convencido, daqueles que a pessoa demonstra que está cheia de razão.

— Eu te amo, Gee. - Abri um sorriso e abracei ele novamente.

— Eu também te amo, baby. - Ele selou nossas bocas novamente, mas dessa vez com um beijo intenso.

(...)

Depois de matar as saudades de cada pedaço do corpo do Gee, tomamos um banho e fomos ensaiar. Já fazia algum tempo desde o último ensaio em janeiro, então focamos em tocar só as nossas favoritas de cada álbum, sem muita pressão. De noite, jantamos no quarto de Mikey e fizemos mais uma reunião com Brian que disse que havia falado com o Thursday e que eles também topavam tocar com a gente e que agora a escolha era nossa. Eu pedi mais algum tempo para pensar e o Brian foi compreensivo. Tentei ao máximo afastar todos os pensamentos ruins que estavam na minha cabeça sobre isso e focar em aproveitar o momento.

Depois da reunião, Gerard veio dormir comigo no meu quarto. Não falamos mais sobre The Used ou Bert, nós sabíamos onde aquilo ia parar. Apenas falamos sobre Umbrella e focamos em aproveitar ao máximo nossas companhias.

— Você tinha me prometido que nós teríamos mais um dia só pra gente nessa viagem. - Eu protestei.

— Eu sei, baby, mas eu tenho compromissos em LA por causa de Umbrella, eu não posso adiá-los. - Ele disse me puxando para um abraço onde fui eu quem repousou a cabeça em seu peito dessa vez.

— A vida é muito injusta, odeio esses compromissos e nós nem sabemos quando vamos nos ver de novo. - Eu passeava meus dedos sobre o seu peito que tinha uma respiração tranquila.

— Eu também odeio, baby. - Ele me fazia um cafuné lento e delicioso.

Ficamos deitados por mais algum tempo antes de dormir. No outro dia, Gerard teve que ir embora cedo, mas os meninos ficaram e nós almoçamos juntos. Voltei pra Jersey de tarde.

Quando cheguei em casa, aproveitei para brincar com Lois e as crianças. Eu estava fazendo o máximo para aproveitar cada momento com elas também.

À noite eu fui para o porão escrever alguns riffs que não saiam da minha cabeça e tentei ligar para Gerard para saber se tudo havia corrido bem durante o dia, mas ele não me atendeu. Imaginei que ele deveria estar em algum jantar de negócios ou algo do tipo. Continuei no porão até a hora do jogo do Liverpool, fui para a sala de cinema para poder gritar sem incomodar ninguém e Lois me acompanhou. No intervalo do jogo aproveitei para matar o tempo no instagram e ver os stories dos amigos.

Passei pelos stories do Tucker, da Kayleigh, do MIkey, da Kristin, até que cheguei aos stories de Brian. Ele parecia estar em algum bar ou restaurante. A iluminação era baixa, a mesa com garrafas de whiskey e cerveja. Parecia haver um show ou algo assim acontecendo, o som era estourado, tudo era muito confuso. Até que eu vi uma mão em uma foto. Uma mão que eu conhecia muito bem. Era a mão de Gerard. Eu já congelei e fiquei olhando mais atentamente a cada foto e vídeo. E ele apareceu, Bert. Brian estava em um bar bebendo com Bert e Gerard. Era possível ouvir as risadas, eles estavam se divertindo. Eles estavam bêbados. Gerard mentiu pra mim e ainda estava bebendo com Bert. Claro que estava com Bert. Quem mais seria capaz de tirar Gerard da sobriedade? Eu queria estar lá. Queria poder tirar Gerard de lá. Queria gritar o quanto ele era idiota por cair no papo de Bert novamente. Queria poder xingá-lo por mentir pra mim. Queria ter o teletransporte para chegar do outro lado do país em 5 minutos. Mas tudo que eu fiz foi fechar o instagram, abraçar Lois e voltar a assistir o jogo do Liverpool enquanto as lágrimas escorriam do meu rosto.