Sonhos Roubados [Completo]

Capítulo 31 - Parte III.

   Me vi perdida no meio daquela sala, abobada com a última frase de Will, doida por ter que arrumar uma roupa para hoje a noite e com o coração batendo forte por ele.

- Vamos lá, Salete! Uma coisa de cada vez. -suapirei tentando manter a calma.

 

   Fui para o quarto, troquei a roupa, peguei o dinheiro que estava no pote do armário da cozinha e saí apressada.

- Caramba!  Por que ele tinha que falar tudo tão rápido? -me perguntei rindo do meu desespero que talvez era em vão.

   Peguei um ônibus e desci no shopping, não era tão longe, mais se eu fosse caminhando, demoraria um pouco.

   Observei algumas vitrines, muita cor, coisas exageradas, passei direto por uma loja movimentada.

  Parei numa vitrine, qual uma saia de cós alto me atraiu, adentrei na loja e não tive duvida ,  pedi ajuda  a vendedora, para encontrar uma blusa que combinaria, ela sugeriu uma seda azul escura, concordei e levei, não saiu tão caro assim, pelo menos sobrou grana pra mim voltar pra casa, era por volta das quatro horas da tarde.

   Me perguntei por que eu estava tão preocupada com a aparência, era besteira, mas eu queria estar bonita.

   Passei o dia viajando no tempo e esboçando sorrisos, ao lembrar da falta de jeito do Will e seus olhos pequenos que o deixava tão fofo!  É, eu sei, isso coisa de gente apaixonada. Então talvez eu me encontrava nesse estado..

*****

  Bateram à porta, e eu tinha certeza ser Ele,  eu já estava arrumada:  Vestia a saia estampada e por dentro do cós alto, uma blusa com pouco decote, prendi meu ruivo num coque chique, deixando somente uma mecha presa atrás da orelha, usei uma bolsa pequena  de mão, a qual tinha uma franja de fios  pratas em ondas pendurados nela, a qual não cabia nada mais que meu celular e meu batom,  nos pés, um salto alto  grosso e resolvi deixar a maquiagem fraca.

- Boa noite, amor. -ele disse e esboçou seu sorriso sedutor.

- Boa noite. -devolvi o sorriso.

- Você está linda. -falou e me ofereceu o braço.

   Saímos como um verdadeiro casal, ele estava lindo, uma calça jeans um tanto justa, que marcava seu bubum, uma T-shirt verde como seus olhos, seu loiro ganhou arrepios lhe dando uma carinha mais jovem, mais sua barba clarinha por fazer, provava o quão homem ele já era.

- Estou nervosa. -falei enquanto ele dirigia.

- Por que? -perguntou como se não soubesse.

- Acha que sua mãe vai gostar de mim? -perguntei, minhas mãos suavam e eu odiei isso.

- Tá brincando?!  Claro que vai, ela vai querer conversar o tempo todo, então, prepare-se. -ele riu.

- Sei...  -falei desconfortável.

- Relaxa, dona Ana é gente boa. -ele piscou um olho e se soubesse como ficava sexy assim, faria o tempo todo perto de mim.

- Você nem tinha falado o nome dela! Olha o mico que eu ia pagar. -dei risada.

- Mas o meu Pai você já conhece né? -ele disse sorrindo.

- Gosto quando ouço chamando-o de Pai. -observei.

- É estranho chamá-lo assim. -ele disse sério encarando a pista.

- Daqui a pouco acostuma.