Capítulo 21

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           Acabei adormecendo no sofá, tive um terrível sonho , acordei em um pulo com o som do interfone, pela primeira vez agradeci por ele tocar.

- Oi. -atendi.

- Bob está aqui em baixo querendo falar com você . -avisaram-me.

- Fale pra subir. -falei sem ânimo e desliguei.

    Verifiquei o rlógio e eram seis horas da noite, pensei no que Bob queria falar, pois imaginava que demoraria pra mim o ver. 

   Em minutos ele bateu na porta, fui até ela e a abri. Ele me puxou rápido pela cintura e me beijou em desespero. Esquivei-me de seus braços completamente surpresa.

- O que pensa que está fazendo? -o encarei.

- Eu saí daqui as pressas, pois precisava pensar, você deve ter pensado coisas erradas sobre mim por isso, mas eu voltei e preciso lhe contar coisas que você também não sabe ao meu respeito. Salete eu te amo.

- Bob... -enrolei, pois não sabia o que dizer.

- Não precisa falar que me ama , só por que eu disse. Apenas me escute. -falou dando um sorriso.

- Entre. -falei ainda surpresa com o beijo que apesar de atrapalhado pelo seu desespero, foi caloroso.

    Ele se sentou no sofá, me olhou nos olhos, suspirou e disse:

- Está preparada pra ouvir? 

- Você está me assustando. -falei.

- Eu quero que você me conte mais do que sofreu, eu sei que agora não vai querer,mas depois do que eu te contar, vai entender. -disse já mais calmo.

- Bob, desembucha! -falei rindo pouco.

- Ta certo, lembra da Rebeca? Então, ela é filha da minha irmã desnaturada que fugiu com o suposto amor de sua vida, desde então seu filha ficou morando com a gente. Rebeca não sofreu tanto com isso pois foi abandonada quando ainda não tinha nem um ano. Quando ela tinha dez anos pediu pra mim a levar na casa de uma miguinha que disse que era perto, eu era um cara que não queria nada com a vida e era muito  preguiçoso. -deu uma pausa e me encarou.

- E pelo jeito você mudou, prossiga. -falei.

- Nesse dia, eu disse se era tão perto ela podia ir sozinha, então ela foi sem reclamar. Ma passou das oito da noite e ela não tinha chegado ainda, meus pais já não estava, decidi sair em busca dela. Eu não fazia idéia de onde ela estava. -parou de falar para limpar um lágrima que rolava.

- Seja lá o que for, fique forte. Se não quiser falar mais, não precisa. -falei, pois ele parecia muito triste.

- Não , eu preciso continuar. -falou.

- Então continue. -peguei na sua mão.

- Eu a encontrei numa rua com pouca iluminação, ela estava quase nua, eu vi apenas um vulto fugindo ao longe, exitei em ir atrás dele, pois precisava socorrer a minha sobrinha que chorava desesperada. Ela foi estuprada por um filho da puta que eu estou atrás. -ele disse já chorando mais.

    Eu fiquei sem falar nada, o fiz deitar em minha coxas e acariciei seus cabelos, eu também tinha lágrimas no rosto, nunca podia imaginar que aquela doce menina tinha passado por isso.

- Eu sinto muito. -falei com a voz embargada.

- Essa dor, esse sentimento de culpa me atormenta à dois anos. -falou. Eu o levantei do meu colo e fiz ele olhar em meus olhos.

- Você não tem cupa de nda, eu me senti culpada por muitos anos , achando que eu é que provocava ele, mas não é bem assim. -falei séria.

- Mas ela saiu sozinha porque eu não quis a levar. -ele disse parando um pouco de chorar.

Sonhos Roubados [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora