Acabei adormecendo no sofá, tive um terrível sonho , acordei em um pulo com o som do interfone, pela primeira vez agradeci por ele tocar.
- Oi. -atendi.
- Bob está aqui em baixo querendo falar com você . -avisaram-me.
- Fale pra subir. -falei sem ânimo e desliguei.
Verifiquei o rlógio e eram seis horas da noite, pensei no que Bob queria falar, pois imaginava que demoraria pra mim o ver.
Em minutos ele bateu na porta, fui até ela e a abri. Ele me puxou rápido pela cintura e me beijou em desespero. Esquivei-me de seus braços completamente surpresa.
- O que pensa que está fazendo? -o encarei.
- Eu saí daqui as pressas, pois precisava pensar, você deve ter pensado coisas erradas sobre mim por isso, mas eu voltei e preciso lhe contar coisas que você também não sabe ao meu respeito. Salete eu te amo.
- Bob... -enrolei, pois não sabia o que dizer.
- Não precisa falar que me ama , só por que eu disse. Apenas me escute. -falou dando um sorriso.
- Entre. -falei ainda surpresa com o beijo que apesar de atrapalhado pelo seu desespero, foi caloroso.
Ele se sentou no sofá, me olhou nos olhos, suspirou e disse:
- Está preparada pra ouvir?
- Você está me assustando. -falei.
- Eu quero que você me conte mais do que sofreu, eu sei que agora não vai querer,mas depois do que eu te contar, vai entender. -disse já mais calmo.
- Bob, desembucha! -falei rindo pouco.
- Ta certo, lembra da Rebeca? Então, ela é filha da minha irmã desnaturada que fugiu com o suposto amor de sua vida, desde então seu filha ficou morando com a gente. Rebeca não sofreu tanto com isso pois foi abandonada quando ainda não tinha nem um ano. Quando ela tinha dez anos pediu pra mim a levar na casa de uma miguinha que disse que era perto, eu era um cara que não queria nada com a vida e era muito preguiçoso. -deu uma pausa e me encarou.
- E pelo jeito você mudou, prossiga. -falei.
- Nesse dia, eu disse se era tão perto ela podia ir sozinha, então ela foi sem reclamar. Ma passou das oito da noite e ela não tinha chegado ainda, meus pais já não estava, decidi sair em busca dela. Eu não fazia idéia de onde ela estava. -parou de falar para limpar um lágrima que rolava.
- Seja lá o que for, fique forte. Se não quiser falar mais, não precisa. -falei, pois ele parecia muito triste.
- Não , eu preciso continuar. -falou.
- Então continue. -peguei na sua mão.
- Eu a encontrei numa rua com pouca iluminação, ela estava quase nua, eu vi apenas um vulto fugindo ao longe, exitei em ir atrás dele, pois precisava socorrer a minha sobrinha que chorava desesperada. Ela foi estuprada por um filho da puta que eu estou atrás. -ele disse já chorando mais.
Eu fiquei sem falar nada, o fiz deitar em minha coxas e acariciei seus cabelos, eu também tinha lágrimas no rosto, nunca podia imaginar que aquela doce menina tinha passado por isso.
- Eu sinto muito. -falei com a voz embargada.
- Essa dor, esse sentimento de culpa me atormenta à dois anos. -falou. Eu o levantei do meu colo e fiz ele olhar em meus olhos.
- Você não tem cupa de nda, eu me senti culpada por muitos anos , achando que eu é que provocava ele, mas não é bem assim. -falei séria.
- Mas ela saiu sozinha porque eu não quis a levar. -ele disse parando um pouco de chorar.
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Sonhos Roubados [Completo]
RomantizmSalete tem um passado traumático,teve sua infância marcada por abusos sexuais constantes. Hoje com vinte e quatro anos tem uma vida sem graça e vazia. Com isso decide procurar seu agressor, para que a justiça seja feita. No meio dessa sua dif...