Capítulo 32 - Parte III- Por Will

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    Bob...

   Depois de passar na casa de Amanda, decidi pegar um táxi pra ir para casa, eu estava todo dolorido por conta da briga com aquele desgraçado, mas isso teria volta. Amanda foi tão fria comigo que eu até estranhei, geralmente a tenho aos meus pés.

  Cheguei em casa e encontrei minha mãe na sala.

- Meu filho, o que houve com você?! -ela perguntou de olhos arregalados.

- Não foi nada. -falei e passei direto por ela.

- Como não?  Olha pra você. -ela disse e veio atras de mim que já subia a escada.

- Me deixa, Mãe. Foi só uma briga! -gritei e logo me arrependi por ser tão rude com ela.

   Mas subi a escada correndo e me traquei no quarto, depois de socar alguns travesseiros, eu me joguei na cama, senti uma dor na coluna,  o que me deu ódio por lembrar de Will.

   Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, ultimamente tenho tratado tão mal as pessoas que amo, como por exemplo a minha mãe, até mesmo Amanda, que apesar de tudo, é a única que  está sempre ao meu lado, me apoiando nas maiores loucuras, ela nunca ligou o fato de eu ainda querer Salete, por isso eu falava tão abertamente sobre ela para a mesma, mas ela estava diferente ,mal me deu atenção.

   Parei pra pensar, e percebi o quão idiota eu tenho sido nesses últimos dias, quando peguei Salete brutalmente em seu quarto, eu não sabia exatamente o que ia fazer com ela ... Sei lá, depois de tudo que aconteceu, quando consegui pôr o maldito do seu irmão na cadeia, achei que ficaria tudo bem, por um lado ficou, não me sentia mais em dívida com a minha família, mas e o meu coração, Salete, Amanda?  Não sei...

  Eu estava perdido, e pra não ter que pensar em mais problemas, eu dormi...

****

   Acordei com alguém batendo a porta, não queria nem abri os olhos, mas tive que fazer, por pancadas mais fortes na porta.

- O que é? -perguntei.

- Aquela moça está lá embaixo querendo falar contigo. -ouvi minha mãe dizer.

- Amanda? -sorri. -Fala pra ela subir.

  Ouvi os passos da minha mãe caminhar no corredor, verifiquei o relógio e eu dormi por duas horas, poderia ser mais, senão fosse a visita dela, que poderia ser agradável ou não, Amanda era imprevisível.

- Oi. -ela apareceu.

- Oi. -respondi sorrindo, mas logo o desfiz quando vi seu rosto sério e a maquiagem borrada.

- Está melhor? -perguntou.

- Eu sim, mas você parece que não. -falei rindo.

- Não eu não estou bem, Bob e a culpa é sua! -ela aumentou o tom de voz.

- O que eu fiz dessa vez? -perguntei incrédulo.

- O QUE VOCÊ FEZ?  VOCÊ É UM CRETINO! -gritou e eu me assustei, estava crente que ela veio me agradar em casa,daí ela atira as sete pedras que tem em mãos.

  Me levantei rápido, já nervoso e fui até ela.

- Quem você pensa que é pra vir falar assim comigo? -segurei forte em seu braço.

- Eu estou cansada, Bob, de ser usada, ME SOLTA!  Você só vem atrás de mim quando tá mal, você pensa que eu sou o quê?  -ela gritou me empurrando.

- Você nunca se importou! -protestei sem argumento.

- A claro, porque toda mulher adora servi de bonequinha do sexo para um homem, e só! -ironizou, mas eu sabia que não era assim, reconheço o valor de uma mulher, mas achei que com ela era diferente. -Eu tenho sentimentos Bob, eu o amo tanto que tá doendo, mas não pode ser assim, vou fazer doer em você também, nem que eu te cubra de porrada como fez o namoradinho da sua amada. -ela gritou e junto com as lágrimas eu pude ver o ódio que carregava.

   Senti seus punhos bater contra meu peito, a segurei.

- PARA! -gritei.

- Eu odeio você, Bob! -gritou.

- Você disse que ama agorinha pouco. -falei.

- Caraca, você parece não ter coração! -limpou as lagrimas e falou mais baixo.

  Aquilo doeu em mim também, logo eu, que tinha como lema não deixar uma mulher sofrer, já tinha feito duas.

- Desculpa, Amanda. -foi tudo que consegui dizer.

- Desculpa? Desculpa a gente pede quando sem querer esbarra em alguém, você esbarrou no meu coração e agora, Bob? Tô quase destruída, mas eu vou superar, e você vai sofrer em dobro. Só vim aqui dizer que acabou, eu não quero mais te ver, e pra você tomar cuidado, cuidado ao andar sozinho por aí. -falou com ódio.

- Você está me ameaçando, é isso? -perguntei.

- Entenda como quiser. -falou séria  e eu realmente temi pelo que ela podia fazer.

- Amanda não sai assim, vamos conversar direito! -puxei seu braço antes que ela passasse pela porta.

- A uma ultima coisa. -ela falou, vi sua mão rodopiar no ar e acertou em cheio a minha face, fazendo queimar. -Você nunca mais vai ter esse corpinho, seu detetive de merda. -ela disse e saiu rebolando.

- Desgraçada! -gritei e acertei o travesseiro na porta.

   Eu tinha ganhado uma inimiga perigosa e gostosa, mas qual nunca mais me deixaria  experimenta-lá , e sua ameaça talvez tenha sido algo espontâneo, sem verdade, mas a bofetada doeu, acho que hoje é o meu dia de apanhar.

   A minha vida se virou de cabeça para baixo e eu não sabia mais o que fazer, agora sem Amanda, sem Salete, não sei se ainda podia contar com a  minha família, uma vez que tenho sido um idiota com eles também.

 

    Nunca estive tão só, tão perdido como estou.

- Droga! -gritei e senti as lágrimas inundarem meu rosto.

  

   Eu me fiz de forte esse tempo todo,mas

chega um momento  que não dá mais pra esconder a tristeza

- É, acho que é a hora de receber as porradas da vida, sozinho.

Sonhos Roubados [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora