Amanda...
Bob Já se tornara um pensamento constante do meu dia-a-dia, não tinha jeito, eu tomava banho e imaginava ele comigo, sentava à mesa para almoçar, conversava sozinha, fantasiando suas respostas. Eu Já sentia medo desse sentimento. No começo eu realmente não queria amar Bob, mas desde o primeiro dia, ele Já me chamou a atenção, mas tinha consciência de que era o namorado da minha amiga, tanto é que eu pus em minha mente que ele era apenas um cara simpático que faria Salete muito feliz, mas depois do beijo tudo mudou...
Eu estava sentada à minha cama checando as redes sociais quando minha mãe gritou-me.
- OI! -respondi num outro grito.
- Anda menina tem uma visita pra tu! -minha mãe gritou de volta.
Saí da cama em pulo e cheguei rápido à sala.
- Bob! -exclamei ao vê-lo vestido todo de preto.
- Oi, preciso conversar com você. -respondeu sério.
- Pois não? -quis saber.
- Poderia ser a sós? -ele olhou para minha mãe parada bem na nossa frente.
- É.. Com licença. -ela disse sorrindo sem graça.
- Não precisa mãe, vamos ao meu quarto, Bob. -alarmei sorrindo.
- É... Tudo bem.. -Bob murmurou.
Ele parecia tenso demais, o que por um momento preocupou-me, sentou-se na cama um pouco desconfortável.
- Diga. -falei.
- Eu tenho que falar com Salete uma coisa muito importante, mas ela não quer de jeito nenhum. Acha que pode me ajudar? -indagou preocupado.
- Ela também não quer me ver.
- Mas você sempre tem planos.
- O que quer falar com ela ?
- Um assunto Sério!
- Abre o jogo,vai?
- Sobre Matheus, o irmão dela.
- Você sabe dessa história ?!
- Sim, é uma longa coisa... Então eu preciso falar logo com ela.
- Ei você é detetive! sabe alguma coisa sobre o paradeiro dele?
- É por aí...
- Então me conte!
- Não, é só com ela.
- Ta, mas eu não sei o que fazer. Você já tentou falar com ela?
- Sim, eu praticamente invadi a casa dela, mas só queria esperá-la chegar. E como já imagina, ela me expulsou de lá sem ao menos ouvi meia palavra.
- A claro, você é burro? Invade a casa dela e acha que vai ficar de boa?!
- A, eu agi sem pensar.
- Agora não sei, manda mensagem dizendo do que se trata, talvez ela lhe responda.
- Mas não queria falar dele, assim super direto, pois sei como ela fica mau, queria estar perto para a tranquilizar.
- A então não sei!
- Tá, vou pensar em alguma coisa, mas de qualquer forma, obrigado.
- Conta sempre comigo.
Fiz um afago em sua mão gélida, ele me olhava sério, mas com certo carinho.
- Bob, e nós ? -quis saber.
- Não tem nós . -disse frio.
- Poxa, vai dizer que eu não mexo nenhum pouquinho com você? -indaguei.
- Claro que mexe, você é linda e simpática, mas meu coração ainda pertence a Salete. -sorriu fraco fazendo um carinho no meu rosto tristonho.
- Você disse “ainda”, se não fosse por ela, você me amaria? -perguntei.
Quando é que eu comecei a ser assim, tão direta? Não estava me reconhecendo.
- Pode ser que sim, ou pode ser que não. A gente não escolhe quem amar. -falou com seriedade.
- Eu sei perfeitamente. Tanto é que não escolhi amar você. -disse sincera.
- Não fala assim. -pediu.
- Acho melhor você ir embora. -falei chateada.
- Tudo bem, eu vou nessa.
- Bob, pode contar comigo, mesmo que seja pra reconquistar ela.
- Obrigado. -ele me abraçou e eu não queria nunca mais sair dalí.
Seu cheiro invadia minhas narinas como drogas viciantes, eu queria ele pra sempre, pra mim beijar-lhe e o cheirar quando quisesse.
Tirou-me do transe perfumado, desfazendo o abraço e dando um lindo sorriso.
-Tchau. -consegui dar um beijo em seu rosto.
O vi partir, levando junto a minha esperança de um dia tê-lo pra mim. Eu odiava amá-lo, porque eu estava sofrendo com seu desprezo.
Me aconcheguei na cama e fitei o teto lembrando do nosso beijo.
- Amanda, não vai vir para o jantar? -minha mãe entrou em meu quarto procurando o que tinha de interessante no teto.
- Não, mãe. To sem fome. -desviei o olhar.
- Tá, mas depois coma alguma coisa. -aconselhou-me.
- Tá. -murmurei e ela saiu.
A louca paixão me abalou de tal maneira, que até as sextas-feiras de balada, eu deixei de lado, Salete era a única real amiga que eu tinha, as outras eram apenas "companheiras de farra " , ela estava me fazendo tanta falta. Caio foi outro que me abandonou, sentia saudade de suas maluquices e animação exagerada.
“ Pelo menos Bob tem que ser meu. ” -pensei sorrindo pouco.
Parei um pouco de me ocupar com Bob na mente, e fiquei pensando na minha vida.
Eu precisava fazer algo de útil, estava tudo muito confuso.
- Filha, tenho que conversar com você. -minha mãe disse voltando para o meu quarto.
Eu Já sabia o que era, todas as noites ela tentava me convencer de fazer uma faculdade, era difícil, ou ela achava que seria fácil decidir a coisa que eu faria pelo resto da vida?
Mamãe achava que depois da conversa, durante meu sono, um alienígena implantaria algo em meu cérebro, e eu acordaria no dia seguinte falando como robôs "estudar é legal" "faculdade, meu amor, aguarde-me." Não seria assim não, eu realmente não sabia o que fazer.
Pensei em estudar inglês, mas o que eu faria com esse idioma, dar aulas pra adolescentes complicados e abusados? Não tinha paciência, pensei em usar em turismo, mas aí Já seria duas coisas pra estudar, não tinha saco pra passar horas numa sala de aula.
E além do mais, a única coisa que me chamava atenção, eram os britânicos, com seu inglês super formal e sexy, isso sim era do meu interesse.
Já tentei explicar à minha mãe, essa minha grande indecisão, mas seus argumentos são sempre os mesmos.
- Vai viver a vida toda coberta com as minhas asas,menina? Mãe não é pra sempre não, viu? -dizia ela conselheira.
Depois da repetitiva conversa, eu me deitei sem comer mesmo, mandei uma mensagem pra Salete, já sabendo que ficaria sem resposta. Então voltei a pensar no meu Bob.
Sim, ele ainda vai ser meu.
♡
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Sonhos Roubados [Completo]
RomanceSalete tem um passado traumático,teve sua infância marcada por abusos sexuais constantes. Hoje com vinte e quatro anos tem uma vida sem graça e vazia. Com isso decide procurar seu agressor, para que a justiça seja feita. No meio dessa sua dif...