Capítulo 28 - Por Amanda.

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    Amanda...

   Bob Já se tornara um pensamento constante do meu dia-a-dia, não tinha jeito, eu tomava banho e imaginava ele comigo, sentava à mesa para almoçar, conversava sozinha, fantasiando suas respostas. Eu Já sentia medo desse sentimento. No começo eu realmente não queria amar Bob, mas desde o primeiro dia, ele Já me chamou a atenção, mas  tinha consciência de que era o namorado da minha amiga, tanto é que eu pus em minha mente que ele era apenas um cara simpático que faria Salete muito feliz, mas depois do beijo tudo mudou...

  Eu estava sentada à minha cama checando as redes sociais quando minha mãe gritou-me.

- OI! -respondi num outro grito.

- Anda menina tem uma visita pra tu! -minha mãe gritou de volta.

  Saí da cama em pulo e cheguei rápido à sala.

- Bob! -exclamei ao vê-lo vestido todo de preto.

- Oi, preciso conversar com você. -respondeu sério.

- Pois não? -quis saber.

- Poderia ser a sós? -ele olhou para minha mãe parada bem na nossa frente.

- É..  Com licença. -ela disse sorrindo sem graça.

- Não precisa mãe, vamos ao meu quarto, Bob. -alarmei    sorrindo.

- É... Tudo bem.. -Bob murmurou.

  Ele parecia tenso demais, o que por um momento preocupou-me, sentou-se na cama um pouco desconfortável.

- Diga. -falei.

- Eu tenho que falar com Salete uma coisa muito importante, mas ela não quer de jeito nenhum. Acha que pode me ajudar? -indagou preocupado.

- Ela também não quer me ver.

- Mas você sempre tem planos.

- O que quer falar com ela ?

-  Um assunto Sério!

- Abre o jogo,vai?

- Sobre Matheus, o irmão dela.

- Você sabe dessa história ?!

- Sim, é uma longa coisa... Então eu preciso falar logo com ela.

- Ei você é detetive! sabe alguma coisa sobre o paradeiro dele?

- É por aí...

- Então me conte!

- Não, é só com ela.

- Ta, mas eu não sei o que fazer. Você já tentou falar com ela?

- Sim, eu praticamente invadi a casa dela, mas só queria esperá-la chegar. E como já imagina, ela me expulsou de lá sem ao menos ouvi meia palavra.

- A claro, você é burro?  Invade a casa dela e acha que vai ficar de boa?!

- A,  eu agi sem pensar.

- Agora não sei, manda mensagem dizendo do que se trata, talvez ela lhe responda.

- Mas não queria falar dele, assim super direto, pois sei como ela fica mau, queria estar perto para a tranquilizar.

- A então não sei!

- Tá, vou pensar em alguma coisa, mas de qualquer forma, obrigado.

- Conta sempre comigo.

  Fiz um afago em sua mão gélida, ele me olhava sério, mas com certo carinho.

- Bob, e nós ? -quis saber.

- Não tem nós . -disse frio.

- Poxa, vai dizer que eu não mexo nenhum pouquinho com você? -indaguei.

- Claro que mexe, você é linda e simpática, mas meu coração ainda pertence a Salete. -sorriu fraco fazendo um carinho no meu rosto tristonho.

- Você disse “ainda”, se não fosse por ela, você me amaria? -perguntei.

   Quando é que eu comecei a ser assim, tão direta?  Não estava me reconhecendo.

- Pode ser que sim, ou pode ser que não. A gente não escolhe quem amar. -falou com seriedade.

- Eu sei perfeitamente.  Tanto é que não escolhi amar você. -disse sincera.

- Não fala assim. -pediu.

- Acho melhor você ir embora. -falei chateada.

- Tudo bem, eu vou nessa.

- Bob, pode contar comigo, mesmo que seja pra reconquistar ela.

- Obrigado. -ele me abraçou e eu não queria nunca mais sair dalí.

   Seu cheiro invadia minhas narinas como drogas viciantes, eu queria ele pra sempre, pra mim beijar-lhe e o  cheirar quando quisesse.

   Tirou-me do transe perfumado, desfazendo o abraço e dando um lindo sorriso.

-Tchau. -consegui dar um beijo em seu rosto.

   O vi partir, levando junto a minha esperança de um dia tê-lo pra mim. Eu odiava amá-lo, porque eu estava sofrendo com seu desprezo. 

   Me aconcheguei na cama e fitei o teto lembrando do nosso beijo.

- Amanda, não vai vir para o jantar? -minha mãe entrou em meu quarto procurando o que tinha de interessante no teto.

- Não, mãe. To sem fome. -desviei o olhar.

- Tá, mas depois coma alguma coisa. -aconselhou-me.

- Tá. -murmurei e ela saiu.

    A louca paixão me abalou de tal maneira, que até  as sextas-feiras de balada, eu deixei de lado, Salete era a única real amiga que eu tinha, as outras eram apenas "companheiras de farra " , ela estava me fazendo tanta falta. Caio foi outro que me abandonou, sentia saudade de suas maluquices e animação exagerada.

   “ Pelo menos Bob tem que ser meu. ” -pensei sorrindo pouco. 

   Parei um pouco de me ocupar com Bob  na mente, e fiquei pensando na minha vida.

   Eu precisava fazer algo de útil, estava tudo muito confuso.

- Filha, tenho que conversar com você. -minha mãe disse voltando para o meu quarto.

   Eu Já sabia o que era,  todas as noites ela tentava me convencer de fazer uma faculdade, era difícil, ou ela achava que seria fácil  decidir a coisa que eu faria pelo resto da vida? 

   Mamãe achava que depois da conversa, durante meu sono, um alienígena  implantaria algo em meu cérebro, e eu acordaria no  dia seguinte falando como robôs "estudar é legal" "faculdade, meu amor, aguarde-me." Não seria assim não, eu realmente não sabia o que fazer.

   Pensei em estudar inglês, mas o que eu faria com esse idioma, dar aulas pra adolescentes complicados  e abusados?  Não tinha paciência, pensei em usar em turismo, mas aí Já seria duas coisas pra estudar,  não tinha saco pra passar horas numa sala de aula.

  E além do mais, a única coisa que me chamava atenção, eram os britânicos, com seu inglês super formal e sexy, isso sim era do meu interesse.

   Já tentei explicar à minha mãe, essa minha grande indecisão, mas seus argumentos são sempre os mesmos.

- Vai viver a vida toda coberta com as minhas asas,menina?  Mãe não é pra sempre não, viu? -dizia ela conselheira.

   Depois da repetitiva conversa, eu me deitei sem comer mesmo, mandei uma mensagem pra Salete, já sabendo que ficaria sem resposta. Então voltei a pensar no meu Bob.

   Sim, ele ainda vai ser  meu.

Sonhos Roubados [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora