Capítulo 15

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. Depois que Amanda foi embora, eu fiquei alí, jogada na cama pensando só mais um pouquinho na vida, poucas pessoas cruzaram o meu caminho, quase nada aconteceu, eu levava um vida morna, mas era hora de mudar, Já perdi as contas de quantas vezes dissera isso. Eu não queria mais ter essa vidinha chata, precisava fazer algo além de atender telefones, mas a cima de tudo eu precisava de grana pra me manter,com isso teria que arrumar qualquer emprego, mesmo sendo algo que não me agrade.

. O interfone tocou, me tirando do transe de pensamentos.

- Pois não? -falei.

- Senhor Bob quer falar com você. -me avisou.

- Ok, diga para que suba. -autorizei.

- Ok. -desliguei.

. Dei uma arrumada em vão no cabelo e fiquei na porta o esperando, em menos de dois minutos ele apareceu, vestido com uma regata masculina e uma bermuda jeans que o deixa completamente diferente do "Bob detetive" e bem bonito .

- Olá. -ele falou.

- Entre. -sorri.

- Por que não foi trabalhar hoje? -perguntou sentando-se em meu sofá.

- Fui demitida. -falei revirando os olhos.

- O que houve? -perguntou.

- Quer mesmo saber? -perguntei, sempre me parecia que as pessoas perguntavam as coisas por educação.

- Sim, por que foi demitida? -repetiu a pergunta.

- Ontem quando vim pra cá perdi a hora de voltar, com isso perdi o emprego. -fiz uma cara triste sem ter certeza se era sincera.

- Nossa, e o que pretende fazer? -perguntou.

- Não sei, mas preciso trabalhar logo. -falei.

- Posso te ajudar! -ele se animou.

- Como?! -quis saber.

- Você pode trabalhar na delegacia, atendendo o telefone e registrando queixas. -falou.

- Bob, eu preciso mesmo trabalhar pra me manter, mas não quero nunca mais atender telefones. -falei com um meio sorriso.

- É tão ruim assim?

- Mais do que imagina. -falei rindo.

- Então vou pensar em algo pra ajudá-la.

- Ok. Vem, vamos à cozinha. -falei o puxando.

. Servi um suco que Já estava pronto, estava meio calor, levantei e abri a janela pra refrescar aquele inferninho. Bob estava quieto demais, o pegava me observando as vezes.

- O que foi? -perguntei.

- Nada, só estava te olhando. -falou.

- Sei. -respondi desconfiada.

Ele apenas sorriu e tomou um pouco do suco.

- Como vão as coisas na delegacia? -perguntei.

- Nada de novo. -disse desanimado.

- Ah. -disse.

- Salete, enquanto não trabalha, tem quem ocorrer se... sabe né? A grana acabar. -perguntou meio acanhado.

- Acho que não. -falei.

- Como acha?

- Meus pais Já se foram, Amanda, minha melhor amiga ainda mora com os seus, então eu estou sozinha. -esclareci.

Sonhos Roubados [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora