Capítulo 4

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Cheguei em casa , notei  que o lençol que forrava minha cama, havia sido trocado.

  — C.A.I.O. –falei pausadamente tentando conter a raiva.

  O telefonei imediatamente.

  — Oi,meu bem. –atendeu sorrindo.

   — Não me venha com  ‘’meu bem’’. Por que trocou meu lençol? –perguntei grosseira.

  — Ah... É que... achei que estava meio sujinho. –gaguejou. E assim eu sabia que estava mentindo.

— O que disse sobre deitar na minha cama? –perguntei séria.

  — É que... Ai, me desculpe,não vai acontecer mais. –falou fazendo-me lembrar do tempo de colégio.

  — A claro, não vai mesmo! –falei e desliguei o celular.

  Ele ligou de volta imediatamente.

  — Não fale comigo até minha raiva passar. –atendi. — Ah, e não ouse aparecer aqui.

  Desliguei e sentei no sofá,pondo minhas pernas pro ar, com o apoio do encosto. Estava cansada, e o nome ‘’Bob’’ rondava meus pensamentos, era estranho aquilo, um homem que mal falou comigo,ocupava tanto a minha mente.

  — AH BOB, QUEM ÉS TU? –gritei rindo. Me levantei para tomar outro banho.

Vesti minha roupa de dormir e deitei na cama, estava lendo a  biografia de um cantor renomado, quando de repente, todas as luzes se apagaram.

  — Droga! O que houve agora? –me perguntei acendendo a tela do celular.

  Fui até a cozinha, espalhei velas acesas por toda a parte e saí.

— Antônio, o que aconteceu? –perguntei ao porteiro.

— Tivemos um problema com a energia, mas já está sendo reparado. –me informou.

  — A luz volta ainda hoje? –perguntei encarando-o.

  — Provavelmente,sim. –ele disse.

  — Obrigada, boa noite. –falei.

  — Boa noite, dona Salete. –ele riu.

  — Sem ‘’dona’’ , Antônio. –falei fitando-o séria, mas logo sorri.

  — Desculpe,Salete. –falou com ênfase o meu nome sem  ‘’dona’’.

  — Está certo, tchau. –sorri e me retirei.

Assim que entrei  de volta ao meu apartamento, notei que duas velas postas na sala, haviam apagado.

  — Ai meu Deus! –exclamei assustada e corri para a cozinha. A escuridão me trazia terríveis lembranças.

  Treze anos atrás...

‘’ Estava deitada em minha cama, lendo um livro, chorava de emoção com o romance, Matheus entrou subitamente :

  — Não chora irmãzinha, é falta de carinho é? –ele perguntou.

  — Cale a boca, e saia do meu quarto! –gritei. Como eu odiava quando ele me chamava de irmãzinha!

  — Nossa, és doce como dipirona. –debochou da minha grosseria.

— Olha, sai daqui por favor... –falei séria.

  — Educadinha, agora  gostei. –riu como um vilão de filmes.

— Onde está mamãe? –perguntei.

Sonhos Roubados [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora