Capítulo 27 - Parte II

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  Depois de guardar toda a compras, resolvi cozinhar algo pra mim almoçar, uma vez que Já era 12:05, batata era uma coisa que eu amava, não estou falando de batatas fritas, essas também, mas se tratando de batatas, eu as comia de qualquer jeito, então decidi preparar batatas calabresa, bem apimentada com todos os ingredientes necessários, e um arroz branco de acompanhamento, depois de colocar tudo ao fogo, segui para tomar um banho rápido, rápido mesmo para não queimar nada, vesti um short leve de ficar em casa mesmo, e uma blusa até o meio da barriga, calçei minhas havaianas e fui para a cozinha,  estava cheirando bem, estava experimentando as batatas quando bateram à porta.

- Ora, quem é?  Eu não lembro de ter atendido o interfone.

   Abri a porta e era a cara de pau da Amanda.

- O que você quer? -perguntei rude.

- Falar com você. -respondeu sonsa.

- Vai embora. -tentei fechar a porta,mas ela barrou com o pé.

   Adentrou invadindo a minha sala.

- Salete, você vai me ouvi! -falou um pouco alto.

- Já disse que não quero conversar contigo! -respondi no mesmo tom.

- Por favor,  vai ser rápido. -suplicou.

- Tá. -cedi impaciente.

   Ela se sentou com as pernas cruzadas e eu me lembrei da Amanda, a minha Amanda, chata, amiga e animadinha, a que eu gostei tanto, ainda conseguia ver um pouco da velha Amanda em seus olhos.

- Almoça comigo, daí a gente conversa. -falei sem pensar muito.

- Tudo bem. -sorriu.

- Com licença. -falei e me retirei, estava tudo pronto, e devidamente saboroso.

- Amanda, me ajuda aqui! -gritei esquecendo por um minuto de que não queria nem falar com ela.

- Claro, amiga. -ela chegou em pulinhos à cozinha.

- Não me chame de amiga e por favor, põe os pratos à mesa.

   Ela fez uma cara triste e foi levar as coisas, arrumamos tudo, nos servimos, e enquanto estávamos comendo ela começou a falar.

- Bob Já te contou como tudo aconteceu, né?

- Sim.

- Então, foi... Por impulso. -disse ela. -Eu acho. -acrescentou baixo.

- Hum. -resmunguei.

  Voltamos a comer em silêncio, seria melhor se estivesse numa companhia mais agradável, pensei em Will, mas parei de pensar quando deparei com aquela falsinha na minha frente me encarando.

- Você sente muita raiva de mim? -perguntou

- Sim, idiota. -respondi brava.

- Não precisa me ofender. -reclamou.

- Tá, foi mal.

- Eu quero nossa amizade de volta, Salete.

- Nunca precisaria ter de volta ,se não tivesse feito isso, estávamos juntas, mas...

- Será que não pode me perdoar?  O que tem aí no lugar de seu coração, uma pedra?

- A você vir falar de coração, a faça-me o favor!  Mas talvez sim, uma pedra. Eu cansei de sofrer, Amanda, acho que é a hora de me fechar, me proteger desse povo monstro que me cerca.  -desabafei sem lágrimas.

- Me desculpa, eu não queria te fazer sofrer .

- Ninguém nunca quer me fazer sofrer, mas não pensa dois minutos antes de ferir-me.

- Mas...  -ficou sem palavras.

- Tá legal Amanda, Já entendi que você quer que eu te perdoe e afirma se arrepender, mas eu não sei se sou capaz de perdoar tamanha maldade, você Já pode ir.

- Promete que vai pensar, pensa de todos os perrengues que passamos juntas.

- É, mas depois disso, parece que todo o resto foi uma mentira.

- Mas não foi, eu sempre gostei da tua amizade, não existe Amanda sem Salete.

- Pensasse nisso antes. -respondi de coração em pedaços.

- Tudo bem, você quem sabe. -abaixou a cabeça triste.

- Eu preciso pensar, acho melhor você ir. -disse séria.

   Ela se levantou e foi até a porta, eu caminhei atrás dela, sei lá, só queria levá-la à porta, como faço com todos que me visitam, até quando a visita não é tão agradável assim.

- Salete. -ela me chamou quando abria a porta.

   Somente a olhei.

- Me desculpa, mas eu estou apaixonada por Bob.

-Você o que? -não estava preparada para aquilo.

- Eu o amo, não queria,mas aconteceu. -disse olhando meus olhos.

- Você disse que foi por impulso! -falei lembrando também de Bob que dissera, não ter importancia aquele beijo.

- Sim, foi. Mas eu Já estava pensando em me afastar um pouco porque me encantei com ele, não queria, mas...

- Tudo bem, agora vá embora. -pedi.

- Posso te abraçar?

- Não.

- Salete!

- Tchau, Amanda.

   Fechei a porta sem lhe dar a chance de falar algo.

  "Eu estou apaixonada por Bob " essas palavras soaram como facadas, deixando meu coração em pedaços, eu sei que a gente não controla uma paixão, mas caramba!  Ela não podia, o Bob não!  O meu Bob.

  Sentei ao sofá para chorar, as coisas só pioravam, sabe aquela hora que você para pra observar sua vida, e pensa "putz, ta tudo errado" ? Então era exatamente o que eu estava pensando, não sabia se ia consegui passar por tudo isso.

  Será que um dia eu viveria em paz?

  Esse tipo de pensamento me torturava, quando meu celular tocou.

- A, sempre Will. -suspirei sorrindo e chorando.

Sonhos Roubados [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora