Pé na estrada

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"{...}Podemos viajar por todo o mundo em busca do que é belo, mas se já não o trouxermos conosco, nunca o encontraremos.{...}"

- Ralph Waldo Emerson

Luciana

Os dias que antecedem a viagem passam correndo. Com o trabalho, os ataques de ciúmes do Matheus e tudo o mais, só tenho tempo para pensar nas malas um dia antes.

Ainda bem que tenho um estoque de protetor solar no armário. Caso contrário, teríamos que dar um jeito de sair daqui mais tarde para que eu pudesse comprá-lo em alguma farmácia. Ou, poderia deixar para comprar lá na cidade, e neste caso eu pagaria um pouco mais caro.

Arrumar a mala é tranquilo e uma das melhores partes a meu ver. Porque, convenhamos, sempre dá aquela ansiedadezinha boa. Ainda bem que deixei, não por opção, claro, para fazer as minhas hoje. Porque se tivesse feito antes, a ansiedade seria ainda maior.

Caminho até o guarda-roupas para pegar algumas sociais que vou usar como saída de praia, alguns shorts e uns três biquinis além de um maiô. Tenho certeza de que, de todas as roupas que eu estou levando, se eu usar três vai muito. Sinceramente? Eu não sei o que eu arrumo, mas sempre que viajo, acabo levando uma roupa para cada dia e repetindo as que eu mais gosto em vários deles. Moral da história? Volto para casa com roupas limpas e intactas.

Escuto meu celular apitar em algum canto do meu quarto e vou em busca dele. 

IZZIE: Amiga, malas prontas?

LUCY: Quase. Já fez as suas?

Respondo a mensagem e aproveito para olhar as horas: são exatamente dez e cinco da noite. Isso significa que amanhã eu iria dormindo daqui até Espírito Santo muito fácil.

Antes de jogar o celular sobre a cama, coloco uma playlist de músicas antigas para tocar e, na hora, a música Empire State of Mind começa a tocar com a voz de Alicia Keys vibrando. Vou à minha penteadeira branca para pegar meu creme de ameixa roxa, desodorante e uma água de banho. Alguns minutos depois, meu celular anuncia uma nova notificação.

IZZIE: Há muito tempo!

LUCY: Tá lembrando de levar só o essencial, né? Lembre-se que somos 5 em um carro.

IZZIE: E tem muita coisa para se levar para uma praia? Quero dizer, além de biquini e chinelo?

LUCY: É um bom argumento.


Acordo de madrugada com mensagens chegando no celular.

JON: Lu, passo na sua casa em cinco minutos. Depois passamos para pegar o restante do pessoal, ok?

Ainda é madrugada quando Jonatas me manda mensagem. Meu coração está acelerado de entusiasmo, não vou negar. Custei a dormir noite passada e quando enfim consegui, sonhei com a casa, com coisas que já aconteceram há muito tempo e com minhas novas férias que prometem bastante curtição, sol, cerveja gelada e descanso.

LU: Ok. Estou pronta. Só vou tomar o remédio.

São três e quarenta da matina quando Jonatas buzina na porta de casa, exatamente cinco minutos depois da sua mensagem. Eu confiro, só para ter certeza. Como ele consegue ser tão pontual? Tão britânico. Mas Jon sempre foi assim e, ele detesta atrasos. Já cansei de vê-lo perder a paciência com Marina por falta de pontualidade.

- Bom dia, Lu. Ou madrugada. – Ele fala enquanto tranco o portão de casa, já pegando minha mala e levando-a até o porta malas do seu carro que já estava aberto.

Além de um VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora