Prólogo

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"{...} Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho. {...}"

- Clarice Lispector

Ano de 2007

- Lua, sobre isso, nós precisamos conversar. – A mensagem chegou no antigo aplicativo chamado MSN...

Todos os dias, Luciana Martine (nesta época uma adolescente um tanto quanto rebelde) ansiava por esse momento: poder conversar com o melhor amigo e primeiro amor de infância, Felipe Baker.

Admitindo, aqui entre nós, ela estava tão empolgada com este momento que mal pôde se preocupar com a frase "precisamos conversar".

A verdade é que, para uma adolescente que não tinha tantas preocupações assim na vida, a frase "nós precisamos conversar", apesar de ser impactante, não machucava tanto naquela época quanto poderia machucar a um adulto vivido, certo? Afinal, se você nunca a ouviu, não há como saber o que vem depois, né?! Ser criança/adolescente, meio que facilita um pouco as coisas. Mas, vamos concordar que não deixa de doer.

Ok, vou dar uma pausa impactante no assunto para entrar na teoria do primeiro amor. Você a conhece? Atenção, se você está em pé, sugiro que se sente porque o impacto pode ser grande. 

A teoria do primeiro amor, se encaixa em todas as meninas ou mulheres existentes neste planeta chamado terra. Se encaixa em mim, em você e na sua mãe também.

Queria poder dizer que se encaixa até aos homens, mas a verdade é que quanto a eles, eu não sei dizer. O universo masculino segue sendo um completo mistério para mim.

Beleza, chega de enrolar e vamos aos fatos!

Todas temos um primeiro amor. Aquele que surgiu para nos ensinar como é amar outra pessoa que não seja os entes da nossa família. Amar de verdade, sabe? Amar do tipo que, ficar sem a pessoa, é como perder o ar. Parece uma canção água com açúcar de Jordin Sparks, mas é real. E, não estou julgando, quero deixar isso bem claro! Pelo contrário, você já parou para se perguntar o porquê de julgarmos o amor ou o romantismo como algo "água com açúcar"?

A verdade é que, dizem que se você tomar um copo de água com açúcar você ficará mais calmo. Isso é real?! Eu não sei. O que eu sei é que não é cientificamente comprovado. Na verdade, é mais um equívoco do que real, já que o açúcar favorece a liberação de serotonina, aquele hormônio responsável pela sensação de prazer e bem-estar, que pode ser interpretada como tranquilizante. Então, quem toma água com açúcar acaba acreditando que ficará mais tranquilo e, muitas vezes o consegue pela crença. Em situações estressantes, a mistura pode realmente trazer uma sensação de tranquilidade. Já que, quando o corpo produz mais adrenalina pelo estresse, ele aumenta o gasto de energia. Como a energia vai precisar ser reposta, a água com açúcar pode cumprir esse papel, gerando uma sensação de calma. E você consegue o tranquilizante perfeito.

Seguindo este conceito, um romance água com açúcar seria um daqueles romances clichês, que trazem a calmaria de um amor tranquilo.

Tudo bem, desculpe! Perdi o foco. Voltando...

Você já amou alguém a ponto de não conseguir se lembrar de como era a sua vida antes dele ou dela? Vamos, pense... Quem é a primeira pessoa que vem à sua mente quando você quer falar de amor? Aposto que pensou naquela pessoa, né?! Viu só? Este foi o seu primeiro amor. O amor de verdade, pelo menos. E essa é a teoria do primeiro amor (eu não sei se essa teoria existe realmente, mas se não existe, alguém deveria decretá-la como real, é sério!). 

Além de um VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora