Além de um Verão

Tempestade em noite de lua cheia

{...} Não sou nada especial; disso estou certo. Sou um homem comum, com pensamentos comuns e vivi uma vida comum. Não há monumentos dedicados a mim, e o meu nome, em breve, será esquecido, mas amei uma pessoa com toda a minha alma e o meu coração, para mim, isso sempre bastou. {...}

- O diário de uma paixão

Felipe

A lua brilha radiante no céu. Tão radiante como a Lua que eu decidi amar há anos e que eu amo até hoje. Poxa, quão piegas eu sou quando se trata dela?

O luau está incrível. Quando o sol se pôs, uma galera foi à praia onde a galera do bar acendeu uma fogueira e o show ao vivo começou a tocar.

Matheus insistiu ficar onde estávamos pois era mais perto do bar, mas, depois de certo tempo, os meninos decidiram caminhar pela orla.

À essa altura, era perceptível que o cara estava começando a ficar alterado com o álcool. Sua voz se arrastava e, quando Marina disse que íamos andar, ele não protestou. Jonatan ficou um tempo com ele, mas logo nos alcançou com duas garrafas de cerveja na mão.

Depois de andar um pouco pela orla, resolvemos voltar e nos sentar próximo à fogueira. Luciana se sentou ao meu lado enquanto cantávamos um música antiga de Nando Reis. Lentamente, Lua encosta sua cabeça em meu ombro enquanto canta.

- Beleza, o que vamos fazer? - Marina pergunta sentando-se na areia ao nosso lado. Em pouco tempo o restante dos meninos se sentaram formando um pequeno círculo.

- Bora jogar eu nunca? - Geovane sugere. E, ao escutar a sugestão do amigo, Luciana se ergue voltando o seu olhar para mim. Sei que foi em um gesto sem maldade. Mas ver ela tão próxima de mim, com o calor da fogueira, sob o céu estrelado... Olha... Eu estou realmente tentando ser forte, aqui.

- Sem bebida, espertão? – Luciana volta sua atenção para o amigo enquanto cutuca ele com o braço. 

- Ok, sem problemas. Eu busco as bebidas. - anuncio levantando e batendo a mão na bunda para tirar a areia que agarrou na bermuda creme que estou usando. - Cerveja para todos? - pergunto.

- Sim. - ouço um coro de vozes e, caminhando pela areia, vou até o bar.

Não vou negar. É chocante, revoltante e, por um segundo tenho que me controlar para não partir para cima do Matheus.

Ao chegar ao bar, vejo-o escorado com um braço ao redor de uma mulher loira. Eles sorriem um para o outro e, antes que eu possa me aproximar, ele a beija. Como se fosse automático, meu sangue entra em ebulição.

Eu prometi para Lua, não foi? Merda de promessa. A minha vontade é de quebrar a cara desse otário. Viro de costas para tentar controlar minha raiva. Mas dou de cara com Isabelle e Jonatas.

- Cara, está tudo bem? Parece que você viu um fantasma. - ele pergunta deixando as garrafas vazias na bancada ao meu lado.

- Antes fosse. - respondo com a raiva explodindo.

- O que aconteceu? Viemos te ajudar com as cervejas. - Izzie comenta.

Sem responder, só saio da frente e olho para direção onde Matheus parece engolir a garota. Isabelle parece chocada com o que vê e, pelo calor do momento ou até pela bebida, ela avança na direção de Matheus, mas é impedida por Jonatas que a segura pela cintura.

- Morena, não vale a pena. - ele tenta acalmá-la.

- Tá de brincadeira? - ela cospe as palavras. - Por que você não faz nada? - ela concentra seu ódio na minha direção.