De volta aos anos 2000

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"{...}nada que vale a pena é fácil. Lembre-se disso.{...}"

- Nicholas Sparks


Felipe

Acordo cedo naquela manhã. Segundo os meus cálculos e as informações de Artur, eles chegaram lá ontem. O que me dá um tempo para concentrar nos meus planos.

- Vieram cinco pessoas no total, Lipe. Uma delas é... E adivinhe só? Ela mesmo! E, ao que tudo indica, o cara dela não veio junto. Se tu não concertar as coisas agora, não concerta nunca mais. - Artur dissera ao telefone.

Ele parecia estar se sentindo em um daqueles filmes que ele assiste, com missões super secretas e tudo. Consigo até imaginar um cara de 25 anos empoleirado no poste de energia enquanto vigia a casa vizinha sobre o muro, torcendo para que ninguém o note. Mas não nego que as palavras que ele me disse, me deixaram ainda mais animado.

Sim, eu sei que Luciana Martine está namorando. O fato de ela ter me bloqueado em todas as redes sociais, nunca me impediu de cuidar dela, mesmo que de longe.

E, foi há cinco anos, que ele apareceu: Matheus Cortez. Um provável playboy metido a escroto. Não que isso seja ciúmes da minha parte, mas ele realmente tem uma cara de playboy, daqueles que só prezam pelo próprio bem. E, a julgar pelos comentários que faz nas publicações dela, ele não parece ser uma pessoa carinhosa.

Mas afinal, que tipo de babaca eu sou por ter pisado na bola com a Lua há tanto tempo e agora aparecer do nada para virar a vida dela de cabeça pra baixo?

A real é que eu só quero saber se ela está bem, se está tudo perfeito na vida dela. Mulheres como Luciana Martine, merecem toda a felicidade do mundo, assim como Jo, não vou negar. Mas acho que não posso ser essa felicidade para a Joana.

Já para a Lua, se tiver 1% de chances, eu vou tentar. Porque ver ela feliz é tudo o que eu sempre quis. Por isso, se eu chegar lá e ela me provar que nunca foi tão feliz na vida, feliz como nós éramos quando estávamos juntos, eu vou fazer as malas e voltar para minha vida.

E assim, concluo meus pensamentos, fechando o porta malas do meu Equinox prata e pegando a estrada rumo à Espírito Santo.


- Caramba, irmão. Achei que você chegaria mais cedo. - Artur me salda assim que paro o carro na entrada da garagem da casa dos meus tios. Confesso que não tive pressa em chegar, o nervosismo me corroí por dentro. Eu não sei como ela vai reagir ao me ver e, para ser sincero, a simples ideia de ver ela me deixa sem saber o que fazer. É como se eu fosse aquele garotinho que cantava na frente de um monte de gente novamente.

- Fiz algumas paradas para comer e, na altura da Cotochés, teve um engarrafamento intenso, foi complicado sair daquilo. Explico depois de abaixar a janela do motorista para conversar enquanto ele abre o portão para eu entrar.

- Tá, tá. - Ele ignora meu comentário voltando ao foco das informações. - Eles deram uma saída. Devem ter ido na praça, mas isso já faz algum tempo, então, não devem demorar. - Fala tão rápido e tão eufórico que eu confirmo as minhas suspeitas sobre a emoção que ele sente em fazer isso.

- Beleza, vou entrar, tomar um banho e descansar. Amanhã, o dia vai ser longo. - Comento ao parar o carro e descer.

E é aí que escuto as vozes na rua.Vozes essas que me fazem querer esconder dentro de casa. Caramba, Felipe. O queestá acontecendo com você? Apesar da vontade, eu não me escondo, é claro. Masuso o carro para não deixar me verem, além do mais, o portão é de grades, o que me permite ver todo o movimento na rua, sem notarem um esquisitão alto atrás do carro.

Além de um VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora