Capítulo 6

109 24 2
                                    


Eu encontrarei você
Eu irei te reconhecer
Onde quer que esteja
Onde quer que olhe
Eu irei te procurar
Eu me lembrarei de você


Alex

— Olha esse moleque, está todo crescido e homenzinho! — Pedro diz assim que abre a porta do apartamento.

Ele sempre foi um cara muito divertido e gozador, e antes mesmo de me abraçar, já estava dando um jeito de tirar um sarro de leve.

— Olha quem fala, Pedro ferrugem, o cara mais magrelo da escola, todo cheio de músculos. — Pedro e Heloísa são ruivos naturais, e na época da escola, por causa das suas sardas, ele ganhou esse "apelido carinhoso".

Eu o abraço. Nossa, como senti falta desse cara!

— Sente essa força, mano — diz, colocando seu braço para cima e mostrando seu bíceps.

Apenas balanço a cabeça.

— Quando você vai crescer, garoto? — uma voz feminina nos interrompe vindo da área da cozinha.

Viro-me e vejo que é Helena, a mãe de Pedro, que se aproxima.

— Dona Helena! — digo, já caminhando em sua direção e a abraçando ao ponto de tirar seus pés do chão.

Não é exagero dizer que, para mim, essa mulher é como se fosse da família, pois boa parte da minha infância eu passei aqui, neste apartamento, com Pedro.

— Me coloca no chão, menino! — ela grita e bate nas minhas costas enquanto eu giro com ela nos meus braços. Depois de abraçá-la muito, faço o que me pede. — Eu não tenho mais idade para isso. Se me gira dessa forma, a labirintite me ataca.

— Desculpe, é que senti saudades.

— Ora, eu também senti! — ela exclama. — Venha cá, deixa eu dar uma boa olhada em você, meu menino. — Puxa-me pelas mãos e começa a me analisar. — Se tornou um homem já, nem parece mais aquele garoto franzino que nos deixou anos atrás. Está muito bonito! — Acaricia meu rosto.

— Obrigado, e você continua linda como sempre!

— Eu estou aqui e te ouvindo dizer que minha mulher é linda, rapaz. — Alberto, o pai de Pedro, entra na sala e vem até mim.

— Só estava dizendo o óbvio — digo sorrindo, e ele também me puxa para um abraço caloroso.

— Cresceu mesmo esse rapaz — diz, afastando-se e me analisando.

— Um pouco, né, pai? Ainda continua meio magrinho, mas não é de todo mal, até bonitinho.

— Não ligue para ele — Alberto sussurra. — Ele já viu que você é mais bonito do que ele e por isso fica se desfazendo.

— Pai! Deveria achar o seu filho mais bonito! — Pedro exclama com uma falsa irritação.

— Que seja! Vem, vamos nos sentar. Pedro, pega uma cerveja para nós.

— Vai beber de novo, Alberto? — Helena grita da cozinha.

— Só uma, Helena, só uma! Ela vive me controlando — ele sussurra baixinho.

— Por que sua pressão sobe toda vez que bebe, né, papai? — Pedro o interrompe, adentrando a sala com três cervejas nas mãos.

Alberto revira os olhos.

— Tomei meu remédio certinho hoje e não vou beber mais que uma, eu prometo.

— Eu sei disso, mamãe e eu não deixaremos beber mais que isso.

Quando um amor floresce ** Apenas degustação ***Onde histórias criam vida. Descubra agora