Capítulo 18

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E queria sempre achar explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira

Helô

Quinze dias se passaram desde o dia da sessão de fotos para a capa e nesse tempo me mantive ainda mais focada no trabalho para não ter a chance de pensar em outras coisas. A parte boa é que, com esse esforço, a edição está praticamente pronta, só falta a gráfica me enviar a prova impressa para aprovação.

Mantive-me afastada o máximo que pude de Alex. Neguei todos os convites que me fez durante esses dias, sempre usando o trabalho como desculpa.

Mas, por mais que tente o afastar, ele consegue se fazer presente em minha vida, invade meus pensamentos em momentos que me distraio, envia-me mensagens em momentos alternados. A sua companhia é muito gostosa, porém, como as coisas desandaram para um lado no qual não estava sabendo lidar, vi no afastamento uma boa maneira de fazer isso passar.

Sei que Alex aprecia minha companhia, mas é melhor ele começar a conviver com pessoas da sua idade.

— Adivinha o que eu tenho aqui! — Larissa entra na minha sala sem ao menos bater à porta, em suas mãos um envelope pardo.

Meu coração acelera.

— Ela chegou?

— O entregador acabou de trazê-la, mal consegui assinar os papéis da entrega e vim correndo pra cá. — Me entrega o pacote.

— Ai meu Deus, Lari!

— Abre logo, não aguento mais de ansiedade.

Rasgo o papel rapidamente e retiro a revista de dentro dele. Quando finalmente a pego em minhas mãos, meus olhos marejam.

— Está linda! — sussurro, passando a mão sobre a capa. — Olha isso, amiga! — Levanto a revista e mostro a ela.

— Ahh! — Ela pega em suas mãos. — Que orgulho, Helô! — diz, abraçando-me, e começamos a pular feito duas crianças. — Mas, calma! — Para de supetão. — A melhor parte ainda está por vir.

Ela abre a revista, e ali nas primeiras páginas, no enunciado da equipe editorial, meu nome:

Diretora Editorial: Heloísa Fernandes de Moraes.

Neste momento, as lágrimas que marejavam meus olhos rolam pela face.

— Estou tão feliz!

— E eu estou feliz e orgulhosa. Parabéns, Helô!

— Parabéns a você também, tudo aqui tem seu dedo. Você é a melhor assistente editorial que alguém poderia ter. — Abraço-a novamente.

— Tá bom, chega de chorar. Vamos folhear cada página dessa belezura.

— Vamos!

Depois das emoções passadas e de dividirmos nossa alegria com toda a equipe, volto a minha sala. Lari está logo atrás de mim.

— Qual a previsão de ir para as bancas? ― questiono empolgada.

— Estão esperando só o seu ok. Se liberar hoje, na sexta estará disponível.

— Certo. Vou apenas revisar tudo mais uma vez. Nem que seja tarde, libero hoje ainda.

— Vou te deixar sozinha para se concentrar melhor e aproveitar para resolver outras pendências via e-mail. Se precisar de mim, só chamar.

Quando um amor floresce ** Apenas degustação ***Onde histórias criam vida. Descubra agora