Capítulo 29

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Eu sinto você desmoronando em meus braços

até sobrar só o seu coração de pedra

Alex

— Chega, Alex! — A voz de Pedro e sua mão segurando a minha me impedem de dar mais um soco no desgraçado.

Olho para seu rosto, agora inchado devido aos golpes, e deixo que meu amigo me afaste dele.

— Ele já teve o suficiente e provavelmente teremos problemas por agredi-lo.

— Eu não me importo!

Não sou do tipo de pessoa que usa a violência para resolver os problemas. Jamais me envolvi em uma briga sequer durante toda a vida, nem mesmo nos tempos de colégio, mas, quando entrei aqui e vi Helô daquele jeito, perdi totalmente o controle.

— Eu sei que não, mas já chega. — Ele me puxa, retirando-me de cima do cafajeste.

— Eu vou te processar — o desgraçado ousa dizer, sentando-se e limpando o sangue de seu rosto nos locais onde o atingi.

— Já sabemos disso — é Pedro quem se antecipa. — Nós também o processaremos. Inclusive, vou ligar agora mesmo para a polícia, dessa forma podemos registrar os boletins de ocorrência. Você bateu na minha irmã, seu desgraçado, e, por mais que eu conheça as leis, não me importo nem um pouco por ter deixado Alex te bater.

Pedro não chegou a agredi-lo, nem teve tempo, pois, no momento em que o alcancei, enquanto o covarde tentava se esconder em seu quarto, eu o soquei, fazendo-o cambalear para trás, e investi um golpe atrás do outro até levá-lo ao chão. Mesmo sendo um cara grande, não foi páreo para a minha fúria.

— E então, por que não foi você o único a me bater aqui? Já se perguntou o motivo de tanta raiva do seu amigo? Ah, deve ser porque ele está comendo a putinha da sua irmã, e o pior, pelas suas costas. — Rafael é cruel em suas palavras.

— Seu desgraçado! — Dou um passo à frente, pronto para ir até ele novamente e continuar o que parei de fazer há pouco, mas meu amigo me impede novamente.

— Deixe que ele fale, o que um crápula desse diz não tem importância. Pense na Heloísa...

Não tinha contado a Pedro sobre nós, estava em nossos planos dizer a ele em breve, mas agora sei que ficou claro e evidente.

— Não é nada disso que ele está falando, Pedro. O que está acontecendo não tem esse tom baixo que ele quis insinuar.

Pedro suspira.

— Eu sei que não, e agora não é o melhor momento para essa conversa. Vá ver como Helô está, vou ligar para a polícia.

Apenas concordo com um aceno de cabeça, voltando para a sala, e a cena que me espera me deixa arrasado.

Lari está sentada, Helô abraçada a ela. Enquanto a amiga a embala, acariciando seus cabelos, ela chora. Respiro fundo, vou até elas e sento ao lado, retirando-a dos braços de Larissa e a puxando para os meus.

— Vai ficar tudo bem — digo baixinho enquanto a acalento. — Ele não pode mais lhe fazer mal algum, eu estou aqui.

Heloísa desmorona em meus braços, chorando como uma criança machucada, e é o que ela é neste momento. Seu rosto inchado e ensanguentado me faz ter vontade de voltar até o quarto e bater no desgraçado até a morte, mas não farei isso, o mais importante no momento é seu bem estar.

Fecho os olhos e deixo uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Não sei até onde ele conseguiu fazer mal a ela, mas estou ciente que isso deixará marcas profundas e sei que seria ainda pior se não tivéssemos chegado. Só de pensar nisso meu sangue gela.

Quando um amor floresce ** Apenas degustação ***Onde histórias criam vida. Descubra agora