Capítulo 11

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E ao sorrir, que luz

Seu riso tem uma luz

Que ninguém mais traduz

Helô

O segundo dia de sessão fotográfica começou agitado. Passamos a manhã toda em uma oficina de carros. Foi lá que conheci a Marcela, uma das poucas mulheres que trabalham nesse ramo.

Foi maravilhoso acompanhar de perto um pouco de seu trabalho. Quando pensamos em uma mulher em oficina mecânica, nossa mente preconceituosa imediatamente nos leva para os famosos calendários pendurados na parede, que servem mais como distração para os homens.

Mas, no caso dela, não, uma mulher jovem que, após a morte do pai, herdou o negócio da família e, ao invés de simplesmente contratar mão de obra qualificada para o trabalho, ousou, procurou diversos cursos na área, foi lá e fez acontecer. Hoje ela tem vários funcionários, mas também põe a mão na massa – ou melhor, na graxa – diariamente. Sabe resolver todo e qualquer problema relacionado ao conserto de um carro.

Eu fiquei maravilhada e boquiaberta com a história de Marcela. A partir de agora, com toda a certeza, é nas mãos dela que entregarei o meu carro sempre que precisar de uma revisão.

Após o almoço, seguimos para a próxima sessão de fotos em uma Delegacia da Polícia Civil. Lá fotografaremos a Marina, uma das delegadas da DP.

Dirijo pelas ruas da cidade até o local, Elisa e Lari estão comigo, enquanto o restante do pessoal segue na van logo atrás de nós.

— Esse fotógrafo é realmente muito bom, ele consegue deixar as profissionais calmas para as fotos — a colunista comenta no banco de trás do carro.

Olho pelo retrovisor e sorrio para ela.

— Realmente, ele tem um jeito especial para lidar com a coisa.

De fato, o Alex se superou. Por não serem modelos profissionais, as mulheres ficaram um pouco tímidas diante da atenção do pessoal e do flash da câmera. Ele foi primordial para que elas relaxassem enquanto as fotos eram clicadas. O que achei bonitinha foi a empatia dele, puxando assuntos aleatórios, perguntando de forma interessada sobre o trabalho delas e o que gostam de fazer quando não estão atuando profissionalmente.

Sorrio encantada ao lembrar do jeito carinhoso e carismático com que ele conduziu as sessões de fotos até aqui.

***

Chegamos à delegacia e, assim como o esperado, o movimento é intenso. Um dos agentes nos atende e pede para que esperemos na recepção, pois Marina logo nos atenderá.

Enquanto aguardamos, a equipe da agência já segue para uma sala que é destinada à imprensa, que sempre é usada para reportagens e comunicados oficiais dados pelos delegados sobre os casos investigados.

— Podem entrar, a Doutora Marina irá receber vocês agora — o mesmo agente volta alguns minutos depois e nos avisa.

— Obrigada! — agradeço, e o seguimos pelo corredor.

— É aqui. — Ele abre a porta e avisa da nossa chegada.

— Olá! — ela nos recepciona amigavelmente e se levanta de sua mesa, vindo até nós, e, nossa, que mulherão!

Já havia visto algumas reportagens na televisão sobre delegadas jovens, mas nunca chegado assim tão perto. Ela é alta, magra, não usa muita maquiagem, o cabelo preso em um rabo de cavalo, veste uma camiseta preta com o logo da Polícia Civil, uma calça jeans simples e nos pés, nada de saltos altos, mas, sim, um coturno preto, e carrega em seu pescoço o enorme distintivo de Delegada.

Quando um amor floresce ** Apenas degustação ***Onde histórias criam vida. Descubra agora