Capítulo 35

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Nem tudo é como você quer
Nem tudo pode ser perfeito
Pode ser fácil se você
Ver o mundo de outro jeito

Helô

Nunca fui do tipo romântica incurável, minhas relações envolviam, sim, afeição e paixão, mas nada do tipo que me fizesse flutuar. Sentir o frio na barriga constante, a ansiedade diante da pessoa amada. Com Alex tudo isso se tornou real, ou poderia até dizer surreal.

É surreal a forma com que me sinto quando estou com ele, tudo é extremamente significativo. E pela primeira vez na vida tenho a ideia de realmente pertencer a alguém, mas não no sentido possessivo da palavra, e sim por querer pertencer, por saber que ali é meu lugar.

Fecho meus olhos e sou levada novamente para nossa viagem do final de semana. Suspiro ao lembrar de cada detalhe, de cada passeio e da sensação indescritível da nossa primeira vez. Foi perfeito, foi pleno, completo.

— Se você suspirar mais uma vez, eu juro que que vou jogar esse grampeador na sua cabeça. Dá ao menos para disfarçar essa sua cara de satisfação? Tem gente aqui na seca, viu?

Abro os olhos e sorrio para Larissa, que adentra minha sala e se senta à minha frente.

— Eu não consigo evitar. — Tento conter meu sorriso, mas é em vão.

— Fico muito feliz em te ver bem assim, Alex te faz bem e você a ele.

— Sim.

— Soube assim que percebi ele te olhando nas primeiras vezes que se encontraram, e depois ficou impossível não sacar a tensão. Não sei te explicar ao certo, mas quando vocês dois estão juntos no mesmo local é como se algo estivesse certo, sabe? Equilibrado, um alinhamento de chacras.

Sorrio. Lari é totalmente esotérica e, analisando bem, não consigo me lembrar de uma só situação que ela tenha me alertado e que não tenha acertado. Seja em uma opinião sobre algum patrocinador ou até sua implicância com Rafael. Seu sexto sentido é apuradíssimo.

— Parece que mais uma vez a bruxinha Larissa acerta em suas premonições. Me diz aí, você tem um caldeirão, uma bola de cristal, uma varinha de condão? Qual o segredo para estar tão ligada em tudo?

— Engraçadinha — desdenha. — Não preciso de nenhum desses artifícios, é intuição apurada. Sempre fui assim — se gaba.

— Pois muito bem, então, que tal usar seus poderes e me ajudar a prever qual será a reação da minha mãe hoje à noite quando contar a ela tudo que aconteceu nos últimos dias?

Lari suspira.

— Infelizmente, não é preciso ter um bom faro para saber que vem chumbo grosso.

— Nem me diga! — Recosto na cadeira e solto um longo suspiro, inconformada.

— Alex vai com você?

— Não. Acho melhor assim, mesmo que eu vá contar sobre nosso relacionamento, também tem o caso do Rafael. Não quero que tudo vire uma grande bagunça e que minha mãe ainda o ofenda.

— E o que ele acha disso?

— Queria ir junto, disse que não se importa. Mas eu sim, não posso pensar na hipótese de ele ser ofendido quando só fez tudo certo.

— Vou te dizer o que eu acho como sua amiga e com toda sinceridade.

— Manda!

— Não será muito agradável, mas não é o fim do mundo. Se mantenha firme e não deixe que seus pais te imponham nada. Você deve respeito sim, mas não deve obrigações. O que faz da sua vida sentimental é problema seu.

Quando um amor floresce ** Apenas degustação ***Onde histórias criam vida. Descubra agora