Capítulo 15

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Ayla

― Ele não para de te olhar, Ayla ― Miriam sussurra, guardando seus cadernos na bolsa rosa cheia de chaveirinhos.

Olho para o outro lado da sala, encontrando Caio me encarando fixamente, ele sequer se esforça para disfarçar, o que instantaneamente me deixa desconfortável.

― Isso é coisa da sua cabeça ― sorrio fraco, tentando ser o mais convincente possível.

― Não é não ― passa os dedos entre os cabelos cacheados. ― Em todas as aulas ele dá uma atenção especial para você.

Conheci Miriam quando iniciei o curso de gastronomia. Nos aproximamos no primeiro dia de aula, desde então nos tornamos inseparáveis. Ela é uma ótima amiga, apesar de não ter filtro algum, Miriam sempre faz questão dizer o que pensa.

― Sou uma mulher casada.

― Mas ele parece não saber, ou não se importa com esse pequeno detalhe.

― Mas eu me importo. Jamais dei qualquer indício de que estava interessada nele. Gosto do meu marido, não consigo me ver ao lado de nenhum outro homem ― digo convicta, sentindo náuseas só de imaginar outro homem me tocando.

― Então tente deixar isso claro para ele ― aconselha.

Caio se aproximou de mim em sua primeira aula, a princípio, apenas como um professor prestativo, mas há algumas semanas venho percebendo suas sutis cantadas, nunca dei qualquer brecha, e sempre que ele faz algo do tipo, faço questão de inserir Rodrigo na conversa, deixando claro que sou comprometida.

― Não sei como fazer isso ― massageio as têmporas ao ver Caio se aproximar.

― Procure a melhor maneira.

― Boa noite, meninas.

― Boa noite, professor ― Miriam diz, com cara de poucos amigos. ― Já estou indo ― ela se despede, me dando um abraço. ― Tome cuidado com ele ― sussurra, antes de se afastar.

― Quem é ele? Seu irmão? ― Caio pergunta, ao me pegar observando Rodrigo pela janela do prédio.

― Não, meu marido ― mostro a aliança em meu dedo anelar.

A expressão de surpresa que surge em seu rosto demonstra uma falsa surpresa. Ele obviamente já havia percebido que sou comprometida.

― Você é tão nova, imaginei que o tal Rodrigo que tanto fala era apenas seu namorado.

Retiro o jaleco, colocando-o dentro da bolsa, soltando o cabelo, um tanto desconfortável por estar comentando minha vida pessoal com Caio.

― Não sou a primeira mulher a se casar jovem.

― Namoram há muito tempo?

― Há alguns anos ― respondo vagamente.

― Ele é um homem de sorte.

― Eu também sou uma mulher de sorte por ser casada com ele.

― Então foi um casamento por amor? ― Indaga, parecendo estar bastante interessado em meu casamento.

― E por qual outro motivo seria? ― Pergunto com um tom de voz baixo.

― Atualmente as pessoas se casam por diversos outros motivos, mas nunca por amor ― um sorriso presunçoso surge em seus lábios.

― Eu realmente preciso ir, meu marido já está me aguardando há um tempo ― faço questão de frisar a palavra "marido".

― Irei te acompanhar até a saída.

Um cowboy para amar Onde histórias criam vida. Descubra agora