Rodrigo
Acordo atordoado no meio da noite, assustando ao perceber que Ayla não está ao meu lado. Levanto rapidamente, indo a procurar no banheiro, sentindo um aperto no coração ao ver que ela não está lá. Desço as escadas rapidamente seguindo até a cozinha, onde as luzes estão acessas. Solto o ar que nem sabia que estava prendendo ao vê-la sentada no balcão.
― Está tudo bem? Assustei quando não te vi ao meu lado ― paro a sua frente.
― Vim fazer uma compressa. Estou com cólicas ― faz uma careta de dor.
― Por que não me acordou?
― Não queria incomodar. E já estou acostumada com essas malditas cólicas.
― Não iria incomodar, sabe disso. Não faça isso nunca mais ― lanço um olhar de insatisfação, chateado por ela não ter avisado que não estava bem. ― Promete?
― Prometo ― sorri fraco, descendo do balcão. ― Volte a dormir.
― Prefiro ficar aqui te fazendo companhia. Vou fazer um chá ― Seguro em sua mão delicada, fazendo-a sentar na pequena mesa da cozinha.
Pego a chaleira, enchendo-a de água. Preparo um chá de camomila para ela, lhe entregando a xícara minutos depois, ocupando a cadeira ao seu lado, deixando que a folgada coloque as pernas em meu colo.
― Gosto quando é cuidadoso comigo ― sussurra antes de experimentar o chá.
Sinto que ambos temos dificuldade em expor nossos sentimentos.
― Sempre fui cuidadoso.
― Mas era diferente, pois éramos apenas amigos ― bebe mais um pouco do chá.
― Não somos mais amigos?
― Claro que ainda somos amigos! Mas agora é diferente, além de sermos amigos temos uma relação ― fecha os olhos quando começo a massagear seus pés. ― Senti tanto medo da nossa amizade acabar, e de nos odiarmos.
― Mulher, de onde tirou que eu poderia te odiar? Você é mesmo uma lerda, nunca percebeu que eu nutria sentimentos por você? E não estou falando apenas de amizade. Sempre odiei ver outros homens te desejando.
― Sentia ciúmes?
― Ainda sinto ciúmes.
Ayla deixa a xícara de lado, vindo se sentar em meu colo. Ela sorri, quebrando todas as barreiras do meu coração. Como essa mulher nunca percebeu que eu não a via apenas como uma amiga?! Mas por não ter reciprocidade de sua parte sempre mantive em segredo.
― Eu também morro de ciúmes de você. Odiei ver aquela vaca te tocando ― Esconde a cabeça na curva do meu pescoço, deixando que eu mexa em seus cabelos.
Seguro seu queixo, fixando nossos olhares, tocando seus lábios com os meus, iniciando um beijo carregado de ternura. Afundo uma mão em seu cabelo, deslizando a língua por sua boca, provando seu doce sabor.
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Um cowboy para amar
RomansaVocês acreditam que o destino pode dar uma mãozinha em um romance? Sabe aquela decisão que muda tudo, que chegou de uma maneira inesperada? Pois é dela que estamos falando. Rodrigo sempre considerou Ayla como a mulher mais importante de sua vida, m...