Capítulo 10

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Rodrigo

Assusto ao entrar em casa e encontrar minha mãe sentada no sofá, seu olho está completamente roxo, e o inchaço parece estar presente em todo seu rosto

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Assusto ao entrar em casa e encontrar minha mãe sentada no sofá, seu olho está completamente roxo, e o inchaço parece estar presente em todo seu rosto. Aproximo preocupado, vendo que Ayla está ajoelhada a sua frente com o kit de primeiros socorros.

― Aquele filho da puta te bateu outra vez? ― Cerro os punhos.

― Filho... ― Começa a falar, mas logo desiste.

― Vou matá-lo ― murmuro girando os calcanhares.

― Rodrigo, você não vai a lugar algum ― Ayla diz baixo, vindo até mim em um tempo recorde, segurando meu braço suavemente. ― Matar aquele covarde só lhe traria problemas, por favor, não faça nada ― pede parando a minha frente.

― Olha o que ele fez! ― Aponto para minha mãe, que está com a cabeça baixa.

― Se acalme ― pede me abraçando. ― Não quero que faça nada que vá se arrepender futuramente.

Abraço minha esposa com força, chorando em seus braços, como se ela fosse minha única calmaria em um momento que está acontecendo um furacão no meu coração. Me sinto o homem mais impotente do mundo por não poder fazer nada pela minha mãe, eu queria a tirar desse inferno para sempre. Há anos sou obrigado a conviver com as agressões do homem que se diz meu pai, são anos de uma tortura psicológica que parece nunca ter um fim. Quando finalmente pude sair daquela maldita casa imaginei que estaria livre, mas eu estava enganado, não me livrei do problema, apenas me distanciei dele.

Ayla segura em minha mão, me guiando até o sofá, fazendo com que eu me sente ao lado da minha mãe.

― Sua mãe decidiu que finalmente prestará queixa contra as agressões que vem sofrendo do marido. Agora mais do que nunca ela precisará do nosso apoio, eu sugeri que ela viesse passar alguns dias conosco. Você está de acordo?

Que outra mulher do mundo teria essa atitude?

― Claro que sim. Pode ficar aqui o tempo que achar necessário ― digo para minha mãe.

― Troque de roupa enquanto pego minha bolsa para irmos até a delegacia ― Ayla diz se levantando.

Sento na sala de espera, encarando as paredes brancas do hospital enquanto aguardo Ayla voltar com minha mãe. As duas já entraram no consultório há mais de trinta minutos. Fomos a delegacia onde minha mãe prestou queixa contra agressão, e agora tivemos que vir ao hospital fazer o exame de corpo de delito. Quando estávamos a caminho da delegacia pensei que ela iria desistir, como acontece todas as vezes que diz que vai denunciá-lo, mas isso não aconteceu, ela parece estar decidida como nunca esteve antes.

― Ela foi fazer alguns exames ― Ayla avisa se aproximando, entregando um copo com café para mim. ― Quer conversar?

Pego o copo, sorvendo uma grande quantidade da bebida, sentindo o gosto amargo do café tomar conta da minha boca.

Um cowboy para amar Onde histórias criam vida. Descubra agora