Capítulo 2

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Feliz dia dos namorados!❤️

Ayla

― Devo ter feito algo muito errado no passado para estar carregando uma cruz como essa ― ajudo Rodrigo a se sentar no banco do carro ― homem de Deus, me ajude! Você é pesado ― jogo seu chapéu no banco de trás, fechando a porta, dando a volta na caminhonete, ocupando o banco do motorista.

― Ayla, acha que... posso ser um bom marido? ― Pergunta com os olhos fechados.

― Um marido bêbado? ― Giro a chave, ligando o carro ― essa é a primeira e a última vez que te ajudo bêbado.

Rodrigo sempre foi meu melhor amigo, mas desde que soube que teríamos que nos casar daqui um mês algo mudou, esse homem ao meu lado será meu marido, a pessoa com que dormirei todos os dias, só de pensar nessa possibilidade me sinto enojada.

Meus pais em nenhum momento pensaram na minha felicidade, ao contrário, me usaram como uma maldita moeda de troca.

Sigo pela estrada de terra que leva até a grande propriedade dos Russel. Ao estacionar a frente da enorme mansão, olho para Rodrigo, que dorme tranquilamente no banco do passageiro. Sua boca perfeitamente desenhada está entreaberta.

― Vamos, cowboy ― tento acordar Rodrigo, mas o homem sequer se mexe.

Desço da caminhonete, seguindo até a imponente porta de madeira, batendo na mesma diversas vezes, até que ela é aberta pela mãe de Rodrigo.

― Ayla, minha querida ― Dona Cristal me cumprimenta ― no que posso ajudá-la?

― Seu filho... ― Aponto para a caminhonete ― ele estava no bar completamente bêbado. Chame alguém para carregá-lo, por favor.

― Oh, meu Deus! ― Coloca a mão sobre a boca ― vou chamar meu marido.

Pedro Russel, um dos maiores culpados por minha infelicidade. Só de ouvir seu nome sinto meu estômago revirar. Se não fosse ele eu não estaria prestes a entrar em um casamento baseado em interesses. Posso não ser a menininha que sempre sonhou em se casar jovem, usar um lindo vestido esvoaçante, mas sou a menininha que sempre acreditou no amor.

Sou despertada de meus pensamentos com os xingamentos de Pedro. E se Rodrigo ser como o pai quando nos casarmos? Em hipótese alguma teria a tolerância e paciência de Cristal.

Observo o pai de Rodrigo caminhar até a caminhonete, arrancando-o de dentro da mesma, sem um pingo de delicadeza. Pedro Russel nunca tratou bem o filho, ou melhor, ele não trata ninguém bem. O conheço desde a infância, e posso afirmar que o vi sorrir pouquíssimas vezes.

― Obrigada por tê-lo trazido.

Sorrio fraco para Cristal, me despedido, indo diretamente até a caminhonete, saindo o mais rápido possível da propriedade dos Russel. Esse lugar parece ter se tornando tóxico para mim. Olho pelo retrovisor, vendo a enorme mansão ficar distante, se eu pudesse, jamais retornaria aqui, o que obviamente não farei, ao contrário, virei mais do que nunca.

Estaciono a caminhonete na garagem, seguindo até a porta de entrada da minha casa. Com muito cuidado, abro a mesma, afinal já se passam das duas horas da manhã.

― Isso são horas de chegar em casa? ― Levo um susto ao ouvir a voz da minha mãe, levando a mão ao peito, tentando controlar meus batimentos cardíacos.

― Acabei tendo um imprevisto com o meu futuro marido ― murmuro passando por minha mãe, seguindo até a escada.

― O que aconteceu? ― Vem em minha direção rapidamente.

Um cowboy para amar Onde histórias criam vida. Descubra agora