Capítulo 4

3.1K 508 127
                                    

Rodrigo

― Olhe só quem resolveu dar o ar da graça ― Leandro zomba, assim que entro no escritório do haras, encontrando-o sentado atrás da grande mesa de madeira, que está recheada com inúmeros papeis da contabilidade.

― Cara, minha vida está uma loucura, mal tive tempo de vir aqui.

― Imagino. Ela está com você?

― Sim. Como sabe?

― Digamos que os peões adoram quando Ayla está por aqui.

― Se eu pegar algum filho da puta dando em cima dela sou capaz de matá-lo.

― Quando foi que se tornou um ciumento?

― Vou me casar com Ayla, todos aqui devem a respeitar ― jogo as notas fiscais das injeções que pedi na mesa de Leandro. ― Preciso que contrate outro veterinário temporariamente, tirarei um mês de férias.

― Lua de mel? ― Arqueia uma sobrancelha, sorrindo de forma presunçosa.

― Ayla merece ao menos uma lua de mel ― respiro fundo. ― Sinto que a última coisa que ela está é feliz.

― Finalmente percebeu que é apaixonado por essa menina?

― Já disse que somos apenas amigos.

― Amigos? Cadê o homem que minutos atrás estava furioso por saber que os peões estavam olhando para Ayla? ― Se levanta, pegando o chapéu branco que estava sobre a mesa, colocando-o na cabeça. ― Seu pai passou aqui pela manhã, estava furioso com você.

Atravessamos a porta do escritório, seguindo pelo caminho de pedras que leva até um dos estábulos.

― Por que estava furioso?

― Segundo ele você está dedicando todo seu tempo para Ayla.

― Jamais serei como ele. Tratarei Ayla com todo carinho, afinal é isso que ela merece ― cerro os punhos, ao lembrar de como meu pai trata minha mãe.

Depois de examinar todos os cavalos deixo uma lista com os medicamentos que precisamos repor no estoque com Leandro, afinal ele é o responsável pela parte financeira. Se dependesse do meu pai, eu seria o responsável por toda a parte financeira, o que obviamente nunca quis, o que foi mais um motivo de decepção para ele.

― Vou voltar ao meu trabalho e deixar você babando na sua futura esposa ― murmura, ao avistar Ayla a alguns metros de distância.

Se dependesse de mim, Ayla andaria com uma burca, e não com esses minis shorts jeans, mas respeito as suas escolhas, mesmo não me agradando.

Apoio os braços na cerca de madeira, observando Ayla conversar com um cavalo, que está no estábulo. Ela está tão concentrada no animal, que sequer percebeu que estou observando-a há um bom tempo, e poderia ficar por horas seguidas. Ela parece gostar mais desse lugar do que eu.

Depois de minutos vou até ela, chamando sua atenção com um assobio. Ela vira o rosto, e sorri acenando para mim alegremente.

Ayla ainda é jovem, tem apenas dezenove anos, mesmo sendo madura, tem seus momentos de infantilidade. Ela consegue ser uma mulher forte, e ao mesmo tempo uma menina frágil que precisa de proteção. Nos últimos dias ela tem sido a segunda opção, seu olhar antes contente, agora está triste.

― Isaac nos convidou para almoçar em sua casa ― abraço-a por trás.

― Ele parece ter adivinhado minha vontade de comer a comida da tia Cláudia ― se vira, retribuindo meu abraço.

Um cowboy para amar Onde histórias criam vida. Descubra agora