Capítulo 3

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Ayla

Pego Ingrid nos braços. Minha sobrinha tem apenas cinco meses de vida, é filha de Adele, minha irmã mais velha. Beijo sua bochecha rosada, observando seus lindos olhos azuis herdados de seu pai. Em parte, sinto uma leve inveja de Adele, afinal ela teve a oportunidade de se casar com um homem ao qual realmente amava, algo que nunca poderei. Diversos pensamentos ruins relacionados ao amor estão vagando por minha cabeça ultimamente, está ficando cada vez mais complicado dormir. Na noite passada tive que me render a um calmante.

― Posso saber no que está pensando?

― Em como serei infeliz quando me casar com Rodrigo, faltam apenas quinze dias para a cerimônia.

Nos últimos dias minha vida pode ser resumida em uma única palavra: loucura. Estou cuidando pessoalmente do buffet da festa, decoração, e o mais importante: o vestido de noiva. Rodrigo está se ocupando com a construção de nossa casa, o coitado mal está tendo tempo de descansar, pois está trabalhando pessoalmente na obra.

― Não concordo com o que nossos pais estão fazendo com você. Se pudesse, juro que tentaria impedir, mas infelizmente está fora do meu alcance.

― Acho que posso enfrentar essa situação.

― Pense pelo lado bom, você vai se casar com um pedaço de mal-caminho que te trata muito bem ― brinca, me arrancando um sorriso.

― Você esqueceu de pontuar que esse pedaço de mal-caminho não me ama, e assim como eu, está se casando por pura obrigação.

― Tem certeza? ― brinca com a filha, que está empolgada em mexer com meu colar.

― Claro que tenho. Nutrimos uma bela amizade, mas não existe o amor entre homem e mulher ― entrego Ingrid para minha irmã ― vou subir para me arrumar, hoje iremos visitar a construção de nossa casa.

Escoro a cabeça no vidro do carro, observando a entrada que leva até a fazenda dos meus pais. Passei a tarde com Rodrigo, hoje escolhemos as cores das paredes de nossa futura casa. Na próxima semana vamos comprar os móveis com a ajuda de uma arquiteta e urbanista. Não posso ser hipócrita e dizer que não estou gostando de preparar tudo pessoalmente, pois estou gostando, algo que imaginei ser impossível.

― Está entregue com segurança ― segura em minha mão, me ajudando a descer da caminhonete, entregando meu chapéu que estava no banco de trás.

― Obrigada! ― Pisco.

― Você não tem noção do quanto fica linda com esse chapéu ― se apoia no capô da caminhonete, apoiando as mãos em meu quadril, fixando o olhar em meus olhos, me deixando levemente desconcertada ― acho que pode usá-lo em nossa noite de núpcias ― sugere, tentando controlar uma risada.

― Quer que eu use apenas ele? ― Arqueio uma sobrancelha, entrando na brincadeira.

― Adoraria.

Dou uma gargalhada alta.

― Vou entrar, meu corpo clama por um bom banho quente ― faço uma careta.

― Me perdoe por ter te feito andar tanto.

― Eu que insisti ― sorrio.

― Boa noite, Ayla! ― Beija minha testa, acariciando minha bochecha com o polegar, me fazendo fechar os olhos e ampliar o sorriso.

― Boa noite, Rodrigo! ― Passo os braços ao redor da sua cintura, abraçando-o, apoiando a cabeça em seu peitoral firme ― não se esqueça de me ligar quando chegar em casa.

Um cowboy para amar Onde histórias criam vida. Descubra agora