The best part of me

Alguns dias depois..

~Bakugou on~

Tudo estava escuro como uma noite de tempestade, eu tentava enxergar aquela pequena partícula de luz no meio de minha visão, revelando Kirishima. Não conseguia ver seu rosto, só as costas do mesmo, o vendo se afastar de mim me deixando sozinho na escuridão. Tentava o alcançar mas não me mechia, gritava seu nome na esperança de ele voltar aonde eu estava, mas só fazia ele ir para mais longe me deixando de vez naquele "poço" que escurecia cadê vez mais ao tempo em que ele se afastava.

_ KIRISHIMA! -Gritei ofegante acordando de meu sonho completamente perturbado.

Havia se passado umas duas semanas desde do ocorrido de nossa briga, depois disso ele conseguia entrar em meus pensamentos a todo santo segundo e até em meus sonhos quase toda a noite. Eu estava cansado, totalmente exausto para falar a verdade.

Para a minha consternação, ele havia faltado algumas dias de aulas, e quando voltou, ironicamente esqueceu de toda a minha existência. Eu não sei o que me deu, mas eu sempre seguia meu olhar para onde ele passava, o que de fato atraia vários comentários por partes dos outros alunos, talvez seja a culpa, ou simplesmente eu não aceitava como tudo tinha terminado entre a gente, se é que existe a gente.

Tentei convencer a mim mesmo que isso não passava de uma grande loucura, não iria acabar caindo nesse truque de novo, no truque de estar apaixonado.

Mas de fato eu posso confirmar, Kirishima estava triste, assim como eu é claro. Querendo ou não ele era meu melhor amigo, e perdê-lo não era algo que estava na minha listinha de coisas para fazer esse ano, provavelmente se o meu "esquadrão", bakusquard, estivesse aqui, com certeza eles falariam o quanto babaca eu sou, o que é claramente é verdade.

Mas sempre no final do dia, eu sentia um grande incômodo no peito, afinal de contas, ninguém mais tinha ciência do que estava causando a dor de Kirishima, ninguém o observava da forma que eu fazia, e isso é triste.

Sentei na mesa da cozinha pegando um pedaço de pão, colocando o café em minha xícara preta logo em seguida.

Eu queria conversar com o cabelo de merda sobre tudo aquilo, até tentei uma vez, mas sempre tratava de voltar para o meu lugar, o que fato mostra que eu sou um caralho de um covarde. Entretanto, eu não estava puto com ele independentemente de ele me socar ou xingar, afinal, ele estava impecávelmente certo. Eu só queria poder me explicar, talvez contar a verdade para ele, mas não conseguia, e isso estava acabando comigo.

Lembro de um dia quando um de seus amigos apontou seu dedo em minha direção, provavelmente só mais um maldito curioso querendo saber o porque da gente não trocar mais palavras, mas foi ai que nossos olhos se encontraram, foi ai que tivemos o nosso último contato antes dele me ignorar como fazia sempre, pelo menos atualmente.

— Bakugou hoje vamos para casa da Leticia —Disse a velha, sentando ao meu lado.

Me virei um pouco em sua direção e levantei os meus olhos para a encara-la melhor.

— Parece que ela está doente e eu me ofereci para cuidar dela —Insistiu ela quando eu levantei meus ombros, mostrando que eu não me importava — E já que seu pai te ensinou a dirigir um pouco, você vai me levar —Suspirei a encarando de novo.

_ Vou pegar a chave do carro então —Levantei desanimado, estando ciente que tinha que aguentar aquela mulher tagarelar todo o percurso do caminho.

Mas para a minha surpresa a velha estava incomumente quieta hoje de manhã, o que de fato, poderia ser preocupante. Peguei as chaves e caminhei para a porta, ela apressadamente me seguiu.

— Bem... —Ela hesitou olhando para o chão — Porque você está assim? —Perguntou quando entramos no carro.

_ Tsc, como assim? —A olhei confuso.