Cinco horas da manhã. Um barulho irritante, e um tremor na cômoda preta, que ficava ao lado da cama de Philip, era o despertador.
- Mais um dia longo.
Alguém bate a porta:
- Já acordou?
- Sim, Stéfy. Entra!
Stéfany entrou no quarto, com um sorriso espontâneo, cabelos trançados, e um perfume fraco e doce. Ela usa um vestido branco rendado, com um par de tênis All Star.
- Você está linda, Stéfy.
- Obrigada, Phil. Levanta... vai se atrasar.
- Não me diga que já preparou o café da manhã?
- Na verdade, vim avisar que é por sua conta hoje.
Philip sorria olhando para Stéfany, ela tinha um jeito diferente de lidar com as coisas. Stéfany conseguia fazer Phil sorrir, com facilidade. Ela era a única capaz de convencê-lo, e de motivar o jovem rapaz.
- Quando sair do banho, coloque aquela sua blusa vinho, você fica linda com ela.
- Eu até usaria, mas não sei onde estar. Procurei aquela blusa ontem quando cheguei, mas não encontrei.
- Claro, eu tinha colocado ela para lavar. Está no banheiro, pendurada no box.
Stéfany desceu as escadas, foi até a cozinha, pegou uma maçã, e caminhou até a frente da casa. Ela perecia ótima e de bom humor. Na rua onde a família Brendom morava, havia um jovem senhor, chamado Tobias Valentim. Stéfany nunca gostou muito desse tal Tobias, ele parecia cobiçá-la o tempo todo. Tobias já havia sido preso, temporariamente, por tentativa de estupro, e por ter uma possível participação, no assassinato da Sra. Sara Valentim, sua mãe. Stéfany entrou ao perceber que seu vizinho a olhava da janela.
Quando Philip desceu do quarto, a Sra. Brendom estava servindo o café, ela ofereceu torradas e ele negou, disse que queria comer com Stéfy. Foi até o portão chamar Stéfany e, de súbito, ele parou, congelou só em olhar para a sua casa do outro lado da rua. Os olhos de Philip perderam a cor, suas mãos incharam, seus joelhos fraquejaram, foi caindo lentamente. Stéfany tentou segurá-lo, mas não conseguiu nem se quer o tocar antes de cair ao chão.- Mãe! Mãe!!!!
Gritou Stéfany, Desesperada. Márcia, na mesma hora, largou a torrada, e saiu correndo ao encontro da filha.
- O que... Meu Deus! Philip!
- Depressa, precisamos levantar ele.
As duas, cuidadosamente, levantaram Philip, e o colocaram sentado em uma cadeira de madeira que havia ali perto da porta. Passando poucos minutos, Philip recobrou o entendimento, e disse que estava bem, mas, Márcia não estava entendo o porquê de Philip ter passado mal do nada. Ela o pergunta:
- Filho, o que você sentiu?
- Quando olhei pra minha casa lembrei da minha mãe, e das vezes que a via chorando no escritório do meu pai. Quando me dei conta, já estava desfalecendo. Senti uma forte dor no peito e dificuldade para respirar...
Enquanto Philip ainda falava, o Sr. Brendom chegou com o carro e, as pressas, pedia que todos entrassem no carro.
- Onde estamos indo?
Perguntou Stéfany.
- Ao médico. Philip não pode demorar mais nenhum minuto. Precisa ser atendido.
Respondeu o seu pai, com as mãos bem firmes no volante.
Chegaram ao hospital. Philip havia desmaiado mais uma vez dentro do carro. Levaram o jovem, às pressas, até uma sala para fazer rápidos exames, e em um ecocardiograma mostrava que o sangue arterial havia se misturado com o venoso.
- Vamos medicá-lo, e deixá-lo em observação toda essa noite. Não podemos fazer nada além disso.
- Tudo bem Doutor. Obrigada!
Márcia e Jorge passaram toda a noite sentados em um banco perto da recepção do hospital, enquanto Stéfany, não saiu de perto de Philip. E desse forma ficaram toda aquela noite.
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Tudo Irá Ficar Ok!
AdventureA história começa com a descoberta de uma doença. Philip enfrenta seus medos e descobre que seu sofrimento é causado pelo triste passado de sua mãe.