Capítulo 2

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 Era Dia 18 do mês de Abril, em uma Quarta-feira. O relógio marcava cinco horas e trinta e dois minutos da manhã, Philip estava se arrumando para ir à consulta médica sem preocupação, para ele as coisas estavam indo bem. Chegando ao Hospital fez sua ficha e aguardou. Imediatamente a enfermeira veio correndo e com semblante de desespero parou de frente ao menino e disse:

- Meu Deus! Você está de pé, como isso é possível?
Vem, depressa ... Deita na maca!

Ao verificar a pressão arterial de Philip, marcava

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Dezenove por Nove, algo considerado de extremo perigo para um jovem de 16 anos. O levaram para uma sala com grandes portas verdes, era a sala da emergência. Quando o transferiram da maca para o leito, Philip se assustou com tantos aparelhos que eram ligados à ele.

- Estou morrendo?

 
Perguntou Philip, e com nenhum tipo de Escrúpulo o médico, com olhar repulsivo disse:

- Sim, por mais que lutemos para tentar salvar, sabemos que não vai adiantar ... Mas, para que a mídia não divulgue nosso hospital como negligente, vamos fazer uma cirurgia e ver no que vai dar, mas não iremos fazer o procedimento hoje. Vou te encaminhar à outro médico, ele irá te ajudar a deixar o corpo resistente e fará outros exames, aqui é apenas emergência.


Naquela tarde, quando voltava para sua casa, Philip chorava e passava suas mãos sobre a nuca de forma rigorosa, estava tão amargurado e preocupado com a cirurgia ao ponto de não perceber uma coisa tão maravilhosa que acabara de acontecer, a menina, de uma forma inexplicável, tinha acabado de entrar no mesmo ônibus que Philip.

Philip sentado no canto do ônibus, com os olhos vermelhos de tanto derramar lágrimas, secou o pranto no mesmo instante que o ônibus parou, a menina estava descendo e então Philip, que antes chorava, agora se arrepende de não ter percebido antes que o seu o amor platônico estava no mesmo lugar que ele. Subitamente a tristeza e o desespero se transformam em euforia e epifania. Philip desceu naquele mesmo ponto sem saber onde estava e foi ao encontro da menina, ela, por sua vez, não sabia que alguém queria falar com ela, nem se quer ela olhou para trás,  apressou o passo e fitando os olhos no relógio, ajeitou a bolsa no ombro e apertou mais ainda seus passos ...

- Não acredito que a perdi de vista novamente, isso só pode ser um sina. 

Talvez, se ele parasse de tentar contato com a moça e se cuidasse, talvez assim ele teria mais tempo de vida. Parecia que ela era a cura do mal que lhe assolava.
Depois de tantas chamadas frustradas ele decide deixar a moça para lá.

  Duas semanas depois, Philip e sua mãe foram ao médico indicado pelo hospital.

- Ótima notícia, sua pressão normalizou. Não sei como, mas parece que você está melhorado ...

Nem mesmo o médico estava entendendo, absolutamente, nada. De uma hora para outra um quadro que, aparentemente, não tinha cura, agora parecia estar mudando.
Será um milagre ou algo desse tipo? Talvez seja apenas sorte ou, talvez, nem a morte o queira.

- O que houve?

- Além da pressão ter normalizado, o buraco que tinha na sua válva mitral se fechou!

 A maior parte de nossas doenças começam na cabeça, de alguma forma os nossos pensamentos afetam todo o corpo. O cérebro funciona como um padrão de luz, se algo der errado, todo o sistema estará comprometido.
  E isso não tinha cara de milagre. Embora o jovem fosse muito religioso, dentro dele havia um certo ceticismo.

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