Capítulo 6

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Os dias seguintes foram uma tortura. Ayla não confiava em mim o suficiente para compartilhar mais informações, e eu sabia que também não podia lhe dizer o que estava fazendo, pelo que estava me sacrificando.

A cada dia que passava, Amarantha ficava mais impaciente. Ela queria que alguém pagasse por desafiar seu poder.

Algumas noites após meu primeiro encontro com Ayla, estava em meu quarto, esperando que a movimentação nos corredores cessasse para que eu pudesse atravessar até às masmorras, quando um dos guardas de Amarantha bateu à porta. A rainha exigia minha presença imediatamente, ele disse com um sorriso malicioso.

Engolindo o ódio, me obriguei a seguí-lo. Não era incomum que Amarantha me chamasse no meio da noite, mas dessa vez eu senti como se estivesse sendo levado para minha execução.

Tentei acalmar as batidas de meu coração, não podia deixá-la sentir meu nervosismo. Eu havia feito tudo correto, ninguém jamais suspeitou que eu visitasse Ayla todas as noites. Eu tinha me certificado de tudo.
Quando entrei em seu quarto, Amarantha estava vestindo nada mais que um robe de seda preto. Os cabelos vermelhos caíam em cascatas onduladas pelas costas. Eu poderia até a ter achado bonita, se não a odiasse tanto.

- Você sumiu hoje. - ela disse, sentada na cama enquanto bebia um cálice de vinho - Onde estava?

- Alguns lordes da Corte Noturna queriam minha assistência com seu plano de se aliar às legiões ilirianas. - parei o mais próximo à porta possível - Aqueles guerreiros respondem diretamente a mim. Minha presença poderia instigá-los a…

- Não vai sair daqui, Rhysand. - seu tom cortante interrompeu minhas palavras - Você acha que só porque me satisfaz tem o direito de tomar decisões sem me questionar?

Eu sabia que as chances de ela me deixar ir às montanhas ilirianas eram mínimas, mas também sabia o quanto ela queria essa aliança. E se havia alguém que poderia fazer aquilo acontecer, esse alguém era eu.

Eu podia sentir sua irritação aumentando conforme seus olhos me avaliavam, cortantes. Teria que ter muita cuidado com isso. Da última vez que tentei convencê-la a me deixar sair, fiquei acorrentado por dois dias em sua cama. Logo depois que ela decidiu que deveria me açoitar por minha insolência.

- Claro que não, minha rainha. - eu disse, tentando fazer meu tom de voz parecer calmo, quase entediado - Nenhuma decisão foi tomada. Eu pretendia informá-la de todas as questões da reunião o quanto antes.

Me aproximei da cama com passos lentos, olhando em seus olhos todo o tempo. Eu precisava distraí-la.

- Apenas quero servi-la da melhor maneira possível, - minha boca se curvou em um meio sorriso malicioso - vossa majestade.

Ela apoiou o cálice de vinho na mesa ao lado da cama e caminhou até mim. Suas mãos abriram minha túnica com violência e logo estavam acariciando meu peito, descendo pela barriga e mais abaixo. Lutei contra a náusea que começava a crescer em meu estômago.

- Não vou tolerar que tome decisões sem minha autorização - falou enquanto desabotava minha calça - Certamente se lembra do que aconteceu da última vez que tentou.

Tive tempo apenas de acenar em concordância antes que ela arrancasse minha túnica e me jogasse na cama.

- Eu sou a rainha - ela falou, enquanto tirava minha calça - Se você me desobedecer, Rhysand, vai ser punido como qualquer outro.

Antes que eu me desse conta do que estava acontecendo, correntes apareceram em meus pulsos e meus tornozelos, me prendendo à cama.

Forcei as correntes, tentando me libertar, mas era em vão. Amarantha apenas sorriu, tirou o robe e montou em mim.

Corte de Sangue e MedoOnde histórias criam vida. Descubra agora