Fumê

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A água doce como marshmallow frente aos galhos em chamas. Percorria meus dedos dentre as carícias que o rio me proporcionava. Meu lar. Meu doce lar.

Sentada sobre uma rocha e seus cascalhos, aguardava a companhia do dia. Vaidade? Orgulho? Ira? Uns dos pecados que eu mais apreciava devorar.

Seres humanos, com suas ações estampadas em suas faces. Nada é capaz de se cobrir diante meu canto. Tenho como maestro controlado o caminho entre as conchas e asfalto. Afinal, quem seria a honrosa criatura capaz de comandar meus próprios riachos, senão eu mesma?

O ar dos pinheiros que absorvo se assemelha aos quatro anéis que você coloca em seus dedos todas as manhãs.

Aromas. Os mínimos detalhes que nossa alma acolhe são sempre cruciais ao desejarmos respirar livremente.

Possuindo o frasco de perfume, observo-o evaporar pelo mar. Numa certa noite chuvosa, damo-nos conta de que uma personalidade é composta por tudo o que vivemos desde o despertar.

Lar, meu doce lar.
Essa é uma sensação sempre fervorosa de se desvendar
Estamos aonde precisamos estar.

2020,
HannaMello.

𝗔𝘂𝗿𝗼𝗿𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora