Denominado Alex

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Alex é um personagem.
Alex, denominado medo, denominado Alex
Alex que não mais ouvi, não mais obedeci, não mais segui
Alex que me explorou, me coordenou, me treinou.

Com a vírgula desvinculada e o ponto posicionado
Assim revi, assim senti, assim vivi.

Não me lembrei de sua pressão
Pois na palma de uma página encontrei a clamada solução.

Não quero me sentir imersa a alguém
Que me faça repensar meus próprios pensamentos
E sim, flutuar em figuras que me façam deslumbrar minhas lembranças.

Me defender de suas vestimentas com tato de plumas brancas
Que recobrem as intenções manipuladoras abaixo do capuz torneado
Nunca enxerguemos o mal em sua face
Apenas o que é puro, é translúcido.

Elas estarão expostos em telas abstratas e excepcionais
Em um museu antigo na av. XXII.
Nele, encontrei indícios que me incentivaram
E um índice gradualmente alto de provas, presentes no gráfico enigmático em mim
De que esse início é sempre incontrolável.
E que incontrolavelmente, sempre irão haver inícios.

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Cada passo, cada toque; me guiava para lá, me enviava até lá.
Eu sempre acordava lá.
- "O que anda acontecendo?
- Acho que ela não consegue mais.
- Consegue o quê?
- Estar com alguém."
Não tem nada que não se saiba. Duvidei.

O tom cinza que se ergue à mim não se depara com variedades de tons.

Alex voltou, castigou-me e, foi-se.
Eu achei que não o veria nunca mais; mas, todavia, reparem só:
"Não comigo" "talvez não" "nada" "nunca" - são sentenças que não existem no ar que pairo.

Cada passo, cada toque; me guiava para lá, me enviava até lá.
Eu me seguro para que não navegue novamente para àquele fúnebre mar.
Eu não posso nadar mais.

Minha doçura de vestidos coloridos faz com que eu me perca diante às correntezas.

2017,
HannaMello.

𝗔𝘂𝗿𝗼𝗿𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora