Real?

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Quase tudo é tão visível, não? A chateação só é preciso que um aviãozinho de papel voe e suspire "algo não está certo", ignorando a pobre da intuição que no outro cômodo negava mil vezes em fazer a dobradura! Sentimentos cujos mesmo escondidos ou ensaiados, refletem como um clarão numa tempestade noturna.

Já o amor é tão inconstante. Imaturo, na minha perspectiva. Não sei que idade precisarei ter pra senti-lo de uma forma diferente, que traços melhorados vou jurar me empenhar a obter, que personalidade terá de se criar dentro de mim. Diante minhas dúvidas que cercam minhas entranhas ainda tão superficiais, não enxergo saída alguma.

Falta de confiança em minhas raízes de ser não é o problema, talvez este seja a falta de confiar no próximo e no que ele se diz sentir. Escrevo tanto, que palavras pra mim se tornaram algo obsoleto.

Sensações intensas vividas rapidamente por momentos de natureza sensorial também não me surpreendem.

Sentimentos rápidos, palavras igualmente arcaicas. Seria isso o que tanto leio nos livros fazendo-me sentir tão tocada? Como se mãos se transpusessem para fora da página e bailassem junto ao meu espírito. O ano que nasci teria o feito parecer impossível?

Apenas espero que assim como ainda existam máquinas de escrever jogadas pela rua à mercê de alguém que a encontre e saiba seu valor, o mesmo aconteça com o amor.

2021,
HannaMello.

𝗔𝘂𝗿𝗼𝗿𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora