Farol

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Escadarias no farol ao longe, onde lacunas de neblina moldam labirintos de afeto
O lugar mais inacessível de mim própria aonde crio este soneto.

Assim como a natureza que é notada por cada olhar, por cada passo, por cada circuito 
Venho através deste explicar meu intuito.

Atravessar o mar à nado é raro
A dança das ondas e imprevisibilidade das águas são características convidativas
Pode ser bárbaro
Mas não há nada mais gracioso que expectativas.

Um jardim de rosas, concentrando a luz que nossos olhos humanos não são capazes de enxergar
A delicadeza das pétalas nos liberta para apreciar
Amamos o doce e a dor
Pois sempre há os espinhos que nos limitam ao ardor.

Sou vento, onde ações são sentidas
Com modos ou não solistas
Tudo gira em brisas e furacões
Dependendo ou não de minhas atribuições

Como o sol dando às mãos a tempestade
Sinto ânsia em navegar de guarda-chuva num harém de liberdade
Sete cores reinam na aquarela do céu
Lembrando-me diariamente ser de meu próprio julgamento, a réu.

2020,
HannaMello.

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