Corte de Sol e Lua

CAPITULO 12 - POV AZRIEL

Azriel

Onde eu estava com a cabeça? Eu quase beijei Dahlia!

Repito: Quase beijei Dahlia!

Enlouqueci, essa é a única explicação.

Depois que atravessei para casa não me dei ao trabalho de conversar com ninguém, não conseguia raciocinar agora, minha cabeça estava a mil, e não parava de me repreender por quase ter feito isso.

Esperei a noite cair e todos irem dormir e fiz o que jamais imaginei que um dia faria sem ser a pedido de Cassian ou Feyre, fui até a adega de Rhys e peguei um dos seus vinhos, e ao voltar para meu quarto bebi a garrafa toda, tentando afastar a vontade de ter beijado Dahlia naquele instante na sala de estar.

Se eu disser que não a desejo estarei mentindo, acho que desde o primeiro momento que nos vimos ela mudou algo dentro de mim, a queria por perto o tempo todo, mesmo quando ela não falava absolutamente nada, se eu apenas tivesse ela ao meu lado seria o bastante.

Isso é errado, eu mal a conheço.

A bebida pareceu não resolver nada do turbilhão de pensamentos da minha cabeça, dormi pensando nela, sonhei com ela, e acordei pensando nela.

Queria ser frio com ela, assim como sou com todos ao meu redor, nunca foi do meu feitio ser tão carinhoso como sou com ela. Mas eu não conseguia, por algum motivo do Caldeirão eu não conseguia.

Olhei para minha mão cicatrizada mais uma vez naquela manhã, pensando como seria possível alguém olhar para elas sem sentir pena ou nojo, até mesmo ela. Se ela não saísse correndo ainda, sairia se visse isso.

O dia passou normalmente, mas com uma certa correria pelo evento da noite, Feyre estava uma pilha de nervos depois que contei que Dahlia viria e ela queria tudo perfeito, até meu pobre irmão ficou nervoso.

Morriga, Amren e Nestha foram a busca de seus vestidos na cidade, sim vestidos, não me pergunte como, mas Feyre convenceu Amren a usar um hoje, e levaram Cass para carregar as sacolas, pobre coitado.

Rhys me pediu ajuda para arrumar algumas decorações, e já que estava sem nada para fazer eu aceitei ajudá-lo.

Mas meus pensamentos estavam em outro lugar.

— Az? Você ouviu o que eu disse?— escuto a voz de meu irmão.

Pisquei algumas vezes.

— Desculpe, Rhys, poderia repetir?

Meu irmão fez aquela cara de quem vai aprontar alguma coisa... não estou gostando disso.

— Pensando nela?

— Não sei do que está falando — respondi ríspido.

Ele riu.

— Não nasci ontem, sabia? Desde que ela apareceu você está sempre em outro planeta — diz, ajustando um enfeite.

Bem, ele não estava errado.

— Sabe do que precisa? — neguei com a cabeça. — Uma bebida. Vou pegar para nós.

Rhysand logo voltou com dois copos de bebida, entregando um para mim e me chamando para me sentar.

— Fiquei assim também quando tentei negar que gostava da Feyre — comenta.

Eu acabei bufando.

— Temos mesmo que ter essa conversa?!

— Vamos Azriel, você gosta dela, não existe tempo certo para esse sentimento aparecer, pra que se torturar? — ele toma um longo gole do copo. — Tem haver com a Mor?