Na verdade, Ray nunca teve muitos amigos. Durante seu colegial, seus colegas costumavam chamá-lo de “Ray, o Gay”, e os alunos das outras salas só conheciam o Collins graças à esse apelido idiota que inventaram. Ray não sabia se devia rir por esses alunos acharem isso ofensivo ou se se sentia mal por eles o desprezarem por ser... “diferente”.
Pena, talvez fosse o que Ray sentia.
Pode-se dizer que Isabella, sua mãe, o educou da forma correta. Ela o ensinou que, independente do gênero, cor, orientação sexual ou nacionalidade, todos os seres humanos deviam ser respeitados e tratados igualmente, às vezes existindo situações em que apenas a hierarquia podia desobedecer esse ensinamento. É um tipo de lei.
Graças à esses mesmos ensinamentos, Ray pôde aprender bons argumentos para usar em discussões que se tratavam deste assunto. No colégio, todos que tentavam o deixar para baixo, saíam desapontados consigo mesmos após serem repreendidos pelos sermões de Ray. Ele era visto como um rei pelos não assumidos homossexuais de sua sala e escola, e como sabia disso? Esses não assumidos o agradeciam em particular, grande parte das vezes eram no fim das aulas.
Agora que estava indo para uma universidade, a dificuldade para lidar com os preconceituosos aumentaria em quase noventa e nove porcento. Emma sempre viu aquilo como um peso para Ray e por isso esteve sempre ao seu lado para o caso de algo ruim acontecer, estava ali para dá-lo todo o apoio preciso e motivação, embora o Collins não precisasse.
Ou talvez só parecesse, mas só talvez.
Emma estava em seu quarto preparando a mala para o dia seguinte, a semana havia passado voando. Como já era domingo, Ray resolveu fazer uma última ligação para Yuugo e sua mãe antes da ida para a universidade, pois não teria muito tempo para fazer esse tipo de coisa, já que estaria focando em seus estudos até nos finais de semana.
— Ray! — Emma apareceu na porta do quarto segurando seu notebook. — Olha isso aqui!
Ela andou até o amigo, colocando o aparelho em seu colo e apontando para o link que havia chegado em seu e-mail.
— Clica nisso — mandou, e Ray o fez. Clicando ali, ele foi levado para uma página na internet lotada de nomes e outros link's que levavam à outras páginas... Era uma sequência quase infinita de números e nomes pequenos.
— O que é isso? — perguntou, rolando o mouse e explorando a página.
— A lista dos selecionados para a Valley's Academy, eles a disponibilizaram. — respondeu. Ray a princípio não acreditou e pensou que fossem informações falsas, mas quando viu o nome de Norman com o de seu responsável do lado e a expressão no rosto de Emma, teve certeza. “Então é isso? Vai ser divertido ter uma mente à altura! Obrigado, Ratri, você já está me divertindo”, pensou Ray, sorrindo sem nem perceber. — Por que está tão contente? Achei que não gostasse desse Norman.
— E não gosto, mas isso é um jogo, Emma. Eu irei discretamente convocá-lo para uma batalha de mentes. — explicou, ainda com o sorriso de orelha a orelha. — Que engraçado, o meu rival do ano passado na Denver era um aluno nerd qualquer, mas este ano, competirei com um prodígio de nome e respeito. Só pode ser o destino!
— Tão de repente? Eu não estou entendendo, Ray, pensei que quisesse só acabar com a imagem do filho do William, mas que droga é essa de competição? — ela se sentou ao lado do amigo, o olhando confusa.
— Eu quero provar que um alguém “esquisito” e diferente como eu pode ter mais reputação que um riquinho que consegue tudo de mão beijada como ele. — respondeu como se já fosse óbvio.
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call me by your name; norray
FanfictionNorman Ratri é filho de uma figura muito conhecida no mundo da moda - William Minerva -, a linhagem da sua família sempre teve uma grande influência no país e ele é considerado um "gênio" da escola particular Amherst, localizada em Grace Field, enqu...