Capítulo III - Valley's Academy

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     Na verdade, Ray nunca teve muitos amigos. Durante seu colegial, seus colegas costumavam chamá-lo de “Ray, o Gay”, e os alunos das outras salas só conheciam o Collins graças à esse apelido idiota que inventaram. Ray não sabia se devia rir por esses alunos acharem isso ofensivo ou se se sentia mal por eles o desprezarem por ser... “diferente”.

     Pena, talvez fosse o que Ray sentia.

     Pode-se dizer que Isabella, sua mãe, o educou da forma correta. Ela o ensinou que, independente do gênero, cor, orientação sexual ou nacionalidade, todos os seres humanos deviam ser respeitados e tratados igualmente, às vezes existindo situações em que apenas a hierarquia podia desobedecer esse ensinamento. É um tipo de lei.

     Graças à esses mesmos ensinamentos, Ray pôde aprender bons argumentos para usar em discussões que se tratavam deste assunto. No colégio, todos que tentavam o deixar para baixo, saíam desapontados consigo mesmos após serem repreendidos pelos sermões de Ray. Ele era visto como um rei pelos não assumidos homossexuais de sua sala e escola, e como sabia disso? Esses não assumidos o agradeciam em particular, grande parte das vezes eram no fim das aulas.

     Agora que estava indo para uma universidade, a dificuldade para lidar com os preconceituosos aumentaria em quase noventa e nove porcento. Emma sempre viu aquilo como um peso para Ray e por isso esteve sempre ao seu lado para o caso de algo ruim acontecer, estava ali para dá-lo todo o apoio preciso e motivação, embora o Collins não precisasse.

     Ou talvez só parecesse, mas só talvez.

     Emma estava em seu quarto preparando a mala para o dia seguinte, a semana havia passado voando. Como já era domingo, Ray resolveu fazer uma última ligação para Yuugo e sua mãe antes da ida para a universidade, pois não teria muito tempo para fazer esse tipo de coisa, já que estaria focando em seus estudos até nos finais de semana.

     — Ray! — Emma apareceu na porta do quarto segurando seu notebook. — Olha isso aqui!

     Ela andou até o amigo, colocando o aparelho em seu colo e apontando para o link que havia chegado em seu e-mail.

     — Clica nisso — mandou, e Ray o fez. Clicando ali, ele foi levado para uma página na internet lotada de nomes e outros link's que levavam à outras páginas... Era uma sequência quase infinita de números e nomes pequenos.

     — O que é isso? — perguntou, rolando o mouse e explorando a página.

     — A lista dos selecionados para a Valley's Academy, eles a disponibilizaram. — respondeu. Ray a princípio não acreditou e pensou que fossem informações falsas, mas quando viu o nome de Norman com o de seu responsável do lado e a expressão no rosto de Emma, teve certeza. “Então é isso? Vai ser divertido ter uma mente à altura! Obrigado, Ratri, você já está me divertindo”, pensou Ray, sorrindo sem nem perceber. — Por que está tão contente? Achei que não gostasse desse Norman.

     — E não gosto, mas isso é um jogo, Emma. Eu irei discretamente convocá-lo para uma batalha de mentes. — explicou, ainda com o sorriso de orelha a orelha. — Que engraçado, o meu rival do ano passado na Denver era um aluno nerd qualquer, mas este ano, competirei com um prodígio de nome e respeito. Só pode ser o destino!

     — Tão de repente? Eu não estou entendendo, Ray, pensei que quisesse só acabar com a imagem do filho do William, mas que droga é essa de competição? — ela se sentou ao lado do amigo, o olhando confusa.

     — Eu quero provar que um alguém “esquisito” e diferente como eu pode ter mais reputação que um riquinho que consegue tudo de mão beijada como ele. — respondeu como se já fosse óbvio.

call me by your name; norray Onde histórias criam vida. Descubra agora