Capítulo VI - Recomeço

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     Ray estava deitado na beliche de seu dormitório conversando com Emma por uma ligação, ele explicou tudo o que aconteceu desde o banheiro até o último encontro que teve com Norman há alguns minutos atrás. O Collins também disse que ainda estava em choque no momento e por isso não tomou a iniciativa de chamar a amiga para lhe contar toda a história antes, além de que ele não queria preocupá-la, e Emma, como uma boa ouvinte e Fonte de Esperança de Ray, não riu ou zoou da situação que o amigo havia se metido.

     Ele tinha sorte de tê-la como sua amiga.

     — O que você vai fazer, então? Norman está aí, não é?

     — Ele não está aqui, ainda deve estar na sala do Clube de Jornalismo... Para a minha infelicidade ou não, Oliver e Zack saíram para conseguir uma garrafa para jogarmos essa droga de jogo e eu estou aqui no dormitório, sozinho. — Ray dizia enquanto brincava com os dedos em sua barriga, Emma riu em resposta.

     — Você sabe que eu sempre estarei aqui para apoiá-lo e ouví-lo, não é, Ray? Por favor, se sentir ou perceber que ainda não está pronto para aguentar tudo isso sozinho, conte comigo.

     — Eu estou pronto, não se preocupe, você já carregou muitos dos meus problemas nas costas e isso é responsabilidade minha! — ele respondeu, virando para o outro lado da cama. — Enfim, eu não quero falar sobre isso agora, gostaria de saber como você está?

     — Ah, é... Eu estou bem tirando o fato de que eu estou muito preocupada com você. Aliás, Anna ficou muito tentada a ir conversar contigo quando estava cabisbaixo hoje mais cedo e inclusive me perguntou se eu iria falar com você, ela é tão ingênua...

     — Então vocês se deram bem, hein? É bom saber que está fazendo amigos aqui, você sempre foi melhor que eu nisso, afinal. — Ray sorriu e respirou fundo, passando a mão e separando seus fios de cabelo com os dedos — Diga para ela não se preocu-...

     O Collins fora interrompido por batidas na porta do dormitório. “Zack e Oliver, já? Mas eles acabaram de sair daqui”, ele pensou e se virou no colchão, levantando e andando até a porta.

     — Desculpa, Emma, depois eu te ligo, parece que os garotos já voltaram. — ele disse e Emma respondeu com um OK, em seguida desligando o telefone. Ray encarou a porta por um momento e agarrou a maçaneta, puxando e, de novo, ficando surpreso com quem estava por trás das batidas. — Argh, é você.

     — Me odeia porque sou gostoso, nunca te fiz nada. — Norman disse entrando no dormitório e Ray fez uma careta ao fechar a porta. “Será que eles me deixam trocar de quarto com alguém?”, pensou o moreno. — Onde estão os garotos?

     — Saíram. — ele respondeu rápido e voltou para a beliche, se deitando no colchão novamente e voltando a mexer em seu celular. Norman parou ao lado da estante de livros e observou o rapaz se deitar, em seguida o chamando:

     — Ray — chamou, o Collins direcionou o olhar para o garoto — Por que não me deixa explicar? Eu-...

     — Blá, blá, blá, não tô' te ouvindo! — ele largou o celular no colchão e tapou os ouvidos, fechando os olhos.

     Norman respirou fundo e andou até o garoto, agarrando suas mãos que tapavam os ouvidos do mesmo e puxando-o, fazendo-o se sentar na cama para ouví-lo.

     — Você é uma criança por acaso? Até quando vai continuar com essa birra besta? Para dar sermão você é ótimo, mas para ouvir os outros é horrível! — Norman exclamou, os olhos de Ray marejados de constrangimento apertaram seu coração, o que o fez soltar as mãos do garoto.

call me by your name; norray Onde histórias criam vida. Descubra agora