Quando o Jornal da Universidade saiu, todos ficaram aliviados que a primeira capa não se tratava de um beijo flagrado ou namoro assumido entre professores.
Era um tipo de relatório de excursão com as tarefas realizadas no acampamento e avaliação dos professores em relação ao comportamento dos estudantes. Foi bem sem graça, na verdade, mas Norman e Ray preferiam aquilo do que uma foto dos dois em um ângulo que poderia comprometer a imagem deles, embora o que eles lutaram tanto para esconder realmente acontecesse às escondidas.
Fosse dentro de barracas, em cachoeiras, salas fechadas ou salinhas de zelador.
Na realidade, tudo estava correndo perfeitamente bem... tirando a parte de que Jim agora estava avistando Norman como seu alvo. O Ratri tinha que ficar esperto, mas ficaria esperto em silêncio, sem alarmar ninguém, sem envolver ninguém. Era assim que costumava lidar com os problemas: sozinho e de boca fechada. Costumava dar certo.
E era sobre isso que Norman estava pensando naquele momento.
A garota de cabelos verdes retornou ao início daquele parágrafo pela terceira vez depois de lê-lo, tentando compreender o que ele dizia, mas era quase impossível com um Norman pensativo encarando-a do outro lado da mesa da biblioteca.
Ela estava achando aquilo cansativo.
— Tá bom, chega. — ela fechou o livro de uma vez, levantando a cabeça para retribuir o olhar de Norman com seriedade. — Eu não aguento mais isso, então me diz qual é o problema.
Norman não respondeu, apenas suspirou e balançou a cabeça, batucando a mesa com o polegar e recortando-se confortavelmente na cadeira, descendo os olhos para as próprias mãos.
Eles estavam esperando Don voltar com os relatórios que eles deveriam preencher sobre a viagem. As duplas poderiam preencher, cada membro, uma parte, mas Norman disse que Ray deveria ficar responsável pela seleção das fotos e o resto poderia deixar com ele. O Collins apenas sorriu pequeno e concordou com a ideia, feliz que as tarefas foram bem divididas e não houveram mais problemas. Norman também ficou satisfeito por ele não ter tentado bancar o gentil. Queria mesmo poupar qualquer trabalho de Ray.
No fim, correu tudo certo, principalmente aquele momento. Norman estava esperando para ficar sozinho com Gilda e falar sobre a maldita boca aberta dela, fora a falta de necessidade de dizer o que disse para Ray no acampamento. Não é como se Norman fosse deixar algo como aquilo passar, afinal. Mas havia um pequeno e infeliz problema:
Norman não conseguia deixar de pensar no acontecimento de mais cedo.
Jim... Qual é a porra do problema daquele cara? Sério, se fosse por Norman, já teria denunciado o idiota ao diretor, seu pai, mas não sabia se aquilo iria, de alguma forma, ferir a integridade de Ray, então era melhor que o próprio Collins tomasse uma atitude a respeito.
Ele não contou a Ray sobre Jim ter aparecido na porta do dormitório e preferia não dizer tão cedo.
— Não adianta ficar aí de cabeça baixa esperando que eu leia a sua mente, Norman. Se você não me contar qual é o problema, eu vou dar um puxão na sua orelha.
— Na verdade, o problema não é da sua conta — ele disse, dando de ombros, e voltou a olhar a amiga. — Mas eu tô muito insatisfeito com você, Gilda. Quem você pensa que é para ficar ditando o que as pessoas ao meu redor devem ou não fazer? A porra da minha mãe?
A garota franziu o cenho, ajeitando s moldura do óculos na ponte do nariz, mantendo-se calada.
Norman inclinou o torso sobre a mesa, fechando a expressão para a de fios verdes.
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call me by your name; norray
FanfictionNorman Ratri é filho de uma figura muito conhecida no mundo da moda - William Minerva -, a linhagem da sua família sempre teve uma grande influência no país e ele é considerado um "gênio" da escola particular Amherst, localizada em Grace Field, enqu...