Ray congelou.
Sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo, e assim que abriu os olhos, pôde ver um sorriso enorme e vitorioso estampado nos lábios de Norman. Ele lhe olhava... Não, ele lhe admirava com uma expressão tão realizada que parecia ter acabado de garantir algum tipo de prêmio importante. Aquele maldito sorriso orgulhoso de novo... Maldito sorriso que fazia o coração de Ray acelerar — de raiva ou não.
O Collins estava tão vidrado naqueles dentes tão impecavelmente alinhados e brancos lhe iluminando que não percebeu quando Norman enterrou os dedos em seus fios de cabelo e o puxou, selando seus lábios num beijo rápido mas cheio de anseio. Foi breve, e ele logo se afastou.
— Já pode admitir a derrota. Você cedeu. — ele murmurou num tom sarcástico, segurando a nuca do garoto que permanecia ainda processando o que exatamente ele havia perdido.
Até que Ray finalmente entende.
Por um segundo ele sente raiva de si mesmo, em seguida quer socar a cara de Norman e chega a cerrar os punhos para se conter, mas no fim decide que, se já havia perdido, não tinha problema em exagerar um pouco. E daí que Norman havia vencido? Ele só venceu para si próprio, mas para Ray o jogo não havia terminado ainda. Não iria aceitar a derrota tão facilmente. Que disputa mixuruca seria aquela se acabasse assim, afinal?
Ray agarra a gola da camisa de Norman e o puxa em sua direção, deixando-o quase em cima de si. Beijá-lo novamente se torna tentador quando percebe que puxou forte demais e acabou com a testa quase colada à dele, mas ele ignora o rubor queimar em suas bochechas e morde o canto da boca para se controlar. É quando Ray finalmente sussurra em resposta:
— A guerra só acaba quando o último soldado morre, Norman. — um sorriso surge no canto de seus lábios e Ray pode perceber a respiração de Norman mudando de ritmo, se tornando mais ligeira e profunda. Podia jurar que o viu engolir em seco ao descer o olhar para os seus lábios.
Num instante, Norman se afasta rapidamente de Ray e se levanta, recolhendo os livros do chão e os empilhando em cima da mesa. Ray apenas franze o cenho e observa o garoto organizar tudo sozinho, ainda sentado no chão.
— O que deu em você de repente? — ele questiona.
Ray se levanta e apalpa a roupa para se livrar da poeira — mesmo que o piso de mármore da biblioteca estivesse brilhando de tão limpo. Norman ignora a pergunta e assim que termina de colocar tudo de volta no lugar, caminha até Ray e agarra o seu pulso.
— Vamos resolver isso em outro lugar. Pode me acompanhar? — Ray percebe que as orelhas de Norman estavam mais rosadas que o normal. Chegava a ser fofo.
E de repente, ele está sendo arrastado por entre as altas estantes da biblioteca. Seus dedos entrelaçados aos de Norman, que lhe guiava até... Bom, na verdade ele não sabia pra onde, mas Norman devia saber aonde estava indo pela convicção que parecia ter quando dobrava em cada corredor, evitando trombar com alunos de outras turmas espalhados por aquele lugar enorme.
Quando Ray abre a boca para perguntar se Norman sabia de fato para onde estava os levando, percebe os passos do Ratri encurtando, até finalmente pararem em frente a uma porta de madeira com uma pequena janela refletiva no centro, um pouco acima da maçaneta.
Norman virou-se para Ray, olhando em seus olhos.
— Se a gente entrar aqui... — Norman toca a ponta do dedo indicador no peitoral de Ray e em seguida acaricia seu ombro, lentamente descendo até sua a clavícula. As orbes escuras do Collins acompanham cada movimento, até chegar aos olhos de diamante do prodígio de Amherst. — Eu e você...
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call me by your name; norray
Fiksi PenggemarNorman Ratri é filho de uma figura muito conhecida no mundo da moda - William Minerva -, a linhagem da sua família sempre teve uma grande influência no país e ele é considerado um "gênio" da escola particular Amherst, localizada em Grace Field, enqu...