call me by your name; norray

Capítulo V - Convite

- Não interprete mal o que eu digo, Norman, eu não vou contar isso para ninguém. - "Mas que droga, será que ele já está desconfiando...?" - Eu só estou perguntando porque... você parece não estar nem aí mesmo, e é irritante, de alguma forma.

Norman sorriu, e sem perceber, no meio da conversa, ele já havia parado de se masturbar. Quanto tempo havia se passado? Imaginou que não muito. Ele não disse mais nada dentro de mais ou menos trinta segundos e apenas vestiu sua calça, logo em seguida, puxando Ray para dentro da cabine e a trancando, prensando-o contra a porta e segurando seu queixo.

- Ninguém nunca me chamou de irritante tão naturalmente antes, estou surpreso com a forma que você é sincero. Como tem tanta coragem?

Ray sentiu um leve arrepio em seu corpo quando Norman tocou seu queixo, fazendo-o virar a cabeça para o lado assim que o Ratri terminou de falar.

- Eu devia me sentir o máximo por deixá-lo tão surpreso? E não é como se te chamar de irritante fosse algo somente feito por gente corajosa como você diz, aliás, eu só falei que você não estar nem aí é irritante, não que você é irritante. - ele respondeu dando de ombros e em seguida empurrando o garoto para trás, tal que caiu sentado no vaso sanitário. - Será que eu posso ir embora?

- Hahaha, vai nessa! Estarei logo atrás. - ele respondeu sorridente, Ray a princípio não conseguiu entender como aquele garoto podia simplesmente não ligar para o fato de que sua própria imagem estava prestes a ser borrada, mas então o Collins imaginou o que poderia ser. - Só mais uma coisa - ele adicionou antes que o outro abrisse a porta da cabine - Fique atento, Ray, talvez você que tenha interpretado mal o que eu disse sobre não me importar com a minha imagem.

É fato que Norman é um estudante muito empenhado e controlado. Uma vez revelado que seu pai é um modelo famoso e sua família tem ótima condição financeira, todos passam a vê-lo como um tipo de deus ou um alguém inocente e nerd que é todo focado em apenas estudar, ninguém cairia tão facilmente em uma revelação como a que Ray estava tentado a fazer. Mas se não fizesse isso, que outra chance teria futuramente? E se nem houver uma outra?

Mesmo que não tivesse, Ray decidiu que o melhor seria deixar essa oportunidade passar. Não era claro, mas o Collins podia ver um espírito vingativo e perigoso refletido nos olhos do Ratri, e isso, de alguma forma fez Ray hesitar em executar o que pretendia colocar como parte do seu plano. Norman, além da reputação que tinha fora e dentro da universidade, tinha seus amigos que provavelmente iriam defendê-lo em qualquer situação onde sua imagem estivesse prestes a ser borrada. Os coordenadores, professores e o diretor também estavam ao seu lado, eles jamais cairiam num simples boato de que o aluno prodígio do colégio de Amherst teria matado uma aula para se masturbar.

Sendo assim, Ray teria que ter provas ou então um flagra bem mas polêmico e acreditável que aquele mais recente.

Ray finalmente saiu da cabine, e somente quando saiu do banheiro ele começou refletir direito o que havia acabado de acontecer. Seu rosto ardeu por um momento até que parou para pensar como iria olhar na cara do Ratri agora, e se Emma notasse seu olhar de constrangimento, sem dúvidas iria perguntá-lo o motivo dele. Ray estava entrando num corredor de armadilhas onde qualquer passo em falso podia levar sua própria imagem por água abaixo, ainda não se sabe o que Norman é capaz de fazer caso coisas que não deviam acabem escapando da boca do Collins.

💭

- Você não vai lá falar com ele? - Anna perguntou enquanto caminhava até o corredor dos dormitórios segurando o braço de Emma.

- Por ele não ter vindo falar nada comigo, sem dúvidas aconteceu algo e eu tenho certeza que Norman está envolvido nisso. - a ruiva respondeu encarando o amigo que andava alguns centímetros atrás de seus colegas de quarto, ele estava cabisbaixo e distante... - Ele não vai me contar nada, pode acreditar.