Ray POV
— Sanduíche natural de patê de atum, suco de uva e água — informei enquanto tirava a pequena vasilha de dentro da mochila, organizando tudo sobre a toalha de piquenique estendida abaixo de mim. — E as guloseimas que Emma me deu antes de sairmos da universidade. Temos um banquete aqui.
Já eram quase duas da tarde quando Norman e eu encontramos um lugar aberto e calmo próximo à trilha para almoçarmos confortavelmente. Não exigimos demais porque se fôssemos nos preocupar com cada detalhe, ficaríamos horas andando em círculos, como fizemos mais cedo, e eu já estava morto de fome — o que era justo, por sinal, já que um certo alguém me fez deixar o jantar da noite anterior do lado de fora da barraca, e Oliver, o bom e esperto Oliver, teve a brilhante ideia de devolver a bandeja ao diretor de turma.
Sério, se estava do lado de fora da nossa barraca, por que é que aquele imbecil acharia ótima a ideia de levar a bandeja de volta?!
Enfim, ali estava eu, preparando tudo para o "almoço" enquanto Norman se preocupava em rodear aquele pequeno espaço calmo e claro da floresta, cercado por framboeseiras com os frutos bem vermelhos e bonitos, buscando algo interessante para fotografar.
— Eu preciso lembrar de agradecer a Emma por ser tão legal com você quando voltarmos — ele disse distraidamente, se agachando para tirar uma foto aleatória de um dos arbustos frutíferos dali, parecendo fascinado.
— Por que você acha que deveria agradecer à ela? — não conti a pergunta, terminando de organizar tudo pela a toalha quadriculada que havíamos recebido junto com os outros materiais para a exploração, me sentando de pernas cruzadas sobre o pano e encarando aquele Norman distraído e encantado com a natureza.
Ele colheu algumas framboesas nas mãos antes de se virar na minha direção.
— Porque ela cuida de você — deu de ombros, se aproximando com os olhos grudados no aparelho em suas mãos, e eu franzi o cenho para ele. — É um bom motivo. E eu também adoro doces, então tudo está interligado. Emma adora você e ela te dá doces. Eu adoro doces e adoro você, o que significa que vai ter que dividir comigo.
Eu revirei os olhos, bufando.
Grande novidade. Norman, o gênio, com suas lógicas ilógicas.
— Isso não significa coisa nenhuma e eu vou dividir com você por educação — expliquei, observando-o desviar a atenção da câmera e voltar o olhar para mim enquanto se sentava na minha frente, respeitando o espaço entre nós marcado pela comida.
— Ao menos iremos dividir! — ele bradou sorrindo, colocando as frutas que havia colhido sobre o pano, próximas à comida.
E no momento seguinte, ele apenas começou a separar os sanduíches e espalhá-los pela toalha amarela, enquanto eu me prontificava a encher os copos de plástico com o suco de uva. Separamos tudo sem dizer absolutamente nada, apenas aproveitando o som das folhas das árvores balançando, animais correndo entre as folhas, pássaros piando e as gotas da bebida encontrando os copos.
Foi de uma maneira totalmente distraída que eu comecei a melodiar a canção que minha mãe costumava cantarolar em casa enquanto fazia tarefas domésticas, então demorei para notar o olhar de Norman sobre mim, parando de tampar a caixinha do suco para olhá-lo de volta. Ele tinha aquele sorrisinho já característico dele, parecendo lembrar de algo.
— O quê?
— De onde você conhece essa música? — perguntou, agora parecendo interessado.
— Você conhece? — questionei surpreso, vendo-o assentir. — Minha mãe vive cantando ela... Eu nunca procurei saber de onde vem.
— Meu pai às vezes canta essa melodia para provocar meu tio. Ele fica muito puto — revelou, soltando um risinho e negando com a cabeça. — Eu acho que tem algo a ver com o seu pai, já que é a única coisa que consegue irritá-lo.
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call me by your name; norray
FanfictionNorman Ratri é filho de uma figura muito conhecida no mundo da moda - William Minerva -, a linhagem da sua família sempre teve uma grande influência no país e ele é considerado um "gênio" da escola particular Amherst, localizada em Grace Field, enqu...