CAPÍTULO 35

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Garcia.

Jess mal me olha no rosto durante grande parte da noite, exceto pelos rápidos olhares que ela me dá, mesmo que tente evitá-los. Não que eu ache isso injusto, até porque sei que mereço, mas ela também não é nada inocente para jogar a culpa toda em mim.

Ela e Melissa ficam conversando e dançando durante horas, com os copos sempre cheios e homens sempre tentando se aproximar delas para tentar tirar uma casquinha. Eu me aproximo um pouco mais delas para impedir que pessoas indesejadas se aproximem. Fico do lado de Jess, que dança sem parar, e no momento está tão bêbada que nem percebe que eu estou perto dela, o que é bom, porque caso ela percebesse, era capaz de me dar um soco na cara.

- Minha bebida acabou, - Melissa diz com a voz alta demais.

- A minha também já está acabando, vamos pegar mais, - diz Jess, que mal consegue ficar em pé direito.

- Ninguém vai beber mais nada por hoje, - digo tirando o copo delas, e aparentemente nenhuma das duas gostou do que eu fiz.

- Ei, o que você está fazendo? - Melissa pergunta. - Me devolve meu copo!

Ela tenta alcançar o copo e quase cai no chão, então eu chamo uma das amigas sóbrias dela que estava logo ao nosso lado e digo pra levar ela pra casa, e ela concorda.

- Eu não quero ir embora, - Melissa protesta.

- Mas você vai, - digo.

A amiga dela coloca o braço de Melissa ao redor dos seus ombros e sai com ela, reclamando por ela sempre dar trabalho nas festas, e as duas continuam brigando até desaparecerem em meio a multidão.

Jess continua me olhando como se ela fosse me matar. Agora não tenho dúvidas de que ela me odeia.

- Porque você continua sempre tão babaca Garcia? - Ela pergunta sem pronunciar as palavras direito.

- Cuidar de você não é ser babaca.

- Já disse pra você ficar longe de mim. Porque você mandou a Melissa embora?

- Porque ela estava muito mal, e você também. - Coloco minha mão na cintura dela para guia-la até o carro. Damos alguns passos até nos afastarmos das pessoas, mas Jess, em um movimento rápido demais para uma pessoa que não está nada sóbria, pega seu copo da minha mão e se afasta de mim.

Ela ri vitoriosamente e levanta o copo como se fosse brindar, antes de tomar um grande gole.

- Consegui! - Ela diz sorridente.

- Já chega, Jess, - digo e pego o copo novamente da mão dela, mas já está vazio. - Vamos embora.

- Não, eu quero ficar. Pare de ser tão estraga prazeres, me deixa em paz.

E ao invés de voltar para o meio da multidão, ela vai para o mar. Ela corre até ele até encostar os pés na água gelada. Vou atrás dela e seguro em sua cintura juntado seu corpo com o meu lado a lado, caso ela tente correr para nadar. Não estou a fim de ver ninguém se afogando hoje.

- Eu quero nadar, - ela diz tirando sua blusa.

- Não, Jess, você não pode ir nadar, pare de tirar sua roupa. - Tento vesti-la novamente, mas ela se afasta de mim e tira o resto da sua roupa ficando apenas de calcinha e sutiã.

- E quem é você pra dizer o que eu posso ou não fazer? - Ela pergunta com a voz ameaçadora e olhar penetrante.

Eu olho para ela por um instante. Seu jeito teimoso me irrita de uma maneira que ninguém mais conseguiu, mas mesmo assim ainda quero ficar perto dela.

Diga meu nome | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora