CAPÍTULO 65

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Jess

Hoje, eu e Garcia combinamos de ir para a escola no mesmo carro novamente. Estou começando a achar que vamos ir juntos todos os dias agora, o que é maravilhoso.

Não sei o que pensar sobre a última vez que fomos de carro juntos para a escola. Muitas coisas foram reveladas naquele dia, que desencadearam algo absolutamente incrível. Mas querendo ou não, aquela sensação de perigo foi maravilhosa. Por mais que o medo de o perder tenha se aflorado em mim e me consumido naquele momento, eu me senti tão bem porque tudo que eu estava guardado por tanto tempo havia sido revelado. E mesmo que aquilo terminasse em tragédia, eu não iria ter me sentido culpada por não tentar depois. Pois sei que nada teria acontecido de mais entre nós sem aquela ida de carro para a escola.

Olho para ele, que está concentrado na estrada agora, com ambos os olhos focados no caminho.

- Posso te perguntar uma coisa? - Digo e ele olha para mim.

- O que?

- Nós estamos namorando? - Pergunto, atrevida demais, corajosa demais.

Garcia fica sério, provavelmente não era essa a pergunta que ele esperava. E honestamente, nem eu.

Ele fica tempo demais pensando, e eu começo a ficar com medo da sua resposta. Será que acabei de cometer um erro? Achei que já estávamos namorando, pelo menos parecia que sim, mas nunca falamos disso.

- Eu não sei, você quer que começamos a namorar? - Ele pergunta.

- Eu? Bom... eu não sei, talvez... sim. - Minha voz sai falha, pois minha coragem acabou de voar pela janela.

- Então estamos, - ele diz, calmamente, para a minha surpresa.

Não falo nada. Arregalo meus olhos e olho para frente, para a rua que passa rápido por nós.

As coisas têm acontecido bem demais, e eu com certeza não imaginava que era assim que aconteceria. Ele acabou de me pedir em namoro, ou fui eu que o pedi?

- Ok, - digo, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Uma de suas mãos descansa debaixo do volante, e como vejo que ela não seria tão necessária assim para dirigir, a tomo para mim. Cruzo nossos dedos entre si e observo como nossas mãos combinam juntas, por mais que a dele seja quase o dobro da minha.

Nunca imaginei que poderia segurar a mão dele desse jeito. E de repente sou tomada por uma energia maravilhosa. Talvez seja a adrenalina de estar namorando Garcia.

- Sua mão é tão grande, - comento. - O que aconteceu? Te trocaram com a mão grande quando era pequeno?

- Não é pé grande? - Ele pergunta, com as sobrancelhas franzidas, penando quem se enganou com o nome.

Eu olho para os pés dele rapidamente e volto meus olhos para o seu rosto, sorrindo.

- Sim, o pé também, enorme. - Ele ri de mim. - E aquela outra coisa também, - deixo escapar.

Tampo minha mão com a boca, quase gargalhando. Garcia olha pra mim de canto de olho e mostra suas covinhas, mas não diz nada.

Estou tão feliz agora que é como se eu estivesse bêbada. Não ligo para mais nada. Nunca estive tão feliz como estou agora, pelo menos não me lembro da última vez que isso aconteceu. Estou sentindo essa felicidade completa e genuína, por mais que quase tudo esteja meio destruído. Minhas amizades antigas, meu status, - que eu não dou a mínima - e mais uma enorme lista. Tudo o que tenho agora é uma relação com Renato Nóbrega Garcia, que pelo visto está namorando comigo.

Não sei se fui trouxa antes ou se estou sendo agora, mas não me importo, estou feliz, e quero ficar assim até quando durar, sem deixar essa coisa ir embora por causa do medo, que já nos destruiu o suficiente.

Desde que mencionei suas partes gigantes, não consigo parar de pensar naquela que é uma das minhas favoritas. Não sei porque estou tão excitada ultimamente. Não sei se estou sendo irracional ou agindo de forma errada. Mas eu culpo Garcia por isso.

- Você quer parar o carro em algum lugar? - Pergunto, dando um beijo na parte de trás da mão dele e mordendo a ponta do seu dedo. - Talvez... em um lugar escondido, sem muita gente...

Ele olha pra mim, sorrindo, e observa como estou sendo fácil para ele.

- Se eu quero? É claro, - ele responde. - Mas infelizmente nós já chegamos.

Quando percebo, o carro realmente parou e nos estamos no estacionamento da escola. Droga! Nós não podemos fazer isso aqui.

- Nós paramos o carro na volta, - digo, abrindo a porta, chateada.

- Espera, - ele chama, antes que eu saia do carro.

Garcia puxa a minha mão e me aproxima dele. Então coloca a mão no meu pescoço e me beija mais devagar do que um fusca quebrado subindo uma colina. Meu motores se explodem. Se eu estava excitada antes, agora deveriam inventar uma nova palavra para descrever o que estou sentindo.

Sinto milhões de borboletas na minha barriga ao mesmo tempo e uma eletricidade entre as minhas pernas. Eu pego fogo. Não consigo nem me mexer, não quero fazer nada que atrapalhe isso, nada. Mas então Garcia para de me beijar.

Tinha que ser agora?

- Porque parou? - Pergunto, ainda sentindo o gosto do seu beijo.

- Porque eu quero que você fique com isso na cabeça durante o dia inteiro, - diz ele, com um sorriso safado. - Lembrar do que acabou de acontecer neste carro, e do que ainda vai acontecer. Você sabe... na volta.

Garcia sai do carro e me deixa ali, imóvel.

Ele realmente conseguiu me deixar mais excitada do que eu já estava? Ele fez isso para eu pensar nele o dia inteiro? Ele está querendo me matar de vontade? Ele quer que uma baixinha excitada mate ele?

- Você é um idiota, - Grito para ele ouvir, saindo do carro e já me aproximando ele. - Vai ter que compensar isso depois, estou avisando.

- Vou é?

- É melhor você mudar esse seu jeito, garoto, - digo. - Agora você está me devendo coisas de mais.

- Não sabia que nós devíamos coisas um aos outros, sexualmente.

- Não? Mas devia, só você que cria dívidas aqui.

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Diga meu nome | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora