CAPÍTULO 41

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Jess

Amanhã eu e Garcia temos aula de literatura, a aula que tínhamos um poema para entregar e não entregamos, e não sei se o professor vai aceitar o poema tão tarde assim.

Éramos para ter entregado há uma ou duas semanas atrás, mas aconteceu de nós brigarmos ou faltarmos essas aulas, e agora não estou nada segura sobre o assunto. Antes, o professor tinha um grande respeito por mim, mas agora eu não tenho muita certeza. Não quando eu falto varias de suas aulas - que inclusive são uma das minhas favoritas - e não entrego o trabalho a tempo.

Volto para casa de carona com uma as minhas amigas. Minha casa está vazia, meu pai e minha mãe ainda estão trabalhando, e só eu, como sempre, estou em casa.

Eu coloco uma roupa mais confortável e me deito na cama. Mas antes, pego um lápis e um papel e tento escrever o poema, mas como não estou me sentindo muito inspirada, apenas começo a ouvir música, assim eu talvez tenha algumas ideias. Ainda tenho esperança de saber sobre o que escrever, até porque, um poema não deve ser tão difícil de criar.

O resto do dia passa rápido, provavelmente por eu ter dormido ouvindo música e só acordado no meio da noite. Depois de ter tomado banho, jantado e escovado os dentes, volto para cama e durmo novamente, só acordando no outro dia.

Vou para a escola cedo resolver algumas coisas do time de torcida antes das aulas começarem. Hoje vamos ter um treino, e vou ter que ficar o resto da tarde aqui até o final dos jogos da escola, ou seja, durante o ano inteiro.

Quando as aulas começam, vou direto para a sala. Durante os últimos dias, as conversas que eu tenho com as outras pessoas se tornaram muito breves, mas sinto que isso está prestes a mudar.

A aula de literatura começa. Sento na primeira carteira como sempre, e Garcia senta em uma das últimas. O professor continua no mesmo assunto dos poemas, e aprofunda cada vez mais sobre do que se trata.

Sempre gostei da aula deste professor, ele é um dos melhores professores que nós temos na escola, então as aulas deles se tornam muito rápidas, por mais que eu queira que elas sejam mais lentas, pois suas aulas são muito interessantes.

Quando a aula termina, todos os alunos começam a sair da sala, mas nenhum deles vão em direção em seus armários para pegar os materiais ou para as salas de suas próximas aulas. Todos os alunos da aula de literatura conversam entre si, mas olhando e canto de olho para mim e... e para Garcia.

Não acredito que o assunto já se espalhou tão rápido assim. A Melissa realmente não foi capaz de esconder um detalhe? E porque isso parece tão importante para todo mundo? E daí que eu conheço ele?

Me viro para Victoria, uma menina da sala de literatura. Não a conheço muito, mas a conheço o suficiente para puxar assunto e perguntar se está acontecendo o que eu estou pensando que é. Tenho que ter certeza antes de falar alguma coisa para Melissa, mesmo que já esteja quase certa.

- O que está acontecendo? - Pergunto a ela.

- Você virou o principal assunto da escola, de novo, - ela responde.

- Sobre o que estão falando exatamente?

- Você já conhece ele. - Victoria aponta para Garcia com a cabeça, mas ele já está longe do resto da turma.

- Conheço, e daí?

- Então é verdade? Você já conhecia aquele gato? - Ela pergunta enrolando as pontas do seu cabelo escuro.

- E porque o fato de eu conhecer ele ou não antes dele entrar na escola é importante? - Pergunto indignada.

- Bom, pelo jeito que ele fez sucesso quando entrou na escola, é estranho você esconder algo tão sem importância, igual você mesma disse. E agora as pessoas já estão criando teorias sobre o passado de vocês.

Diga meu nome | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora